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Yamandú Valter

Yamandu Costa & Valter Silva
Discos: Choro

Available now

16,62 € c/ imposto

Ficha técnica Discos

Selo MP,B
Estilo Choro
Original Ano Edição 2010
Instrumental

Mais informações

Yamandú Costa (guitarra de 7 cuerdas), Valter Silva (guitarra de 7 cuerdas metálicas).

Edición en formato Digipack.

"Homenagem ao violão sete cordas em CD com pérolas do repertório de Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Canhoto da Paraíba, entre outros mestres.

Instrumento cuja prática disciplinada e apaixonada acabou gerando linguagem própria por aqui –a escola russa pode ter originado a brasileira, segundo pesquisadores, graças ao talento de Tute, o violonista do Oito Batutas, de Pixinguinha, que o teria escutado pelas mãos de ciganos, no Rio de Janeiro–, o violão sete cordas volta a patrocinar um duo de ouro em disco, depois do encontro memorável de Rafael Rabello e Dino 7 Cordas, em 1991.

Os protagonistas da vez são o carioca Valter Silva (Valter de Paula e Silva) (Rio de Janeiro, RJ, 1940), e o gaúcho Yamandú Costa (Passo Fundo, RS, 1980). Sob produção do violonista Marcello Gonçalves, do Trio Madeira Brasil, eles gravaram "Yamandú Valter", outra preciosa raridade do mercado fonográfico. Além de tomar conhecimento do carioca por meio de discos em que ele acompanhava outros artistas, o que mais impressionava Yamandú eram os comentários a respeito do colega. “Valter é improvisador nato”, elogia o gaúcho, lembrando que o instrumentista e o irmão, Valdir, fizeram fama com o sete cordas.

“Valter tem a coisa do músico cigano, do músico da noite, aquela espécie de encantador de serpentes que deixa as pessoas boquiabertas com sua maneira de improvisar, com a coisa da linguagem, com o humor”, derrama-se Yamandú. “Na primeira vez que o vi, fiquei apavorado. O que é isso?, pensei”, recorda o gaúcho. Por aqui, o sete cordas é bem tocado por muita gente. “Mas, com o humor e a leveza do Valter não há. É uma coisa impressionante, realmente”, pondera, atribuindo a genialidade do parceiro à sua personalidade.

O primeiro encontro dos dois ocorreu, não por acaso, na casa do violonista Marcello Gonçalves, cuja festa de aniversário tinha na plateia, entre outros, o cineasta alemão Wolfgang Becker, diretor de Adeus, Lênin. “Marcello convidou o Valter, ele falou que não iria, mas acabou aparecendo. Na época, eu tinha 24 anos”, relembra o gaúcho. “Começamos a tocar um repertório violonístico e parou a festa. Foram cinco horas de duo, ao vivo, um negócio emocionante”, revela o gaúcho.
“Sete cordas atípico”, o gaúcho –introduzido na área sob influência de Rafael Rabello– ouvia mais falar de Valter que das gravações dele. Para a escolha do repertório do disco, Yamandú preferiu não ocupar o companheiro com novidades. “Fomos pesquisar o que ele já tocava dentro do repertório tradicional do sete cordas”, explica, citando choros mais conhecidos no meio musical, mas que tivessem o contraponto característico do sete cordas como instrumento solista (...) O repertório foi muito mais trabalho do gaúcho, que teve de tirar todas as músicas, aprendendo-as e colocando-as na linguagem violonística. Marcello Gonçalves e Yamandú selecionaram as faixas. “Ouvimos muita coisa”, diz o gaúcho, solista do álbum, enquanto Valter Silva “borda” as canções, no acompanhamento. “Foi um processo bacana, bem cuidadoso. Durante duas semanas fiquei ouvindo o Orlando Silva cantar aquela canção ‘Se Deus um dia/ Olhasse a Terra/ E visse o meu estado’, enquanto caminhava na Lagoa Rodrigo de Freitas, para conseguir interpretação mais parecida”, conta Yamandú, cantarolando a clássica Caprichos do destino. “Fizemos com muito carinho, tendo em vista o desejo de transformar o disco em referencial do sete cordas tradicional”, explica.

Músico acompanhante de artistas consagrados como Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Angela Maria e Dona Ivone Lara, Valter Silva era um talento escondido, ainda que sua fama no meio violonístico ultrapasse os limites do Rio de Janeiro. Para ele, o álbum com Yamandú Costa representa ótima oportunidade.

“Interessante o Yamandú estar interessado em gravar com um cara como eu, da velha guarda”, comemora, elogiando a vocação e a habilidade do jovem gaúcho no sete cordas. “Ele é um cara fabuloso, de muito bom gosto”, elogia o veterano, destacando o “estilo espanholado” do novo amigo, que se aproxima da escola do violão flamenco. Houve ensaio para algumas das canções registradas em duo, mas a maioria foi gravada na hora. “Agradeço muito ao Yamandú por ter se lembrado de mim”, reconhece Valter.
Natural de Campo Grande, no subúrbio carioca, onde ainda mora, o violonista chegou ao instrumento por meio dos pais e dos avós, também músicos. Aos 6 anos, ele já estudava violão. Valter Silva explica que não gravou disco solo por ser acompanhante de outros artistas: “Acompanhador e exibicionista, aquele cara que faz firulas”.
Mas o veterano admite: quando chega a sua vez de exibir talento nas cordas, está sempre inventando alguma coisa. “Não tenho vocação para solista”, garante o discípulo de Dino 7 Cordas, que teve Rafael Rabello entre seus alunos. Na opinião do carioca, a identificação do brasileiro com o violão sete cordas se deve à beleza do acompanhamento que ele proporciona, permitindo “desenhar e bordar a música”. Isso exige do instrumentista certa criatividade e categoria. Palavra de mestre." Ailton Magioli (Jornal Estado de Minas)

Themes

CD 1
01
Tempo de criança
Dilermando Reis
02
Dengoso
João Pernambuco
03
Implicante
Jacob Pick Bittencourt (Jacob do Bandolim)
04
Cinco companheiros
Alfredo da Rocha Viana (Pixinguinha)
05
Uma noite no Sumaré
Esmeraldino Salles
06
Caprichos do destino
Claudionor Cruz - Pedro Caetano
07
Mistura e manda
Nelson Alves
08
Tua imagem
Canhoto da Paraíba (Francisco Soares de Araújo)
09
Arabiando
Esmeraldino Salles
10
Com mais de mil
Canhoto da Paraíba (Francisco Soares de Araújo)
11
Magoada
Dilermando Reis
12
Rosa morena
Dorival Caymmi
13
Revendo o passado
Freire Júnior (Francisco José Freire Júnior)