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Tubarões voadores

Arrigo Barnabé
Discos: Vanguarda paulista

Próximamente disponible

22,27 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Independiente
Estilo Vanguarda paulista
Año de Edición Original 1984

Más

Arrigo Barnabé (voz, piano, teclados, arreglos)

Vània Bastos (voz), Dino Vicente o Lelo Nazário (teclados), Bozo Barretti (teclados, sintetizadores, arreglos), Tonho Penhasco (guitarra eléctrica, coros), Eduardo Gudin (guitarra acústica), Otávio Fialho (bajo), Duda Neves (batería), Paulo Barnabé (percusión, coros), Osvaldinho da Cuíca (percusión), Lúcia Turnbull, Itamar Assumpção, Gigante y Passoca (coros), Luiz Gê (gritos), Felix Wagner (vibráfono, clarinete), Toninho Carrasqueira (flauta), Teco Cardoso (saxos), Arlindo Bonadio y Bill (trombón), Capitão, Botinão y Gil (trompeta) y orquesta con arreglos de Cláudio Leal Ferreira, Gil Reyes, Bozo Barretti y Lelo Nazário y dirección de Cláudio Leal ferreira, Jamil Maluf, Lelo Nazário y Gilmar Jardim.

Participación de: Rita Lee (voz) y Paulinho da Viola (voz).

Únicamente disponible en la caja "Arrigo Barnabé" editada en 2015 por el propio artista / Only available in the Box "Arrigo Barnabé" released in 2015 by the artist himself

