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Em algum lugar

Beto Guedes
Discos: MPB

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Sony / Epic
Estilo MPB
Año de Edición Original 2004

Más

Beto Guedes (voz, teclados, guitarra eléctrica, percusión, arreglos)

Marcelo Martins (saxo tenor, saxo soprano), Milton Guedes (armónica), Claudio Faria y Dudu Trentin (piano, teclados), Renato Fonseca y William Magalhães (teclados), Ricardo Silveira y Alexandre Lopes (guitarras), Rick Ferreira (guitarra steel), Ian Guedes (guitarra eléctrica), Paulinho Soledade (guitarra acústica, coros), Arthur Maia o Adriano Campagnani (bajo), Cesinha o Neném (batería), Robertinho Silva y Guda (percusión), Bettina Graziani, Nair Cândia y Xico Pupo (coros), Marcio Malard (cello), cuarteto de cuerdas, Wagner Tiso (arreglos de cuerdas).

Participación especial de: Gláucia Quites (voz) y Bianca Luar (voz).

"Um sol. Esta é uma figura recorrente no novo Beto Guedes, Em Algum Lugar, disco recém-lançado. Esse motivo estético solar é um item abstrato, tem a ver com o sentimento do disco como um todo, não está obrigatoriamente nas letras. E, pode-se dizer, é uma luz de meio de tarde, em uma estrada, talvez, que incide em boa parte das músicas deste CD, francamente "claro", a começar pela capa, um céu azul com Beto sobre um chão de plantas.
Para os fãs da segunda e terceira fases do Clube da Esquina, Em Algum Lugar deve funcionar bem, tem sotaque atualizado, mas reconhecível, do idioma musical de Beto e parece exalar uma paz campestre, "ruralizante", de matagal, aspecto que bem tem a ver com a filiação criativa do músico.
O problema de avaliar uma peça como Em Algum Lugar é o fato de Beto Guedes ser o nome por trás de duas das obras-primas da história da MPB, A Página do Relâmpago Elétrico, talvez a primeira obra brasileira de rock progressivo rural, e Amor de Índio.
São dois dos melhores espelhos musicais de Minas Gerais no final dos anos 70. A Página, de 1977, sobretudo, é um disco fantástico, épico de bandolins, baixo e teclados, uma combustão jovem de criatividade musical talvez insuperável. Obra até hoje potente. Logo depois, em 1978, veio Amor de Índio, disco maravilhoso, e foi desencadeado no som de Beto, sempre um lirista com raiz
no interior árido mineiro (Montes Claros), um abrandamento, cada vez maior. Não é impossível ver razoável parte deste Em Algum Lugar como remixagem, ok, com roupagem mais musculosa e timbre moderno, do que foi feito pelo autor a partir desse processo de abrandamento, que se consolidou mesmo na década de 80 (fase mais popular de Beto Guedes) e possui origens, fagulhas, já no finalzinho da década de 70.
Outra Manhã e  Sonhando o Futuro , exemplificando, são faixas que parecem chegar de viagem, com as botas ainda sujas de terra daquela época, vindas talvez direto do disco Sol de Primavera, 1979 (disco nota nove e meio), para serem recicladas e fermentadas aqui, no Em Algum Lugar. É uma conexão impressionante com esse tempo, e esse fato pode ser entendido, por um lado, como perpetuação de um estilo, ratificação de uma escrita, reencontro normal com uma expressão. Fãs deverão sentir aprazível sensação de conforto ao longo da audição.
Curiosamente, confirmando o que seria um sentido vigoroso de "instituição" Clube da Esquina, Sonhando o Futuro é assinada por Lô Borges e Cláudio Venturini, nem parece deles, parece mesmo de Beto Guedes. Por outro lado, Beto relê aqui  A Via Láctea, clássico de Lô, som nascido em 1979. A música recebe cores mais pesadas em sua atualização, via mãos de Beto. De qualquer forma, Em Algum Lugar, por esses mesmos fatores, pode ser compreendido, também, como um trabalho pragmático, provavelmente pragmático demais, e esta é idéia que pode ser explicada através de quatro letras, "s", "o", "n" e "y", creio. O selo parece estar encravado, ou adesivado, nas engrenagens do disco.  Eu te Dou meu Coração (Beto Guedes é um dos melodistas mais inspirados de seu tempo, no globo terrestre) é caso exemplar de material, em essência, bem pensado - seu esqueleto melódico a princípio é interessante -, mas que sofre com o tratamento "gravadora grande" que recebe. Sua embalagem a torna problematicamente inofensiva e o resultado
grita meio superficial, em análise final. Esse tipo de fenômeno, apesar de se tratar de um disco geralmente bonito, com um espírito de liberdade de quem viaja por aí implícito nas composições, não é incomum no CD.
Possibilidades de algum experimentalismo, dissonantes do padrão de arranjo e acabamento que vigora por aí hoje em dia, aparentemente estão suprimidas no disco, de forma geral.  Tua Canção , com uma linha feminina de vocal injetada em seu desenvolvimento, e  Um Sonho Pra Viver , que registra um solo de guitarra dos mais belos, aparecem vestidas com um veludo melódico delicado e possuem harmonias lindas, são as melhores." Claudio Szynkier (Carta Maior, 08.10.2004)

Temas

CD 1
01
Até depois
Luiz Guedes - Paulo Flexa - Thomas Roth
02
Sonhando o futuro
Cláudio Venturini - Lô Borges
03
O amor por nós (The moon's a harsh mistress)
Jimmy Webb
04
Um sonho pra viver
Renato Vasconcelos - Murilo Antunes
05
Outra manhã
Alberto de Castro Guedes (Beto Guedes) - Chico Amaral
06
Lamento árabe
Godofredo Guedes
07
Em algum lugar (Wing of fisherman)
Frederick Rousseau 
08
Eu te dou meu coração
Alberto de Castro Guedes (Beto Guedes) - Léo Lopes - Ronaldo Bastos
09
Amor de filho
Milton Nascimento - Beto Guedes
10
A Via Láctea
Lô Borges - Ronaldo Bastos
11
Tua canção
Ronaldo Cotrim - Carolina Futuro
Bianca Luar & Beto Guedes
12
Vem ver o sol
Cláudio Faria
Gláucia Quites & Beto Guedes
13
Júlia
Gabriel Guedes