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Eslavosamba

Cacá Machado
Discos: MPB / Samba

Available now

18,49 € c/ imposto

Ficha técnica Discos

Selo Circus
Estilo MPB / Samba
Original Ano Edição 2013

Mais informações

Cacá Machado (voz, guitarras, piano eléctrico)

Sacha Amback (sintetizadores), Kiko Dinucci (guitarra eléctrica, percusión, voz), Rodrigo Campos (guitarra eléctrica, cavaquinho, percusión, voz), Swami Jr. (guitarra de 7 cuerdas), Meno del Picchia (bajo), Zeca Assumpção (contrabajo), Guilherme Kastrup (batería, MPC, percusión, producción), Maurício Badê (percusión), Alexandre Ribeiro o Luca Raele (clarinete), Hugo Hori (saxo soprano), Tiquinho (trombón).

Participación especial de: Arrigo Barnabé (voz), Celso Sim (voz), Elza Soares (voz), Juçara Marçal (voz), Luciana Alves (voz), Márcia Castro (voz), Ná Ozzetti (voz), Romulo Fróes (voz, dirección), Zé Miguel Wisnik (voz).

Excelente álbum con el que el músico, compositor e historiador paulistano, enlaza la famosa 'vanguarda paulista' de los 80 -personificada en Ná Ozzetti y Arrigo Barnabé- con la actual vanguarda paulistana representada por Juçara Marçal, Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Rodrigo Campos o Guilherme Kastrup, entre otros también presentes.

El título se refiere (con humor) a la vez a los "Afrosambas" de Vinícius de Moraes y Baden Powell y al origen europeo de 'parceiros' como José Miguel Wisnik, Guilherme Wisnik, Vadim Nikitin, Arthur Nestrovski, André Stolarski y Eduardo Climachauska, coautores de los insospechados sambas, que saltan las fronteras de este estilo musical.

(como curiosidad, "Sim", la canción que abre el disco, fue la primera colaboración de Elza Soares con los mencionados jóvenes de la actual vanguadia y origen de su elogiado disco " A mulher do fim do Mundo" lanzado en 2015, también con producción de Guilherme Kastrup)



“Eslavosamba” tem a leveza de um desfile e a aspereza de uma construção. Ora parece ter brotado de uma deliciosa roda de pagode com os amigos no quintal de casa, ora parece ter sido desenhado no gabinete de estudos de um engenheiro. O álbum de estreia de Cacá Machado inaugura um momento na vida desse professor de história que tem há mais de 20 anos dedicado sua pesquisa à música. Outro universo, talvez um novo ambiente, diferentes públicos, e, ao invés do tapinha nas costas e o reconhecimento do mérito acadêmico, aplausos.