"Embora nascido em Londrina (PR) em 14 de setembro de 1951, o paranaense Arrigo Barnabé é nome primordialmente associado à música de São Paulo (SP), cidade para onde migrou em 1970 para estudar arquitetura e urbanismo.
Ao lado de Itamar Assumpção (1949 – 2003), artista de trajetória tão distinta quanto paralela, Arrigo encabeçou em 1980 o movimento musical conhecido como Vanguarda Paulista.
Pedra fundamental desse movimento, o primeiro álbum do artista, Clara Crocodilo, causou impacto na cena nacional ao ser apresentado em 1980 com som pautado pelo atonalismo e pelo serialismo dodecafônico em narrativa que incorporava elementos do rock, do canto falado e da estética dos quadrinhos.
Clara Crocodilo foi o resultado de cinco anos de estudo na Escola de Comunicações e Artes (ECA), frequentada por Arrigo de 1974 a 1979, na Universidade de São Paulo (USP). Já o segundo álbum de Arrigo Barnabé, Tubarões voadores, foi lançado em 1984 como desdobramento do disco vanguardista de 1980.
Embora com narrativa própria, criada a partir da música criada por Arrigo com inspiração em história em quadrinhos escrita pelo ilustrador paulistano Luiz Gê, o álbum Tubarões voadores se nutriu dos mesmos elementos de Clara Crocodilo, mas com estética ligeiramente mais pop. Só que, no caso de Arrigo, o termo pop jamais deve ser entendido como popular.
Espécie de trilha sonora da HQ criada por Luiz Gê, o álbum Tubarões voadores soou tão hermético e experimental quanto o disco antecessor. A diferença é que, se Clara Crocodilo veio ao mundo por heroicas vias independentes, o LP Tubarões voadores foi içado ao mercado fonográfico pelo selo Barclay, da Ariola, gravadora que contratara Arrigo Barnabé com sinal verde para a produção de disco que resultou dispendioso por ter sido orquestrado pelo produtor musical Robinson Borba com cordas, coros e metais.
Inicialmente o álbum se chamaria Crotalus terrificus, nome da improvável parceria de Arrigo com Paulinho da Viola – autor da letra, na primeira incursão do artista carioca pelo universo da vanguarda após a ousada canção Sinal fechado, de 1969 – gravada com a voz aguda de Vânia Bastos, uma das vocalistas da banda de Arrigo.
Só que Arrigo sugeriu a Luiz Gê a criação de narrativa inspirada pelos Tigres Voadores, nome dado aos pilotos da força aérea e da marinha norte-americanas. Como os esquadrões aéreos desses pilotos tinham a forma de tubarão, Gê criou os Tubarões Voadores e centrou a ação na cidade de São Paulo (SP) com mix de terror e humor.
Parceria de Arrigo com Luiz Gê, a música-título Tubarões voadores abriu o álbum em tom teatral, narrativo, sinalizando a estética desse disco gravado com músicos como o tecladista Bozzo Barretti, o baterista Duda Neves, o baixista Otávio Fialho (1960 – 1993), o percussionista Paulo Barnabé e o guitarrista Tonho Penhasco na banda-base, complementada com Arrigo ao piano.
O canto falado de músicas como Kid supérfluo, o consumidor implacável (Arrigo Barnabé e Ricardo Porto) – faixa gravada com a participação de Rita Lee, ilustre habitante de Sampa – expôs a sintonia entre o som de Arrigo e os trabalhos de Itamar Assumpção e do grupo Rumo, ainda que as linguagens dos três fossem distintas.
Essa conexão foi reforçada em Neide manicure pedicure (Arrigo Barnabé e Paulo Barnabé), faixa que sintonizou fictício programa de rádio em que o locutor contava história melodramática ao som do prefixo instrumental de Moonlight serenade (Glenn Miller, 1939).
Solista de Mística (Arrigo Barnabé e Roberto Riberti) e de Mirante (Arrigo Barnabé e Carlos Rennó), música que fechou o disco em viajante clima espacial, Vânia Bastos teve os vocais destacados em todo o álbum, também sustentando a narrativa da Canção do astronauta perdido, única música assinada somente por Arrigo Barnabé.
Vânia Bastos conseguiu sobressair até mesmo no samba A Europa curvou-se ante o Brasil (Arrigo Barnabé, Bozzo Barretti e Carlos Rennó), gravado com a nobreza do canto de Paulinho da Viola, artista que reforçou o esquadrão de Arrigo Barnabé para ajudar o artista a contar a história do pioneiro aviador Santos Dumont (1873 – 1972) no samba deste álbum experimental.
Então futuro tecladista da banda Capital Inicial, na qual permaneceria de 1987 a 1992, Bozzo Barretti foi parceiro de Arrigo em Papai não gostou. Lenda (Arrigo Barnabé, Eduardo Gudin, Hermelino Neder e Roberto Riberti) completou o repertório de Tubarões voadores, disco em que Arrigo Barnabé fez crítica aos medos urbanos enfrentados pelos moradores das selvas das grandes cidades.
Para reforçar a origem visual do repertório, o encarte da edição original do LP Tubarões voadores trouxe a história em quadrinhos de Luiz Gê que inspirou a criação das dez músicas inéditas desse álbum que, ao lado de Clara Crocodilo, permaneceu como simbolo do auge criativo da carreira fonográfica de Arrigo Barnabé.
Sempre trabalhando a partir de imagens e de narrativas, o artista faria a trilha sonora do filme Cidade oculta (1986), gravaria outros álbuns – Suspeito (1987) e Façanhas (1992), entre eles – e faria shows com os repertórios de Lupicínio Rodrigues (1914 – 1974) e Roberto Carlos sem jamais se dissociar dos dois voos iniciais feitos na primeira metade dos anos 1980 com o esquadrão vanguardista da cidade de São Paulo (SP)."  Mauro Ferreira (g1.globo.com, 17.08.2020)

Temas

CD 1
01
Tubarões voadores
Luiz Gê - Arrigo Barnabé
02
Crotalus terrificus
Paulinho da Viola - Arrigo Barnabé
03
Neide manicure pedic
Paulo Barbané - Arrigo Barnabé - Bozo Barretti
04
Kid superfluo, consu
Ricardo Porto - Arrigo Barnabé
Rita Lee & Arrigo Barnabé
05
Papai não gostou
Arrigo Barnabé - Bozo Barretti
06
A Europa curvou-se ante o Brasil
Carlos Rennó - Arrigo Barnabé - Bozo Barretti
Paulinho da Viola & Vânia Bastos
07
Lenda
Roberto Riberti - Arrigo Barnabé - Hermelindo Neder - Eduardo Gudin
08
Mística
Roberto Riberti - Arrigo Barnabé
09
Mirante
Carlos Rennó - Arrigo Barnabé
10
Canção do astronauta perdido
Arrigo Barnabé