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Acabou chorare

Novos Baianos
Discos: MPB Bahia

Disponible

14,95 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Gala / Som Livre
Estilo MPB Bahia
Año de Edición Original 1972

Más

Novos Baianos: Baby Consuelo (voz), Paulinho Boca de Cantor (voz y pandeiro), Pepeu Gomes (guitarras y bandolim), Moraes Moreira (voz y guitarra), Dadi Carvalho (bajo), Luis Galvão (composición), Jorginho Gomes (batería y percusión), José Roberto 'Baixinho' (batería) y Bola Moraes 'Bolacha' (percusión).

Reedición en CD, de 2006, dentro de la serie "Som Livre Masters", del disco lanzado originalmente en 1972 por el sello Sigla. Remasterizado, con portada diferente de la original.

Magnífico - disco de este grupo de jóvenes bahianos, quienes siguiendo el camino marcado por el tropicalismo (por Caetano Veloso y Gilberto Gil, principalmente) combinaron la música popular (samba, choro), bastante desacreditada entre la juventud de entonces, con la música rock.

"É sintomático que João Gilberto (1931 – 2019) tenha sido o mentor dos Novos Baianos na criação da obra-prima da discografia do grupo, Acabou chorare, álbum lançado em 1972 pela gravadora Som Livre. Trata-se do segundo álbum dos Novos Baianos, mas o primeiro que colocou o grupo na história da música brasileira.
Título inevitável nas listas de melhores discos do Brasil em todos os tempos, o álbum Acabou chorare completa 50 anos com o mesmo frescor do lançamento. Por embutir efervescência pop tropicalista, o disco ainda soa novo como se tivesse sido lançado na semana passada, exalando modernidade atemporal comparada ao tripé de álbuns fundamentais lançados entre 1959 e 1961 por João Gilberto, criador da bossa nova.
Aliás, a música-título Acabou chorare – inspirada por fala espontânea da filha de João, Bebel, então uma criança – reverbera a bossa sem nostalgia e sem a preocupação de emular a batida diferente de João no toque do violão do baiano Antonio Carlos Moraes Pires (8 de julho de 1947 – 13 de abril de 2020), o Moraes Moreira, parceiro do letrista e poeta conterrâneo Luiz Galvão.
Sete das nove músicas do álbum Acabou chorare trazem as assinaturas de Moraes e Galvão. Uma das duas exceções é o samba-exaltação Brasil pandeiro (Assis Valente, 1941), regravado por sugestão de João Gilberto e introduzido no disco com a voz da cantora fluminense Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade – a Baby Consuelo, hoje Baby do Brasil, única presença feminina no núcleo central do grupo baiano formado por Moraes Moreira (voz e violão), Luiz Galvão (letras), Baby (voz e percussão), Pepeu Gomes (guitarra, violão e craviola) e Paulinho Boca de Cantor (voz e pandeiro).
Na arquitetura sonora de Acabou chorare, disco pautado pelo samba, mas mixado com toques de choro e baião e com a linguagem elétrica do rock, os músicos Baixinho (bateria e bongô), Bolacha (bongô), Dadi Carvalho (baixo) e sobretudo Jorginho Gomes (bateria e cavaquinho) também tiveram presenças importantes.
A turma formava um time, como enfatiza Luiz Galvão logo na abertura do longo texto escrito para a edição original do álbum gestado com espírito comunitário no sítio de Jararepaguá – bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – em que os músicos se aglutinaram em convivência de alma hippie.
Esse espírito de comunhão, de compartilhamento coletivo de espaço e ideias, está bem traduzida na foto de Antonio Luís, o Lula, exposta na capa da edição do LP original (há edições em CD que estamparam na capa uma foto reproduzida originalmente no encarte do LP de 1972).
Irretocável, a ponto de constituir best of do grupo, o repertório do álbum Acabou chorare foi composto sem pressa e sem pressão, sendo burilado exaustivamente até o registro em estúdio.
Gravado no estúdio Somil, com produção coordenada por Eustáquio Sena sob a batuta de João Araújo (1935 – 2013), diretor da Som Livre na época, Acabou chorare é em essência um disco de samba, e nisso o álbum já difere do antecessor É ferro na boneca (1970), o primeiro álbum dos Novos Baianos, grupo então mais voltado para o rock de aura psicodélica.
Só que o samba dos Novos Baianos tinha toque juvenil, bebendo das fontes com frescor, como exemplifica a lembrança de Brasil pandeiro, mas ao mesmo tempo traindo essas fontes ao harmonizar os sons de violões e cavaquinhos com guitarras elétricas.
Mote do choro instrumental Um bilhete para Didi, tema de Jorginho Gomes em que o mano Pepeu Gomes expôs a maestria no toque da guitarra, a eletrificação da música brasileira no disco é percebida mais claramente a partir da terceira faixa, Tinindo trincando, espécie de baioque turbinado com solo da guitarra de Pepeu.
Antes, na disposição do repertório no LP, vem Preta pretinha, canção inspirada pela travessia da barca Rio-Niterói, veículo para desilusão amorosa sofrida por Moraes Moreira em Niterói (RJ), cidade natal de Baby (que nada teve a ver com a sofrência do colega).
Preta pretinha aparece duas vezes no disco, na segunda faixa – ocupando quase sete dos 39 minutos do álbum – e no fecho de Acabou chorare, em versão reduzida para três minutos e meio e produzida pela gravadora para facilitar a veiculação da canção nas rádios.
Música que repõe o disco na cadência do samba, com o toque do rock, Swing de Campo Grande tem o toque de Paulinho Boca de Cantor na letra – escrita com Galvão – e no canto da música de Moraes.
Composição feita para Baby, solista da faixa, A menina dança se tornou indissociável da intérprete. A música expõe aquela mistura de samba com a linguagem do rock que caracteriza o álbum, cuja faixa Mistério do planeta, de tom mais zen, é calcada no canto e na violão de Moraes Moreira.
Samba mais extrovertido, Besta é tu reitera a vocação popular de Acabou chorare, álbum tão inovador e ao mesmo tempo tão acessível ao público. Talvez por isso o segundo álbum dos Novos Baianos tenha ganhado crescente importância histórica ao longo dos últimos 50 anos.
Assim como o frescor do disco, o poder de sedução do repertório lapidar de Acabou chorare em 2022 é o mesmo de 1972." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 08.06.2022)

Temas

CD 1
01
Brasil pandeiro
Assis Valente
03:54
02
Preta pretinha
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
06:39
03
Tinindo tricando
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
03:24
04
Swing de Campo Grande
Paulinho Boca de Cantor - Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
03:08
05
Acabou chorare
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
04:11
06
Mistério do planeta
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
03:37
07
A menina dança
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
03:50
08
Besta é tu
Pepeu Gomes - Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
04:24
09
Um bilhete pra Didi (instrumental)
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
02:51
10
Preta pretinha
Moraes Moreira - Luís Galvão (Galvão)
03:25