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O ouro do pó da estrada

Elba Ramalho
Discos: MPB Nordeste

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Deck
Estilo MPB Nordeste
Año de Edición Original 2019
Bailable

Más

Elba Ramalho (voz)

Participación especial de: Ney Matogrosso (voz), Roberta Sá (voz), Maria Gadú (voz) y Lucy Alves (voz).

Edición en formato Digipack.

Excelente 38º álbum de la gran artista paraibana Elba Maria Nunes Ramalho (Conceição de Piancó, PB, 1951).

"O 38º álbum de Elba Ramalho, O ouro do pó da estrada, é disco sobre o ato de caminhar na vida à procura de paz e amor. É daqueles discos em que a cantora paraibana não se limita a repisar trilhas dos 40 anos de carreira fonográfica iniciada em 1978 com gravação em música de álbum de Chico Buarque. Mas tampouco as evita.
Basta ouvir o toque da sanfona e da zabumba chamar o ouvinte para cair na arretada batida forrozeira de Oxente (2018) – (mais uma) inspirada parceria de Marcelo Jeneci com Chico César – para perceber que a leoa do nordeste continua exercitando a valentia sem pegar em armas, empunhando a bandeira da fraternidade.
Levada na cadência do xote, a canção Se não tiver amor (George Sauma, 2018) hasteia essa bandeira do afeto, seguindo passos dados por Elba na vida pessoal.
O disco O ouro do pó da estrada traduz a fé da artista no Homem e na vida, mas em trilha distante do discurso quase explicitamente cristão do álbum anterior da cantora, Eu sou o caminho (2017), lançado em dezembro do ano passado.
A produção antenada de Yuri Queiroga e Tostão Queiroga valoriza o álbum O ouro do pó da estrada, bafejando a estrada musical de Elba com o ar fresco do pop contemporâneo.
Há um frescor que conecta o disco a dois títulos recentes da discografia da intérprete, Qual o assunto que mais lhe interessa? (2007) e Do meu olhar para fora (2014), ambos costurados pelo mesmo traçado contemporâneo desse novo álbum que chega ao mercado fonográfico na próxima sexta-feira, 30 de novembro, estando com edição em CD prevista pela gravadora Deck para janeiro de 2019.
Também atuando como arranjadores, os produtores Yuri Queiroga e Tostão Queiroga põem pressão em abordagens de músicas como Calcanhar (Yuri Queiroga e Manuca Bandini, 2013) – faixa de pegada incandescente que atiça no toque da sanfona a essência nordestina que delineia o caminho de Elba desde a década de 1970 – e O girassol da caverna (Lula Queiroga, 1983), tema que desabrocha com luminosidade no dueto da cantora com Ney Matogrosso, 35 anos após a obscura gravação original do compositor Lulu Queiroga.
Contudo, além do repertório irretocável, o grande mérito do disco é ser fiel à maturidade de Elba. Em bom português, não houve a preocupação de pesar a mão em todos os arranjos para forçar uma jovialidade no som. O disco soa naturalmente contemporâneo sem pisar no terreno pantanoso da mudernidade artificial.
No caminho de Elba, a aridez rascante de José (Siba, 1996) – tema do grupo Mestre Ambrósio incluído pela cantora no roteiro do antológico show Leão do Norte (1996), mas até então nunca gravado pela intérprete – se harmoniza com a serenidade da inédita canção Na areia (Juliano Holanda, 2018) e com a resignação afetuosa de Se tudo pode acontecer (Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Paulo Tatit e João Bandeira, 2001).
Afiada pelos toques da rabeca de Beto Lemos e da guitarra (e dos beats) de Yuri Queiroga, a gravação de José mostra que Elba ainda dá no couro como forrozeira com valentia corroborada na abordagem heavy de O fole roncou (Luiz Gonzaga e Nelson Valença, 1973) que encerra o disco, tributando o seminal Luiz Gonzaga (1912 – 1989), eterno rei da nação nordestina.
Só que a Elba arretada também convive com a intérprete hábil na exposição do lirismo vislumbrado no tempo de delicadeza da canção Além da última estrela (Dominguinhos e Fausto Nilo, 1992), cujo arranjo procura alcançar o céu no dedilhar da harpa de Cristina Braga.
Essa Elba serenizada pelo próprio caminhar sabe que "a terra toda é uma ilha", como poetiza Belchior (1946 – 2017) em verso de Princesa do meu lugar (1980), canção que a intérprete revive na cadência do xote em levada próxima da que conduz a gravação da filosófica música-título O ouro do pó da estrada (Lula Queiroga e Yuri Queiroga), manifesto poético em favor do incessante vaivém do ser humano.
Neste disco, Elba versa essencialmente sobre os encontros e despedidas na plataforma em que passa o trem da vida. E, se a terra toda é uma ilha circundada pelo movimento do Homem, O mundo (André Abujamra, 1995) cumpre bem no disco o papel humanista de defender a aceitação das diversidades, unindo a voz maturada de Elba aos cantos de Lucy Alves, Maria Gadú e Roberta Sá." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 28.11.19)

Temas

CD 1
1
Calcanhar
Yuri Queiroga - Manuca Bandini
2
Girassol da caverna
Lula Queiroga
Elba Ramalho & Ney Matogrosso
3
Girassol
Bino Farias - Lazão - Da Gama - Toni Garrido - Pedro Luís
4
Na areia
Juliano Holanda
5
Princesa do meu lugar
Belchior
6
Oxente
Marcelo Jeneci - Chico César
7
Se não tiver amor
George Sauma
8
Se tudo pode acontecer
Arnaldo Antunes - Alice Ruiz - João Bandeira - Paulo Tatit
9
Além da última estrela
Dominguinhos - Fausto Nilo
10
Ouro do pó da estrada
Lula Queiroga - Yuri Queiroga
11
O mundo
André Abujamra
lba Ramalho, Roberta Sá, Maria Gadú & Lucy Alves
12
José
Siba
13
O fole roncou
Luiz Gonzaga - Nelson Valença