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Amigos chegados

Jovelina Pérola Negra
Discos: Samba

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Som Livre
Estilo Samba
Año de Edición Original 1990
Bailable

Más

Jovelina Pérola Negra (voz)

Zeca do Trombone (trombón), Evaldo Santos (teclados, guitarra eléctrica), Paulão (guitarra acústica), Jorge Simas (guitarra de 7 cuerdas), Pedro Amorim (bandolim), Mauro Diniz (cavaquinho, arreglos, dirección), Wanderson (cavaqquinho), Ivan Machado (bajo), Jorge Gomes (batería), Gordinho, Bira Haway, Paulinho da Aba, Claumir Jorge, Milton Manhães, Felipe D'Angola, Pirulito y Esguleba (percusión), Zeca da Cuíca (cuíca), Jorge Santana, Paulo Santana, Ari Bispo, Zélia, Copacabana, Tia Doca, Dejanira, Dinorah y Marlene (coros), Ivan Paulo (arreglos, dirección).

Reedición en CD, de 2000, en la serie "Bambas do samba". Remasterizdo, con portada contraportada y ficha técnica originales.

"Descendente da nobre linhagem de partideiras fluminenses que traziam na voz a carga ancestral do samba, a cantora e compositora carioca Jovelina Pérola Negra é da família musical de Clementina de Jesus (1901 – 1987) e Dona Ivone Lara (1922 – 2018).
Como Clementina, Jovelina Farias Belfort (21 de julho de 1944 – 2 de novembro de 1998) trabalhou como empregada doméstica para se sustentar antes de conseguir viver do ofício de cantora.
Como Ivone Lara, Jovelina – partideira hábil na arte de improvisar versos com graça e rapidez – ganhou incentivo de Adelzon Alves para ingressar na carreira musical quando já contabilizava 40 anos.
Jovelina era atração frequente dos programas comandados nas madrugadas por esse radialista e produtor musical que notara a destreza da partideira nas rodas do pagode intitulado Terreirão da Tia Doca por ser armado no quintal da casa de Jilçária Cruz Costa (1932 – 2009), a sambista e pastora da Portela conhecida como Tia Doca.
Quarto álbum solo de Jovelina Pérola Negra, Amigos chegados foi lançado em 1990 pela RGE, gravadora que editou todos os discos dessa artista nascida no bairro carioca de Botafogo, mas criada em Miguel Couto, distrito do município de Belford Roxo na Baixada Fluminense (RJ), e depois residente no bairro da Pavuna.
Integrante da ala das baianas da escola de samba Império Serrano, Jovelina Pérola Negra sempre foi figura assídua e vivaz nas quadras das agremiações e nas rodas de pagode armadas nos subúrbios cariocas.
Para o público, no entanto, a cantora apareceu somente em 1985, como uma das intérpretes do disco coletivo Raça brasileira, pedra fundamental para a consolidação da nova geração do samba do Rio de Janeiro – samba então rotulado como pagode pela mídia.
Nesse pau-de-sebo (jargão fonográfico que designa discos com vários artistas iniciantes para testar a possibilidade de cada um escalar as paradas de sucesso), Jovelina cantou Pomba rolou (Carlinhos Caxambi e Adilson Gavião, 1985), dividiu com o também debutante Zeca Pagodinho a interpretação de Bagaço da laranja (1985) – partido alto composto por Zeca com Arlindo Cruz que se tornou um dos hits do disco – e deu voz à composição de lavra própria, Feirinha da Pavuna (1985), outro sucesso radiofônico do histórico LP.
O estouro do álbum Raça brasileira abriu caminho para que todos os integrantes do disco gravassem um álbum solo. O de Jovelina saiu em 1986 com o nome da cantora no título e com repertório que destacou o partido alto Menina você bebeu (Beto sem Braço, Arlindo Cruz e Acyr Marques, 1986).
O sucesso artístico e comercial do primeiro LP solo de Jovelina – com alardeadas 200 mil cópias vendidas – garantiu a continuidade da carreira fonográfica dessa artista de temperamento forte e voz áspera que, sem polimentos de estúdio, evocava uma rica ancestralidade afro-brasileira que fez de Jovelina uma sucessora natural de Clementina de Jesus.
Vieram, então, álbuns como Luz do repente (1987), Sorriso aberto (1988) – disco projetado pelo marcante samba-título do compositor Guaracy Sant'anna, o Guará – e Amigos chegados, disco gravado em 1989 e lançado em abril de 1990.
