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Alvoroço

Leny Andrade
Discos: MPB

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Jóia Moderna
Estilo MPB
Año de Edición Original 1973

Más

Leny Andrade (voz)

Lindolfo Gaya (dirección), Luiz Cláudio Ramos, Hugo Bellard, Orlando Silveira, Wagner Tiso, Arthur Verocai y Francis Hime (arreglos).

Primera edición en CD, de 2011, del disco editado originalmente en 1973 por el sello Odeon.

Pasada la fiebre de la Bossa nova, eran tiempos en el que el samba estaba de moda, con Clara Nunes y Martinho da Vila a la cabeza, cuando una Leny Andrade (Rio de Janeiro, RJ, 1943) llena de vigor y de swing buscaba nuevos caminos para su carrera. Se trata de un disco de transición, prácticamente olvidado, pero que muestra la versatilidad de la vocalista, magníficamente arropada por un destacado grupo de arreglistas.

"Quando Leny Andrade (26 de janeiro de 1943 – 24 de julho de 2023) partiu para o México em 1966, inicialmente somente para apresentar naquele país o show que fazia no Brasil com o cantor Pery Ribeiro (1937 – 2012), o samba-jazz ainda estava ebulição nas boates cariocas e paulistanas. E a era dos festivais, plataforma para o surgimento da música que seria rotulada como MPB, ainda estava no começo, assim como a ditadura instaurada em 1964.
Quando Leny voltou ao Brasil em fins de 1972, após seis longos anos no México, o governo endurecera a repressão e a MPB já estava estabelecida, dando as cartas em um mercado que via a bossa nova e o consequente samba-jazz com sons do passado.
É nesse contexto musical que, aos 30 anos, com a voz tinindo, a cantora carioca gravou e lançou em 1973, Alvoroço, grande álbum que permanece como título atípico na discografia dessa intérprete de voz quente e musicalidade exuberante.
Reeditado em CD em julho de 2011 pela gravadora Joia Moderna, por iniciativa do DJ Zé Pedro, Alvoroço completa 50 anos em 2023 sem deixar de ser oportuno alien na trajetória fonográfica de Leny.
Trata-se do disco que conectou Leny com a então hegemônica MPB. O único ponto de contato de Alvoroço com a discografia da cantora é a classe vocal da intérprete. Pode-se identificar em faixas como o samba Não adianta (Hugo Belardi e Arnoldo Medeiros) uma evocação da verve do samba-jazz, mas a linguagem de Alvoroço é outra.
Os arranjos das 11 faixas são estupendos e dialogam mais com a MPB setentista do que com a bossa, como mostra a audição do bolero O lobo no estepe (Drummond e Armando Nogueira). E, no time de arranjadores, há ninguém menos do que Arthur Verocai, Francis Hime e Wagner Tiso, além de Hugo Belardi, Luis Claudio e Orlando Silveira.
Então lançando o primeiro álbum solo pela mesma gravadora Odeon que pôs Alvoroço nas lojas, Hime orquestrou as cordas que encorpam a balada Visita permanente (Dora Lopes e Jean Pierre), canção apaixonada que fecha disco pautado por requintada (e nada óbvia) seleção de repertório.
Um repertório essencialmente inédito que captava o momento ditatorial do Brasil em 1973. O clima de paranoia, medo e desconfiança captado na letra de Postal – parceria de Renato Corrêa com Maria Thereza Guinle – era recorrente em discos da MPB da época.
Em Alvoroço, Leny dá voz a Partido rico, partido alto de João Nogueira (1941 – 2000) – compositor que havia sido revelado em 1970 e que somente faria sucesso como cantor a partir de 1974 – com letra de Paulo César Pinheiro, autor dos versos que, sem pesar a mão no samba, denunciava de leve a matança de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Gênero musical recorrente na discografia de Leny Andrade, o samba ditou o ritmo da música-título Alvoroço (Ivor Lancellotti e João de Aquino) – faixa que sinalizou, já abertura do disco, o vigor criativo do time de arranjadores do álbum – e Não tem perdão, grande parceria de Ivan Lins (compositor que permaneceria presente na discografia da cantora) com Ronaldo Monteiro de Souza, ouvida na voz de Leny com arranjo de Arthur Verocai.
A batida do samba se entranha até na gravação de Moto 1, parceria de Belchior (1946 – 2017) com Fagner, também incluída no primeiro álbum de Fagner naquele ano de 1973.
Disco em que Leny – mestra do improviso jazzístico – abriu mão provisoriamente dos scats singings, Alvoroço também incluiu Bolero. Tema orquestrado por Wagner Tiso e gravado pelo grupo Som Imaginário no mesmo ano, Bolero veio assinado por Milton Nascimento em parceria com Luiz Alves, Robertinho Silva, Tavito (1948 – 2019) e o próprio Wagner Tiso.
Pingos de sol (Thomas e Sergio Guima) e Sou amor, faço a vida (Paulo Midosi e Armando Henrique) são boas músicas esquecidas na poeira do tempo que reiteram a singularidade do álbum Alvoroço na discografia de Leny Andrade, grande cantora que transitava por outras bossas com a maestria que regeu o canto caloroso da artista em 60 de carreira." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 25.07.2023)

Temas

CD 1
1
Alvoroço
Ivor Lancellotti - João de Aquino
2
Moto 1
Raimundo Fagner - Belchior
3
Não tem perdão
Ivan Lins - Ronaldo Monteiro de Souza
4
Bolero
Wagner Tiso - Roberto da Silva - Tavito - L. Alves - Milton Nascimento
5
Pingos de sol
Thomas Sérgio Guima
6
Sou amor, faço a vida
Paulo Midosi - Armando Henrique
7
O lôbo na estepe
Drummond - Armando Henrique
8
Não adianta
Hugo Bellard - Arnoldo Medeiros
9
Partido rico
João Nogueira - Paulo César Pinheiro
10
Postal
Renato Corrêa - Maria Thereza Guinle
11
Visita permanente
Dora Lopes - Jean Pierre