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Vento brando

João Camarero
Discos: MPB

Disponible

Ficha técnica Discos

Sello	GuitarCoop
Estilo	MPB
Año de Edición Original	2019
Instrumental

Más

João Camarero (guitarra de 7 cuerdas)

Participación especial de: João Lyra (guitarra acústica) y Lucas Arantes (cavaquinho).

Edición en formato Digipack.

"Quando ouviu o violão de João Camarero, Paulinho da Viola foi certeiro ao associar o toque deste músico paulista às sete cordas de Raphael Rabello (1962 – 1995), às fluminense do instrumento que saiu precocemente de cena aos breves 32 anos.
Ouvir o toque do violão de Camarero no segundo álbum do artista, Vento brando, é identificar no músico não um clone de Raphael, mas um seguidor deste grande músico chorão a quem Camarero remete inclusive pelo tipo físico.
Nascido em 1990 em Ribeirão Preto (SP), criado em Avaré (SP) e radicado desde 2011 na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Camarero se confirma extraordinário violonista no disco Vento brando, sedimentando a ótima impressão deixada no primeiro álbum, João Camarero, gravado em 2014 e lançado somente em 2016.
Na contramão do toque frenético de Yamandu Costa, outro grande violonista brasileiro revelado nos últimos anos, Camarero manuseia as sete cordas em ritmo mais suave. Há até espaço para pausas na gravação de Tocata em ritmo de samba (1950), tema do mestre Radamés Gnattali (1906 – 1988) que Raphael Rabello gravou em 1987 em disco inteiramente dedicado à obra de Gnattali.
De Gnattali, Camarero também reaviva no álbum Vento brando o Choro, da suíte Brasiliana nº 13, composta em 1983 por este mestre gaúcho que deu grande contribuição à música brasileira como arranjador.
Disco viabilizado através da plataforma GuitarCoop, criada por grupo de violonistas dispostos a desafiar os modelos tradicionais do mercado musical, o álbum Vento brando faz jus ao título.
Ao longo das 11 gravações de repertório que inclui inéditos temas autorais como O maestro na farra e Paulistano (parceria de Camarero com Rafael Mallmith), além da composição-título Vento brando (de Camarero com Cristovão Bastos), o músico toca geralmente em linhas suaves que evidenciam o lirismo contido em Inspiração (Aníbal Sardinha, o Garoto, 1950), por exemplo.
Esse toque brando jamais tira o colorido dos sacolejos serelepes de Quadradinho (Canhoto da Paraíba), choro tocado por Camarero na companhia de João Lyra (ao violão) e Lucas Arantes (no cavaquinho).
Lyra também comparece no registro de Makarasu – tema de autoria do próprio Lyra – sem fazer com que Vento brando deixe de soar como disco solo de um violonista que, sem jamais jogar nota fora ou querer realçar o naturalmente notório virtuosismo, usa a técnica para evidenciar a alma entranhada em temas como Enigma, choro de Aníbal Augusto Sardinha (1915 – 1955), o violonista antecessor que passou para a história da música brasileira com o nome artístico de Garoto.
É justamente por se desviar do caminho mais fácil para chamar a atenção que João Camarero se projeta no álbum Vento brando, seguindo em frente ao olhar para os mestres do passado." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 25.04.2019)