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Contaminação

Naná Vasconcelos
Discos: Jazz

Disponible

31,04 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Independiente
Estilo Jazz
Año de Edición Original 1999
Instrumental

Más

Naná Vasconcelos (voz, percusión)

Genaro (acordeón), Vinicius Cantuária (guitarras, teclados, voz), Lu Baia (guitarra eléctrica), Ary Giboia (percusión), George Melo (voz, en "Ciranda"), Lilian, Kelly Benevitti y Crianças da Flor do Mangue (coros), Peter Scheere (arreglos).

Participación especial de: Alceu Valença (voz), Erasto Vasconcelos (voz, percusión).

"Um negão de saia quer invadir a passarela da música popular brasileira. Há 26 anos sem gravar um disco próprio no Brasil, Naná Vasconcelos toma uma nova direção musical no CD "Contaminação" -lançamento que inaugura o selo Estúdio M.Officer.
Após participar de três desfiles da grife do estilista Carlos Miele, nos quais produziu sons com os tecidos e até usou saias, o percussionista e compositor pernambucano diz ter sido "contaminado" por suas primeiras incursões no mundo da moda. Naná acha que a experiência lhe mostrou outro caminho musical.
"Os desfiles me inspiraram a fazer uma música que esses jovens, que não vão me ver tocando com orquestras sinfônicas ou improvisando com músicos de jazz, possam ouvir no rádio ou dançar. Estou decidido a renovar meu público", afirma.
Um dos músicos brasileiros mais cultuados no circuito internacional do jazz, Naná radicou-se nos EUA, no início dos anos 70. De lá para cá, já tocou e gravou com uma infinidade de astros de vários gêneros, como Miles Davis, B.B. King, Pat Metheny, Gato Barbieri, Peter Gabriel e Talking Heads, além de Milton Nascimento e Gal Costa.
"No Brasil, as pessoas me conhecem apenas como um músico improvisador. Não sabem do meu lado mais popular", observa Naná.
"Comecei tocando em bailes e acompanhando cantores, antes de ir embora para o mundo da música improvisada."
O percussionista define seu novo álbum (o primeiro gravado no país desde o mitológico "Amazonas", de 1973) como "um trabalho despretensioso, que nasceu de uma enorme vontade de fazer música popular brasileira".
"Esse disco me deu a oportunidade de gravar com músicos daqui do Recife. Foi muito bom poder sentir essa energia", diz o compositor, que fez parte das gravações em Nova York.
Segundo Roberto Ethel, diretor do Estúdio M.Officer, o selo foi criado "porque a M.Officer não gosta de limitar a moda à moda". "Queremos preencher lacunas. Apesar de Naná ser um dos percussionistas mais importantes do mundo, o público brasileiro ainda não o conhecia."
Os próximos lançamentos do selo ainda não estão definidos, mas poderão ter as assinaturas de Carlinhos Brown e Zeca Baleiro. "Queremos que eles trabalhem como produtores", diz Ethel.
O CD "Contaminação" marca também a estréia de Naná como letrista, em várias parcerias assinadas com o cantor e compositor Vinícius Cantuária, que atualmente vive nos EUA.
Com exceção das faixas "Lágrimas" e "Forró do Antero", todo o repertório do disco nasceu sob inspiração dos desfiles. "Foi muito interessante compor numa situação em que a música não era o centro da coisa. Eu tocava as roupas, e as roupas dançavam a música", diz Naná.
A faixa-título, que homenageia a top model brasileira Gisele Bundchen, foi a última a ser gravada. Naná a compôs pouco antes do desfile da M.Officer, do qual ambos participaram, em janeiro último.
"É uma canção bem popular e dançante que, sendo a última faixa do disco, diz, de certa forma, que estou indo nessa direção musical", sugere o compositor.

Quando um músico criativo e experiente como Naná Vasconcelos decide colocar sua percussão e idéias sonoras a serviço da música popular brasileira, todos saem ganhando.
É o que mostra o CD "Contaminação", uma espécie de viagem sentimental pelos ritmos do Nordeste, pilotada por um músico que precisou passar duas décadas fora, intrigando platéias pelo mundo, até começar a ser mais reconhecido em seu país.
Ninguém pense que, ao revisitar o maracatu ("Science"), o baião ("Luz de Candeeiro") ou o samba de roda ("To You To"), Naná tenha deixado de lado a original concepção sonora que o transformou em figurão do jazz.
Usando sua voz como percussão (com a plena consciência de não ser um cantor), assim como sabe utilizar seus instrumentos de percussão como vozes, Naná prova mais uma vez que, para se fazer música de qualidade, o que importa não é o que se toca, mas como se toca.
Até mesmo em sua estréia como letrista, o saldo de Naná é positivo. Despretensiosas, as letras de canções como "Irapurú" ou "Quase Choro" funcionam porque o autor conhece a fundo os gêneros que toca.
Tomara que o negão Naná e sua percussão criativa voltem mesmo a entrar na roda da música popular brasileira. E que não saiam mais tão cedo." Carlos Calado (Folha de São Paulo, 15.11.1999)

Temas

CD 1
01
Science
Naná Vasconcelos - Vinicius Cantuária - Mércia Rangel
04:42
02
Tá na roda tá
Naná Vasconcelos - Vinicius Cantuária
Naná Vasconcelos & Vinicius Cantuária
04:47
03
Forró do Antero
Naná Vasconcelos
04:04
04
A seca
Naná Vasconcelos - Alceu Valença - Dino Braia - Mércia Rangel
Naná Vasconcelos & Alceu Valença
04:48
05
Irapurú
Naná Vasconcelos - Vinicius Cantuária
03:59
06
Ciranda
Naná Vasconcelos - Mércia Rangel
04:49
07
Quase choro
Naná Vasconcelos - Vinicius Cantuária
Naná Vasconcelos & Vinicius Cantuária
03:29
08
Luz de candeeiro
Naná Vasconcelos - Vinícius Cantuária
03:43
09
Lágrimas
Naná Vasconcelos
02:51
10
Coco lunar
Naná Vasconcelos
Naná Vasconcelos & Erasto Vasconcelos
03:21
11
Caju
Naná Vasconcelos - Vinícius Cantuária
02:57
12
To you to
Naná Vasconcelos - Vinícius Cantuária
01:44
13
Contaminação
Naná Vasconcelos - Mércia Rangel
03:48