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João Gilberto (Águas de março,...)

João Gilberto
Discos: Bossa nova

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Universal Music
Estilo Bossa nova
Año de Edición Original 1973

Más

João Gilbert (voz, guitarra acústica)

Participación especial de: Miúcha (voz) y Sonny Carr (batería).

En su obsesiva búsqueda de la perfección, el "inventor" de la Bossa Nova (Juazeiro, Bahia, 1931) quizás nunca estuviera tan cerca de ella como en esta excepcional grabación realizada en los Estados Unidos en 1973.
De vuelta a ese país (donde tuvo su base de operaciones entre 1962 y 1980) después de un estancia de dos años en México, ya "formalmente" separado de su segunda esposa (Miúcha), en un clima de absoluta serenidad y libertad, el cantante y guitarrista bahiano se recrea en la suerte (como denota la inusual duración de los temas) consiguiendo la proverbial conjunción ideal de su voz y su guitarra "autónomas" y un admirable equilibrio entre los dos en el conjunto del disco: a parte de la maravillosa versión instrumental de "Na baixa do sapateiro", en los dos temas sin letra ("Undiú" y "Valsa"), así como en algunos otros pasajes, la guitarra toma el protagonismo y es la voz la que hace de acompañante.
Un disco excepcional en la corta y exquisita discografía del genial artista.

"Um dos grandes álbuns de João, não louvado na devida medida. É o disco em que o cantor abraça o repertório dos discípulos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil." Mauro Ferreira

"Nada apaga o impacto histórico dos primeiros discos de João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (10 de junho de 1931 – 6 de julho de 2019) na música do Brasil. João fez a revolução entre 1958 – ano do single de 78 rotações que apresentou a definidora gravação do samba Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes) – e 1961, ano do álbum que fechou a trilogia fundamental do cantor e violonista baiano que deu foram ao som rotulado como bossa nova.
Sem desconsiderar a modernidade atemporal desses discos seminais, há quem tenha sentido o primeiro arrebatamento com a audição de álbuns posteriores de João.
Dois títulos da década de 1970 são especialmente louvados. Amoroso (1977) é justificadamente cultuado pelo equilíbrio perfeito das cordas – orquestradas com leveza pelo maestro alemão Claus Ogerman (1930 – 2016) – com o canto e o violão precisos de João.
Conhecido como o álbum branco do cantor pela cor do fundo que expõe a foto do artista ao centro da capa criada pelo artista gráfico Pedro Lobianco, o álbum João Gilberto – lançado em 1973 pela gravadora Polydor – também tem admiradores fervorosos e faz jus à devoção febril.
Em 2023, esse álbum João Gilberto faz 50 anos como referência máxima de minimalismo na discografia brasileira.
O disco foi gravado em Nova York (EUA), cidade para a qual João voltara após temporada no México, país onde o cantor fizera o até então último álbum da carreira, editado em 1970. O retorno de João ao Brasil aconteceria somente em 1979.
No Brasil de 1973, a bossa nova já era uma novidade distante e a maioria dos compositores do gênero já tinha perdido a preferência popular para os ícones da MPB revelados na era dos festivais da segunda metade de 1960. Se Tom Jobim (1927 – 1994) ainda pairava soberano com o voo do álbum Matita perê (1973), Vinicius de Moraes (1913 – 1980) – o grande parceirinho de Tom – vivia pico de popularidade como cantor da dupla que formara com Toquinho.
Sintomaticamente, João não incluiu sequer uma parceria de Tom & Vinicius entre as dez músicas que compõem o repertório do álbum de 1973. Mas Tom está lá, sozinho, representado pelo imenso samba Águas de março (1972), apresentado pelo compositor no ano anterior em disco encartado no jornal O Pasquim.
Águas de março abre o disco em que a voz e o violão de João se afinam somente com a percussão sutil do músico norte-americano de jazz Sonny Carr (1935 – 2011), que manuseou vassourinha em cesta de lixo. Carr é presença tão fundamental na arquitetura do álbum João Gilberto quanto a engenheira de som Wendy Carlos, responsável pela primorosa mixagem do disco. O som é ouvido com a perfeição imaginada por João.
Sem deixar de olhar para o passado como a semente que frutifica no presente, João lapida Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Janet Almeida, 1945) – música lançada pelo conjunto Os Namorados da Lua – e pesca pérola então recente, É preciso perdoar (Carlos Coquejo e Alcyvando Luz, 1967), samba apresentado em disco seis anos antes nas vozes do grupo MPB4 e revivido neste ano de 2023 por Bebel Gilberto no disco, João, que lançará em agosto em tributo ao pai.
Como a MPB já estava estabelecida em 1973, Caetano Veloso e Gilberto Gil aparecem pela primeira vez nos créditos de um disco de João. Caetano é o compositor de Avarandado (1967), canção que João depura com ternura e a sabedoria dos gênios que valorizam a essência das coisas. Gil assina Eu vim da Bahia (1965), samba marcador de território da origem de ambos os artistas.
Entranhada na alma e no pensamento de João, a Bahia é celebrada no inventivo registro instrumental do samba Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso, 1938) – cuja melodia é reconstruída por João ao violão – e na gravação de outro samba célebre da terra, Falsa baiana (Geraldo Pereira, 1944), ambos até então inéditos na discografia do inventor da bossa nova.
Um dos dois temas autorais de João, compositor bissexto, Undiú é música sem letra e com efeito de mantra pela repetição constante da palavra que batiza o tema. A faixa reside entre as melhores gravações da discografia de João por atingir esfera celestial, alta até mesmo para os inalcançáveis padrões do artista.
O outro tema autoral do álbum João Gilberto é Valsa (Como são lindos os youguis) (Bebel), composição sem letra, levada nos vocalizes e dedicada pelo cantor à filha Bebel Gilberto, que incluiu a música no já mencionado e ainda inédito tributo fonográfico que presta ao pai neste ano.
Bebel é fruto da união de João com Miúcha (1937 – 2018), cantora então debutante que participa do álbum com a devida leveza na gravação do samba que arremata o disco, Isaura (Herivelto Martins e Roberto Roberti, 1945).
João Gilberto, o disco, é a essência pura do minimalismo. Fora da imutável dimensão histórica, para quem chegou ao mundo após 1958 e por acaso ainda desconhece a arte maior de João Gilberto, ouvir em 2023 este álbum de 1973 – 50 anos após o lançamento discreto – pode gerar impacto tão grande quanto o provocado no alvorecer da bossa nova.
Em quase 50 minutos, o álbum João Gilberto oferece o suprassumo da arte do papa da bossa sem qualquer artifício além da genialidade do artista para fazer do ritmo o senhor da razão da música." 24.05.2023)


Temas

CD 1
01
Águas de março
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim)
05:24
02
Undiú
João Gilberto
06:38
03
Na Baixa do Sapateiro (instrumental)
Ary Barroso
04:43
04
Avarandado
Caetano Veloso
04:30
05
Falsa baiana
Geraldo Pereira
03:44
06
Eu quero um Samba
Haroldo Barbosa - Janet de Almeida
04:45
07
Eu vim da Bahia
Gilberto Gil
05:52
08
Valsa (Como são lindos os Youguis)
João Gilberto
03:19
09
É preciso perdoar
Carlos Coqueijo Costa - Alcivando Luz
05:05
10
Izaura
Herivelto Martins - Roberto Roberti
João Gilberto & Miúcha
05:26