Cacá sabe bem onde pisa e não poderia estar mais bem acompanhado. Ele compõe, canta, toca violão e escala o time. Arquiteto do projeto, tem ao seu lado dois braços direitos: Romulo Fróes, o engenheiro-chefe, assinando com Cacá a direção artística; e Gui Kastrup, mestre de obras e diretor musical. O que se constrói é um enorme viaduto que liga zonas distantes da cidade: a intelligentsia acadêmica representada por Zé Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski; a ainda marginal vanguarda paulistana, nas figuras de Arrigo Barnabé e Ná Ozzetti; intérpretes de diferentes tempos e escolas, como Elza Soares, Celso Sim, Marcia Castro e Luciana Alves; e a “nova vanguarda paulistana”, na falta de um nome melhor para a turma do próprio Romulo Fróes, Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Juçara Marçal e de tantos outros.
Os sambas de Cacá são eslavos por brincadeira e por devoção. As três razões de ser do nome são a alusão aos afro-sambas de Baden, a ascendência indo-europeia patente no sobrenome de vários dos envolvidos (além dos já citados Kastrup, Wisnik e Nestrovski, tem também Climachauska, Nikitin e Stolarski) e a etimologia da palavra, que quer dizer “escravo”. Aponta para o berço do samba e para a sua capacidade de sintetizar esse país ao transitar indiferente por classes, raças e credos, símbolo de nossa democracia musical. Cacá é do samba, e, assim, tem a fineza de não se fazer senhor de engenho. Ele é mais um, abrindo espaço para que todos dancem.
Mais do que a soma disso tudo, “Eslavosamba” é o resultado da sólida formação musical de Cacá Machado. Um disco de samba sofisticado, com uma produção impecável, mas que oscila entre a vontade de ser popular e a vocação de ser erudito. Embora a variação seja deliberada e faça com que agrade aos ouvidos mais exigentes, ela acaba por enfraquecer o conjunto, que por vezes soa elegante e contido demais. O trânsito nesse viaduto recém-inaugurado que se eleva sobre os muros da academia parece fluir melhor na mão que vai de dentro para fora e coloca todo mundo junto e com os pés no chão, sambando. Na mão contrária, ao trazer todos para o lado de dentro, a alegria do batuque ganha ares de recital e faz lembrar que nesse meio, infelizmente, até o maior dos esforços se reduz a uma linha no currículo Lattes do seu autor.
Muitas faixas mereceriam nota de destaque, mas nenhuma parece mais representativa de onde podem chegar os eslavosambas de Cacá quanto “Sim”, que abre o disco. A percussão marca o terreno do samba enquanto a melodia vai se construindo nas linhas de baixo, guitarra, violão e cavaquinho, explorando os contrapontos e conversando com o dueto formado por Elza Soares e Zé Miguel Wisnik. A escolha do par não podia ser mais feliz. Elza é um bem a ser tombado pelo patrimônio histórico e cultural. Ela vem como uma gata trançando por entre as pernas dos ouvintes desatentos, sempre pronta pra mostrar as garras. Wisnik, sabiamente, canta ressabiado com a urgência de quem avisa: “sim, tem que ter cuidado”.

O cartão de visitas que Cacá Machado lança é do tamanho de suas credenciais. A mão-de-obra envolvida ajuda a empilhar os tijolos dessa ponte, que, embora tenha bases muito firmes, balança. Balança porque faz dançar e porque não se resolveu bem para que lado vai. De qualquer maneira, para quem quer correr riscos na seara do samba – um risco calculado –, Cacá é o novo parceiro ideal. Se ficar alguma dúvida é só perguntar para qualquer dos nomes que compõem a longa lista que ele faz questão de destacar na contracapa, e agradecer no encarte, de “Eslavosamba”. por Thiago Borges, do Troca Fitas (Fita Bruta, 21.08.2013)

“Tinha a intuição da desconstrução. Não gratuita, mas acho que tenho esse pensamento de fundo de que o universo popular e o erudito precisam ser sempre friccionados”, “Mas, o tempo todo, me preocupei em fazer de um jeito gostoso, leve, musical. Porque afinal, música é para dançar, ouvir. É ‘divino flerte’” Cacá Machado

Themes

CD 1
01
Sim
Cacá Machado - Eduardo Climachauska
Cacá Machado, Elza Soares & Zé Miguel Wisnik
02
Outro país
Cacá Machado - Eduardo Climachauska - Romulo Fróes
Cacá Machado, Rodrigo Campos & Romulo Fróes
03
Casual
Cacá Machado - Arthur Nestrovski
Cacá Machado & Ná Ozzetti
04
Violeta
Cacá Machado - Guilherme Wisnik
Cacá Machado & Romulo Fróes
05
Pagode polaco (vinheta)
Cacá Machado
06
Valsa lunar
Cacá Machado - Guilherme Wisnik
Cacá Machado, Juçara Marçal & Arrigo Barnabé
07
O funâmbulo
Cacá Machado - Celso Sim
Cacá Machado & Celso Sim
08
Noite branca
Cacá Machado - Vadim Nikitin
Cacá Machado & Celso Sim
09
Quero mais
Cacá Machado - André Stolarski
Cacá Machado & Luciana Alves
10
Pagode polaco
Cacá Machado
11
Divino flerte
Cacá Machado - Vadim Nikitin
Cacá Machado & Márcia Castro
12
Não veio
Cacá Machado - Romulo Fróes
Cacá Machado, Kiko Dinucci & Romulo Fróes
13
Pagode polaco "Saidera"
Cacá Machado