Produzido por Milton Manhães, com arranjos de Ivan Paulo e Mauro Diniz, o álbum Amigos chegados foi formatado em estúdio com músicos como Bira Haway (surdo), Evaldo Santos (teclados e guitarra), Gordinho (surdo), Ivan Machado (baixo), Jorge Simas (violão de sete cordas), Paulão (violão), Paulinho da Aba (pandeiro), Pedro Amorim (bandolim), Wanderson Martins (cavaco), Zeca da Cuíca e Zeca do Trombone, além de Mauro Diniz (cavaco).
Com repertório composto por 12 sambas assinados por bambas em evidência na época, o álbum Amigos chegados celebrou em Poeta do morro (Carlinhos Cavalcante e Jovelina Pérola Negra, 1990) o legado do então recém-falecido Guará, o já mencionado compositor de Sorriso aberto, de versos evocados na letra de Poeta do morro.
O samba que batizou o disco, Amigos chegados (Arlindo Cruz e Luizinho, 1990), foi partido que listou nominalmente na letra os pagodeiros das rodas dos anos 1980. Já o samba Não sei se te mereço (Paula Pinto, Elson Cruz e Chiquinho, 1990) pareceu enraizado em solo mais seminal, com ecos do calango.
Peripécias da vida (Beto sem Braço e Carlos Senna, 1990) também soou assentado neste mesmo solo fértil em que também brotou Orgulho negro, samba de terreiro gravado com forte base percussiva e assinado por Tia Doca – em cujo pagode Jovelina começou a ser notada, cabe lembrar – com Jadilson Costa.
A azeitada cozinha do disco também temperou Santo forte (Manoel Menezes), partido alto que baixou no terreiro de Jovelina neste álbum que surtiu pouco efeito comercial, até mesmo por conta da crise econômica que ceifou o poder aquisitivo do público consumidor de discos de pagode naquele ano de 1990.
Em repertório nem sempre à altura da voz e da importância da partideira, Jovelina deu voz no álbum Amigos chegados a sambas como Porta na cara (Marco Aurélio FM, 1990) e Golpe de azar (Arlindo Cruz, Almir Guineto e Adalto Magalha, 1990), ambos letrados com crônicas sobre problemas conjugais.
Em abordagem mais harmoniosa da relação de casal, o amor a dois também foi o tema de Comunhão de bens (1990), samba de Jovelina Pérola Negra com Carlito Cavalcante.
Nesse repertório então inédito, Basta te ver (Mauro Diniz e Adilson Victor, 1990) se diferenciou pelo toque serelepe da sanfona de Marquinho em gravação que insinuou flerte do samba com o universo rítmico do forró.
Os sambas Não vou te enganar (Simões PQD, Navel do Império, Keller e Duda, 1990) e Meu viver se transformou (Monarco e Ratinho, 1990) completaram o repertório de Amigos chegados, LP sucedido na discografia da artista por álbuns como Samba bom (1991), Vou na fé (1993) e Samba guerreiro (1996).
Mesmo com menor visibilidade nos anos 1990, década em que o pagode mais pop de grupos como Raça Negra e Só pra Contrariar emergiu no mercado e desbancou os bambas revelado nos anos 1980, Jovelina Pérola Negra conseguiu se manter em cena.
A cantora iria entrar em estúdio no começo de 1999 para gravar o oitavo álbum solo. Só que um infarto, na madrugada de 2 de novembro de 1998, calou a voz dessa partideira, dias após a cantora ter feito, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), show intitulado Damas negras do samba ao lado de Ivone Lara e de Leci Brandão.
Pérola negra do samba, Jovelina Farias Belfort vive na memória afetiva de quem a conheceu e de seguidores amealhados em vitoriosa trajetória no universo do samba." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 31.07.2020)

Temas

CD 1
01
Amigos chegados
Arlindo Cruz - Luizinho
04:28
02
Poeta do morro
Carlito Cavalcante - Jovelina Pérola Negra
03:30
03
Não sei se te mereço
Paula Pinto - Elson Cruz - Chiquinho
03:44
04
Porta na cara
Marco Aurélio Fm
02:48
05
Golpe de azar
Arlindo Cruz - Almir Guineto - Adalto Magalha
02:53
06
Peripécias da vida
Beto Sem Braço - Carlos Senna
03:17
07
Orgulho negro
Tia Doca - Jadilson Costa
03:26
08
Santo forte
Manoelzinho Menezes
03:43
09
Basta te ver
Mauro Diniz - Adilson Victor
03:04
10
Comunhão de bens
Jovelina Pérola Negra - Carlito Cavalcante
03:33
11
Não vou te enganar
Simões Pqd - Naval do Império - Keller - Duda
04:02
12
Meu viver se transformou
Hildemar  Diniz (Monarco) - Ratinho
03:26