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Quando o canto é reza (Canções de Roque Ferreira)

Roberta Sá & Trio Madeira Brasil
Discos: MPB Bahia

Disponible

34,18 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Universal Music
Estilo MPB Bahia
Año de Edición Original 2010

Más

Roberta Sá (voz)
Trio Madeira Brasil: Marcello Gonçalves (guitarra de 7 cuerdas), Zé Paulo Becker (guitarra acústica, viola caipira), Ronaldo do Bandolim (bandolim).
Zero y Paulino Dias (percusión), Antonia Adnet, Beth Marques y Pedro Luís (coros).

Participación especial de: Moyseis Marques (voz).

Edición en formato Digipack.

En su tercer disco, la joven y brillante cantante potiguar (original del Estado de Rio Grande do Norte) radicada en Rio de Janeiro, homenajea al gran compositor bahiano Roque Ferreira (Nazaré das Farinhas, 1947) y se suma al merecido reconocimiento que éste ha recibido en los últimos años (añadiendose a cantantes bahianas como Maria Bethânia, Marienne Castro o Clécia Queiroz, habituales divulgadoras de su obra). El samba vuelve a ser la base del repertorio de la cantante, en un feliz encuentro con la elegancia y original sonoridad del Trio Madeira Brasil. Si bien recibió inicialmente algún reparo por parte del veterano compositor, el disco mereció el elogio unánime de crítica y público y fue nominado a los máximos galardones de la MPB de ese año (Mejor Disco y Mejor Cantante de Música Popular). El disco incluye 8 temas inéditos.
Una auténtica delicia.

" Em março de 2010, Roberta Sá ainda saboreava o sucesso do disco e show Que belo estranho para se ter alegria (2007) quando foi para o estúdio gravar Quando o canto é reza, o álbum mais audacioso de carreira que ganhara o primeiro impulso há sete anos com luminosa gravação do samba A vizinha do lado (Dorival Caymmi, 1946) para a trilha sonora da novela Celebridade (TV Globo, 2003 / 2004).
Cantora de origem potiguar, Roberta Sá entrou em estúdio do Rio de Janeiro (RJ) – cidade para onde migrara aos nove anos com a família, vinda de Natal (RN), onde nasceu em dezembro de 1980 – com o Trio Madeira Brasil para corajosamente fazer disco somente com músicas de Roque Ferreira.
Baiano nascido em março de 1947 na litorânea cidade de Nazaré das Farinhas (BA), de onde se mudou para Salvador (BA) aos dez anos, o compositor Roque Augusto Ferreira foi lançado em 1979 na voz de Clara Nunes (1942 – 1983) e teve músicas gravadas com sucesso por Zeca Pagodinho nos anos 1990.
Contudo, o compositor precisou esperar até os anos 2000 para ser cultuado por lapidar obra autoral fincada no samba de matriz afro-brasileira, mas com extensão para ritmos nordestinos como chula, coco, ijexá e ciranda. Obra que identifica Roque Ferreira como único legítimo seguidor de Dorival Caymmi (1914 – 2008) no mar profundo da música brasileira.
A partir de 2004, ano em que o artista lançou o álbum solo Tem samba no mar e ano também em que a cantora baiana Mariene de Castro pediu passagem com o disco Abre caminho, repleto de músicas do compositor, Roque Ferreira foi descoberto por vozes da MPB. Maria Bethânia passou a gravá-lo com regularidade e ampliou a visibilidade do artista.
Já seduzida pela arquitetura do cancioneiro do compositor desde 2004, Roberta Sá incluiu um então inédito samba de Roque, Laranjeira, no repertório de Que belo estranho dia para se ter alegria, álbum que consolidou o sucesso obtido pela cantora com o primeiro álbum oficial da discografia, Braseiro, lançado em 2005.
No mesmo ano de 2007 em que lançou o CD Que belo estranho dia para se ter alegria, Roberta gravou com o Trio Madeira Brasil outro samba de Roque, Afefé, para o disco coletivo Samba novo, editado naquele ano.
Destaque de Samba novo, a gravação de Afefé deu a pista certeira do tom sofisticado de Quando o canto é reza – Canções de Roque Ferreira, álbum lançado em agosto de 2010 com ilustrações de Filipe Jardim na luva que cobria a embalagem de formato digipack, na capa interna, na contracapa e no encarte.
Produzido por Pedro Luís, sob direção musical do violonista Marcello Gonçalves, o álbum Quando o canto é reza – Canções de Roque Ferreira se impôs como clássico instantâneo da discografia brasileira e evidenciou a ousadia de Roberta Sá, cantora que se permitiu correr riscos ao se afastar da linha do bem-sucedido disco anterior.
Nas gravações das 13 músicas selecionadas para o repertório, sendo oito então inéditas, o canto de Roberta Sá soou límpido e com a leveza que conquistou seguidores fiéis desde o disco Braseiro. Contudo, o êxito de Quando o canto é reza deve ser repartido de igual para igual com os excepcionais músicos do Trio Madeira Brasil.
Marcello Gonçalves (violão de sete cordas), Ronaldo do Bandolim (bandolim) e Zé Paulo Becker (violão e viola caipira) refinaram as harmonias do cancioneiro de Roque Ferreira, às vezes afastando os sambas da roda baiana na qual gravitavam, por exemplo, as gravações radiantes da cantora Mariene de Castro, intérprete mais identificada com a gênese desse samba do Recôncavo Baiano.
Embora sem abrir mão das percussões, confiadas aos músicos convidados Paulino Dias e Zero Telles, Roberta e o Trio Madeira Brasil abordaram a obra de Roque Ferreira sem o caloroso baticum do samba de roda. As cordas virtuosas do trio teceram requintadas tramas de violões que deram ao disco singular sofisticação instrumental.
Por ser purista, defensor arraigado das tradições musicais, Roque Ferreira chegou a expressar publicamente certo descontentamento com o resultado do álbum com o qual havia colaborado ao receber Roberta e os músicos na Bahia, em 2009, na fase de seleção do repertório.
Pura birra do compositor! Disco irretocável, Quando o canto é reza pôs Roberta Sá no altar das grandes cantoras surgidas no Brasil no século XXI, não somente pelo canto em si, sempre claro e afinado, mas pela inteligência na concepção deste álbum arrojado.
Antes de gravar efetivamente o disco, em março e abril de 2010, Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil fizeram quatro apresentações em casa do Rio de Janeiro (RJ), em janeiro daquele ano, para testar o repertório em show então inédito.
No roteiro deste show, a cantora e os músicos apresentaram medley com Mão de Ofá e Axé de Oxum que chegou a ser gravado para o disco, mas acabou excluído (juntamente com outra faixa supostamente intitulada Samba chula) da seleção final do álbum.
O disco inicialmente se chamaria Chita fina, nome do samba de roda gravado em molde mais tradicional do gênero, com o devido toque interiorano (dado pela viola caipira de Zé Paulo Becker) e o prato e a faca percutidos por Zero.
O título final, Quando o canto é reza, foi extraído da letra de Água doce, ijexá de toque tão santo quanto Menino, outro ijexá, este com violões que evocaram a batida dos afro-sambas ouvida no violão de Baden Powell (1937 – 2000) e que exibiram influência do ifá, ritmo do Candomblé.
O elo da Bahia com a África foi evidenciado já na percussão introdutória do samba que abriu o disco, Mandingo, parceria de Roque com Pedro Luís, lançada por Pedro no álbum Ponto enredo (2008). Outra música também assinada por Roque com um parceiro, no caso o violonista Zé Paulo Becker, Zambiapungo evidenciou o bordado refinado das cordas do Trio Madeira Brasil, que soou latino ao abrir A mão do amor (2009), música originalmente intitulada Tricô até ter o título trocado por Maria Bethânia ao ser inserida como vinheta pela cantora no álbum Tua (2009).
A alta costura do Trio Madeira Brasil fez com que a chula Xirê (2009) – lançada no ano anterior pela cantora Clécia Queiroz em disco também dedicado ao cancioneiro de Roque Ferreira – exemplificasse a habilidade do trio para tirar o samba do compositor da roda original sem prejuízo estético. As palmas em Xirê foram batidas em outra cadência, dialogando com o toque do violão.
Festejo também reinventou a roda ao abrir mão da percussão, mas culminou com citação do Samba pra moças (Roque Ferreira e Grazielle, 1995), sucesso de Zeca Pagodinho, no arremate do disco. O samba Cocada também saiu da roda, sendo temperado com coco e maxixe.
E por falar neste ritmo carioca, o samba Tô fora mostrou que Roque também sabia seguir a cadência bonita do samba do Rio de Janeiro (RJ). Tanto que Roberta convidou Moyseis Marques – voz emergente do samba da cidade – para dividir com a cantora a interpretação de Tô fora.
As vivências cariocas da cantora e dos músicos se refletiram no ritmo de samba-choro que baixou em Orixá de frente em curioso contraponto com a temática afro-baiana da letra que versava sobre signos do Candomblé, com justificado orgulho negro. Roberta pôs um dengo próprio em Orixá de frente, evocando a manemolência dos sambas de Dorival Caymmi, uma das matrizes do cancioneiro de Roque Ferreira.
Nessa ponte Rio-Bahia, o samba Água da minha sede (2000) – parceria de Roque com o carioca Dudu Nobre apresentada há então dez anos como faixa-título de álbum editado por Zeca Pagodinho – se banhou nas águas da ciranda e no baque do maracatu, em mais uma amostra de que Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil se recusaram a rezar pela cartilha de Roque Ferreira com fé cega. Mas como não pôr toda a fé em disco no qual Roberta Sá sacralizou o lirismo de Marejada??
Lançado em CD em edição luxuosa pela gravadora MP,B Discos, com distribuição da Universal Music, o álbum Quando o canto é reza – Canções de Roque Ferreira completou dez anos em 2020 como o ponto mais luminoso da discografia de Roberta Sá, embora os dois primeiros álbuns oficiais da cantora também sejam perfeitos.
Bem recebido por público e critica, mas sem a euforia a que fazia jus, sobretudo entre alguns admiradores do disco anterior Que belo estranho dia para se ter alegria, o álbum Quando o canto é reza se conservou brilhante, imune aos efeitos corrosivos do tempo, como fonte sagrada de obra que se banha nas águas limpas da música do Brasil." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 05.06.2020)

Temas

CD 1
01
Mandingo
02
Chita fina
03
Zambiapungo
04
Cocada
05
Água da minha sede
06
Orixá de frente
07
Água doce
08
Menino
09
Tó fora
10
Xire
11
Marejada
12
A mão do amor
13
Festejo