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Mágico

Alceu Valença
Discos: MPB Nordeste

Próximamente disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Universal Music
Estilo MPB Nordeste
Año de Edición Original 1984

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Únicamente disponible en la caja "Três tons" / Only available in the Box "Três tons"

Reedición en CD, de 2013, remasterizada, del disco lanzado originalmente por el sello Ariola. Incluido en la caja "Três tons".

"Pernambucano de São Bento do Una (PE), terra interiorana onde nasceu em 1º de julho de 1946, Alceu Valença se mudou para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1970, no início na corrente migratória que deslocou iniciantes artistas nordestinos para o sudeste do Brasil em busca de visibilidade nacional.
Cantor, compositor e músico que contribuiu decisivamente na década de 1970 para a eletrificação dos ritmos nordestinos, amalgamados com a batida do rock, Alceu Valença precisou esperar dez anos na embolada do tempo para obter efetivo sucesso popular a partir de 1980.
Décimo álbum da discografia de Alceu, Mágico propagou a densa balada Solidão (Alceu Valença, 1984), mas, a rigor, diminuiu a intensidade do fluxo do sucesso tardio do cantor ao ser lançado em 1984 sem deixar de reforçar a assinatura singular do artista.
Essa assinatura começou a ser delineada ao longo dos anos 1970, década em que o cantador participou de festivais, gravou disco com Geraldo Azevedo (LP recusado pela Philips e editado pela Copacabana em 1972) e, em carreira solo, lançou álbuns arrojados como Molhado de suor (1974), o posteriormente cultuado Vivo! (1976) e Espelho cristalino (1977).
Desiludido com a moderada repercussão desses álbuns, o artista partiu para o autoexílio na França. Em Paris, em 1979, gravou o álbum Saudade de Pernambuco – disco dado como perdido até ser encontrado e lançado discretamente em 1998 – e compôs o coco Coração bobo.
Nome do álbum lançado por Alceu em 1980 na volta ao Brasil (quando o cantor foi contratado pela Ariola, gravadora de origem alemã então recém-instalada no país), Coração bobo bateu forte nas paradas e fez a massa brasileira prestar atenção no som deste artista de obra influenciada pelo canto dos aboiadores, violeiros e emboladores.
Alceu aproveitou a favorável onda mercadológica e, se sentindo renovado e inspirado, ampliou a obra e o sucesso com os álbuns Cinco sentidos (1981), Cavalo de pau (1982) e Anjo avesso (1983). Cavalo de pau, em especial, representou pico de popularidade na trajetória de Alceu com os retumbantes hits Tropicana (Alceu Valença e Vicente Barreto, 1982) e Como dois animais (Alceu Valença, 1982).
Anjo avesso manteve o pique por conta de Anunciação (Alceu Valença, 1983), música desde então obrigatória nos shows de Alceu, nos quais é saudada assim que a banda reproduz o prefixo do arranjo da gravação original.
O sucesso do disco Anjo avesso e em especial da música Anunciação motivou o executivo Paul Van Dyke – então presidente da Polygram, gravadora que, a partir de 1984, encampou o acervo e o elenco da Ariola – a propor a Alceu que gravasse o próximo álbum na Holanda.
Esse álbum foi Mágico, produzido pelo guitarrista Paulo Rafael – sob a direção artística de Marco Mazzola – e editado via Barclay, selo vinculado à Polygram.
Entusiasmado com a proposta para gravar disco na Holanda, até porque acabara de compor com o parceiro João Fernando (antes do convite) a canção Moinhos, em que vislumbrara os moinhos da Holanda e os coqueiros de Olinda (PE) na mesma paisagem poética, Alceu partiu para Hilversum, cidade holandesa em que, de 30 de julho a 25 de agosto, gravou o álbum Mágico no Wisseloord Studios.
“Meu repente é brasileiro / E a pitada de estrangeiro / Eu boto pra te envenenar”, ressaltou o cantor, duas vezes, na introdução de Que grilo que dá (Rock de repente). Da lavra de Alceu, esse repente roqueiro foi uma das nove músicas que compuseram o repertório quase inteiramente autoral do álbum Mágico. A exceção foi A menina dos meus olhos (1983), composição do primo Bubuska Valença, lançada pelo autor no ano anterior e regravada por Alceu em Mágico com o toque de Zé da Flauta em evocação dos pífanos de Caruaru (PE).
A rigor, a “pitada de estrangeiro” mencionada por Alceu na introdução do rock repentista foi diluída no álbum Mágico pela forte brasilidade do som elétrico do artista. Essa brasilidade vestiu o agalopado martelo Casaca de couro (Alceu Valença), sintetizada na faixa no toque da percussão de Firmino.
Rajada de vento (Zé da Flauta e Alceu Valença) também soprou forte, enfrentando a corrente tecnopop roqueira produzida pela fricção entre a guitarra-furacão de Paulo Rafael, o baixo de Jorge Degas e a bateria de Jurim Moreira. Nem os toques do sintetizadores pilotados por Márcio Miranda esmaeceu o tom de Dia branco, canção da lavra solitária de Alceu, homônima do sucesso de Geraldo Azevedo. A influência dos cantadores reverberou na vocalização árida do Maracatu colonial, composto sem letra.
Como hábil ilusionista, Alceu embolou ritmos no álbum Mágico no tempo agitado que sempre pautou a obra do artista. Cambalhotas (Alceu Valença) abriu o disco como se fosse rock e depois deu a impressão de ser samba sem ser nem uma coisa nem outra. Nem embolada. Nem samba-rock. Era Alceu Valença, em rota que o levou à Holanda, país que tentou colonizar o povo pernambucano em invasões dos territórios de Recife (PE) e Olinda (PE) entre 1630 e 1654.
Três séculos depois, foi a vez de nativo de São Bento do Una (PE), de visão contemporânea e sotaque universal, ir para a Holanda demarcar o território musical brasileiro na gravação de Mágico, disco feito sem truques.
A única mágica de Alceu Valença neste álbum de 1984 foi mostrar que, independentemente de ter (ou não) o massivo apoio popular, o artista sempre pulsou firme com cancioneiro alimentado pela força elétrica desse alquimista embolador de ritmos."Mauro Ferreira (g1.globo.com, 05.05.2020)

Únicamente disponible en la caja "Três tons" / Only available in the Box "Três tons"

Temas

CD 1
01
Cambalhotas
Alceu Valença
02
Dia branco
Alceu Valença
03
Casaca de couro
Alceu Valença
04
Rajada de vento
Zé da Flauta - Alceu Valença
05
Solidão
Alceu Valença
06
Que grilo que dá (Rock de repente)
Alceu Valença
07
A menina dos meus olhos
Bubuska
08
Moinhos
João Fernando - Alceu Valença
09
Maracatu colonial
Alceu Valença