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Vinicius, sem mais saudade

Céline Imbert & Marcelo Ghelfi
Discos: MPB / Clásica

Disponible

Ficha técnica Discos

Sello	CPC/UMES
Estilo	MPB / Clásica
Año de Edición Original	2004

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Céline Imbert (voz), Marcelo Ghelfi (piano, arreglos)

"Famosa pela paixão com que encarna papéis de Wagner, Bizet e Puccini, a mezzo-soprano Celine Imbert lança, nesta semana, no Sesc Pompéia, um disco de MPB.
"Vinicius, sem Mais Saudade" é o nome do CD, em parceria com o pianista Marcelo Ghelfi, da Orquestra Jazz Sinfônica, responsável pelos arranjos de algumas das mais famosas canções do poeta Vinicius de Morais (1913-1980) que integram o álbum, como "Insensatez", com música de Tom Jobim (1927-1994), "Consolação", parceria com Baden Powell (1937-2000), e "Sem Mais Adeus", com co-autoria de Francis Hime, 64.
Que ninguém espere de Imbert, contudo, o festival de gritaria e agressões ao estilo que acontece quando cantores líricos se aproximam da música popular. "Vinicius, sem Mais Saudade" está muito distante, por exemplo, dos Três Tenores se esgoelando e estropiando a língua portuguesa em "Aquarela do Brasil".
No disco, ela canta sem o vibrato que lhe é tão necessário nos palcos de ópera, com uma emissão e uma impostação que privilegiam o entendimento do texto cantado. O que ela traz da parte lírica é o cuidado com a linha melódica e a capacidade de conferir diversas cores ao fraseado.
"Eu comecei como cantora popular e cantei na noite paulistana por um ano. Isso me deu experiência e uma vivência intensa da MPB. Acho que, como aprendi a cantar popular antes do lírico, acabei não esquecendo como era esse jeito de cantar", explica.
Além disso, em seu trabalho com Ghelfi, ela privilegia uma expressividade forte, com emoções à flor da pele, que a afastam do universo da bossa nova.
"Eu era uma grande fã de Elis Regina. Fui a todos os shows dela que pude e comprei quase todos os discos. Elis sempre me encantou porque cantava com muita verdade, com muita emoção. Com sua voz, conseguia pintar o sentimento por detrás das letras."
Quem quiser ouvir imitações de Elis Regina (1945-1982), contudo, sabe bem a que cantora deve se dirigir. Mesmo ao interpretar clássicos consagrados pela gaúcha, como "Canto de Ossanha" e "Arrastão", Imbert opta por interpretações personalíssimas que, agradem ou não, só a ela pertencem.
Com roteiro, iluminação e direção de Caetano Vilela, o show de hoje dá seqüência a um trabalho de pesquisa iniciado no ano passado, que culminou em seis apresentações em unidades do Sesc, em 2003, e na gravação desse CD, em 2004, pela CPC-Umes.
Imbert diz que lançará mais um disco de MPB -dedicado a Milton Nascimento. Em agosto, no Rio, com direção cênica de Bia Lessa, estrela a ópera "A Cena da Origem", de Egberto Gismonti." Irineu Franco Perpetuo (Folha de S.Paulo, 03.06.2004)

Temas

CD 1

Olha Maria
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) - Vinicius de Moraes