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Imitação da vida

Maria Bethânia
Discos: MPB

Disponible

Ficha técnica Discos

Sello	EMI
Estilo	MPB
Año de Edición Original	1997
Concierto
Observaciones	2CDs

Más

Maria Bethânia (voz)

João Carlos Coutinho (piano, teclados, acordeón), Jaime Alem (guitarras, melódica, dirección), Paulo Dafilin (guitarra acústica), Jorge Helder (contrabajo, bandolim), Pantico Rocha (batería), Reginaldo Vargas y Marco Lobo (percusión), Ricardo Amado (violín, pandeiro) y Márcio Mallard (cello).

Grabado “ao vivo” en la sala Palace, en la ciudad de São Paulo, en diciembre de 1996.

"Parece saudosismo -e é-, mas não é só isso. "Imitação da Vida", novo CD -duplo- de Maria Bethânia, 50, registra a versão ao vivo do álbum "Âmbar" (96) e, de quebra, traz de volta a artífice que mudou rumos da concepção de show no Brasil à chegada dos anos 70.
De novo sob orientação do diretor teatral Fauzi Arap, Bethânia retomou conceitos inventados em shows como "Comigo Me Desavim" (68), "Rosa dos Ventos" (71) e "Drama" (72), conferindo-lhes status de espetáculo teatral. É o que registra o CD.
A princípio, o título: vem da canção "Imitação", do baiano Batatinha, que havia morrido à mesma época da estréia do show. Mais que homenagem, é o norte do espetáculo.
Bethânia fecha outro ciclo, imitando não a vida, mas a própria arte -sua própria arte. O show funde canções, transformando várias delas em vinhetas rápidas, que só fazem atiçar o apetite de ouvi-las inteiras.
A cada grupo de canções soldadas conceitualmente, acrescenta poemas de Fernando Pessoa, declamados como o eram nos shows dos 70 de forma nunca artificial ou afetada.
Injeta emoção -mais que a dramaticidade que sempre a caracterizou -na militante "Rosa dos Ventos" (de Chico Buarque), "Gita" (de Raul Seixas, que, acredite, ela torna séria), cantigas de roda, quadrinhas, "Terezinha" (Chico outra vez), "Viramundo" (Gilberto Gil e Capinam).
Aí vem o compêndio de riquezas antigas da MPB, sempre recolhidas por ela sem preconceito: "Preconceito", de Antonio Maria e Fernando Lobo, "Negue", de Adelino Moreira e Enzo Passos, a ultrakitsch "Lama", "Mensagem" (que consagrou Isaura Garcia), "Chão de Estrelas", poema musical absoluto de Silvio Caldas e Orestes Barbosa.
Bethânia celebra o amargor espelhado nos poemas de Pessoa, como de diva que muito já viveu e encara sem furores as coisas do mundo -o drama já quase todo se converteu em serenidade.
Então, em "Brisa" -cume do show e do disco-, Bethânia transforma em vida, via Manuel Bandeira, a imitação da vida: "Aqui faz muito calor/ No Nordeste faz calor também/ Mas lá tem brisa/ Vamos viver de brisa, Anarina". Máscara apegada à cara, arte e vida se convertem em uma só, afinal." Pedro Alexandre Sanches (Folha de S.Paulo, 10.05.1997)

Temas

CD 1

Beatriz / Imitação / Rosa dos ventos
Edu Lobo - Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) / Batatinha / Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque)