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Partir

Fabiana Cozza
Discos: MPB Bahia

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Independiente
Estilo MPB Bahia
Año de Edición Original 2015

Más

Fabiana Cozza (voz)

Swami Jr. (guitarra de 7 cuerdas, arreglos), Jurandir Santana (guitarras, viola caipira, tiple, arreglos), Marcelo Mariano (bajo), Douglas Alonso (batería, percusión), Felipe Roseno (percusión)

El exquisito 5º disco de la gran cantante paulistana Fabiana Cozza, inspirado en Bahia y en las raíces africanas de su música popular, tiene producción del guitarrista y compositor Swami Jr. y un especial texto de presentación:

"Fabiana, seu disco é lindo. Você sempre canta bonito, sempre usando com maestria seu timbre, alcance vocal, apuro nas notas, caprichosa na escolha dos músicos. E mais que tudo isso, eu gosto que você cante a sua música, livre. Só a graça de Deus e suas escolhas. Isso eu sempre vou reverenciar num artista. Adoro as cantigas escolhidas por você nesse disco, a nudez dos arranjos, onde sua voz passeia lisa e clara. Fico alegre quando ouço Eu não pedi - música com raiz no samba do meu Recôncavo. Que beleza! E gosto de sentir a lua e a garoa que moram em sua voz sobre a música do meu lugar, aquele onde os fevereiros são de festa e luz, e os "junhos de fumaça e frio". Brava! Sua fã, Maria Bethânia."

"Declarando-se fã de Fabiana Cozza em texto escrito para o encarte da edição em CD do quinto álbum da artista paulistana, Partir, Maria Bethânia foi direto ao ponto baiano:
“Fico alegre quando ouço Eu não pedi, música com raiz no samba do meu Recôncavo. Que beleza! E gosto de sentir a lua e a garoa que moram em sua voz sobre a música do meu lugar, aquele onde os fevereiros são de festa e luz e 'os junhos de fumaça e frio'. Brava!”, saudou Bethânia, citando verso de Genipapo absoluto (1989), música do mano Caetano Veloso sobre as origens e emoções vivenciadas em Santo Amaro da Purificação (BA), cidade de sons entranhados neste grande disco de Cozza.
Essa partida em direção à Bahia foi movimento surpreendente na trajetória fonográfica dessa cantora paulistana que, em 2004, batizara o primeiro álbum, O samba é meu dom, com o nome da composição de Wilson das Neves (1936 – 2017) e Paulo César Pinheiro – lançada em 1996 na voz de Das Neves – para marcar território, abrir alas e pedir passagem no mundo da música.
Samba que louva a linhagem nobre de bambas seminais, para afirmar devoção ao gênero matricial da música do Brasil, a composição já reverberava na voz encorpada e afinada da artista nas apresentações feitas pela cantora no bar Ó do Borogodó.
Reduto boêmio da Vila Madalena, bairro de São Paulo (SP), cidade onde Fabiana Cozza dos Santos veio ao mundo em 16 de janeiro de 1976, o Ó do Borogodó foi um dos bares paulistanos onde a artista exercitou o dom do canto, lapidado a partir de 1996 na Universidade Livre de Música Tom Jobim e posto à prova em grupo vocal integrado por Fabiana na segunda década de 1990, sob o comando de Jane Duboc.
Reconhecida como grande cantora pelos bambas desde que começou a se fazer ouvir, pela beleza e sentimento da voz capaz de emitir graves e agudos com limpidez, Fabiana Cozza recebeu excelente educação musical já em casa.
O dom para o canto foi herdado do pai, Oswaldo dos Santos, intérprete oficial até 1986 dos sambas-enredos da escola de samba paulistana Camisa Verde e Branco. Mas os caminhos para a exposição desse canto foram sendo desbravados pela própria Fabiana Cozza.
Quinto álbum da cantora, lançado em maio de 2015 em edição da Agô Produções distribuída via Tratore, Partir direcionou o samba e o dom de Fabiana Cozza para a Bahia em rota que, como de hábito, teve a África como ponto de partida para todos os caminhos da música da artista.
A matriz afro-brasileira do repertório de Fabiana Cozza sempre ficou evidenciada na discografia da cantora, que confirmara no segundo álbum, Quando o céu clarear (2007), as grandes qualidades evidenciadas no disco de estreia de 2004.
Ao canto enérgico e potente, Cozza sempre aliou rigor na escolha do repertório sem jamais ter feito concessões ao mercado. No terceiro álbum, Fabiana Cozza (2011), produzido por Paulão Sete Cordas, esse repertório foi fincado nos quintais do samba carioca.
No quarto álbum, Canto sagrado (2013), primeiro título ao vivo da discografia da artista, a celebração da arte de Clara Nunes (1942 – 1983) – cantora também associada ao samba e identificada com o universo afro-brasileiro – Cozza mostrou ter personalidade ao abordar o repertório da intérprete antecessora sem soar como cópia do luminoso original.
Em Partir, Fabiana Cozza rumou para a Bahia sem perder a África no horizonte musical deste disco que também transitou pelos sons de Cuba. Desenvolvida no álbum posterior da artista, Ay amor! (2017), dedicado ao cancioneiro do cantor e compositor cubano Ignacio Jacinto Villa Fernández (1911 – 1971), o Bola de Nieve, a musicalidade cubana saltou aos ouvidos em Partir no arranjo de Borzeguita (Leandro Medina, 2015).
Borzeguita foi uma das 14 faixas do disco gravado de 16 a 27 de novembro de 2014, no estúdio paulistano 185, sob direção musical do violonista Swami Jr. a partir da concepção desenvolvida por Fabiana Cozza com o próprio Swami Jr. e com Marcelino Freire.
O embrião do álbum Partir foi show feito pela cantora em outubro de 2011, na cidade de São Paulo (SP), com o compositor baiano Roberto Mendes. Natural de Santo Amaro da Purificação (BA), cidade natal de Bethânia, Mendes foi compositor dominante no repertório do disco, assinando cinco das 14 músicas. Duas, Voz guia (1996) e Orixá (2007), eram parcerias com o poeta e letrista baiano Jorge Portugal (1956 – 2020), mestre pensador da baianidade nagô.
Orixá baixou na forma de música quando Roberto Mendes criou melodia para poema escrito por Portugal em saudação à ialorixá baiana Maria Stella de Azevedo Santos (1925 – 2018), conhecida como Mãe Stella de Oxossi.
Outras duas músicas de Roberto Mendes eram parcerias com Nizaldo Costa de lira mais romântica, ambas egressas do show feito pelo compositor santo-amarense com Fabiana Cozza em 2011.
Não pedi (2014) – música lançada pela cantora baiana Jurema Paes no álbum Mestiça (2014), um ano antes do disco de Cozza – era o samba que encantou Bethânia por desaguar nas águas do Recôncavo Baiano. Já Teus olhos em mim ganhara registro simultâneo da cantora baiana Virgínia Rodrigues no álbum Mama Kalunga, lançado em abril de 2015, um mês antes de Fabiana Cozza apresentar o CD Partir.
A sublime música-título deste disco de Virgínia Rodrigues – Mama Kalunga (2015), obra-prima do cancioneiro do compositor baiano Tiganá Santana – também reapareceu no álbum de Fabiana Cozza.
De Tiganá, Cozza também deu voz a uma canção em francês – Le Mali chez la carte invisible (2014), apresentada por Jurema no já citado álbum Mestiça – em que o compositor denunciou com poesia a invisibilidade da África aos olhos do mundo.
Veio da África, mais precisamente de Angola, o ponto de partida para a inspiração do compositor João Cavalcanti na criação de Chicala (2015), uma das músicas então inéditas deste disco em que Fabiana Cozza também apresentou o samba Fim da dança (Vidal Assis e Moyseis Marques, 2015), a canção É do mar (Gisele Di Santi, 2015) e Roda de capoeira (Vicente Barreto e Paulo César Pinheiro, 2015), faixa que remeteu aos afro-sambas da década de 1960.
Embora banhado pelas águas do Recôncavo Baiano, o álbum Partir também evocou as mornas do litoral de Cabo Verde na canção Entre o mangue e o mar (Alzira E e Arruda, 2015) e estendeu a rota até Minas Gerais para celebrar a África que pulsa nos congados da região, mote de Velhos de coroa (Sérgio Pererê, 2012).
Velhos de coroa foi o tema que abriu o disco com picos de beleza na interpretação de Fabiana Cozza, justificando o entusiamo manifestado pela dona do dom, Maria Bethânia, ao festejar esse movimento ousado da paulistana Fabiana Cozza em direção a outras terras e horizontes musicais sem jamais perder de vista a África.
Um movimento coerente, pois a África é fonte de todo samba, dom dessa grande cantora do Brasil que, após celebrar o legado da compositora carioca Ivone Lara (1922 – 2018) no disco Canto da noite na boca do vento (2019), lança em setembro de 2020 o oitavo álbum, Dos Santos, louvando divindades de religiões dessa matriz afro-brasileira que também gerou o belo disco Partir." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 15.08.2020)

Temas

CD 1
01
Velhos de coroa
Sérgio Pererê
02
Entre o mangue e o mar
Alzira E - ArrudA
03
Chicala
João Cavalcanti
04
Roda de capoeira
Vicente Barreto - Paulo César Pinheiro
05
Le Mali chez la carte invisible
Tiganá Santana
06
Orixá
Roberto Mendes - Jorge Portugal
07
Teus olhos em mim
Roberto Mendes - Nizaldo Costa
08
Não pedi
Roberto Mendes - Nizaldo Costa
09
Fim de dança
Vidal Assis - Moyséis Marques
10
Mama kalunga
Tiganá Santana
11
Voz guia
Roberto Mendes - Jorge Portugal
12
É do mar
Gisele De Santi
13
Borzeguita
Leandro Medina
14
Seu moço
Roberto Mendes - Hermínio Bello de Carvalho