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Álbum de retratos

Vidal Assis
Discos: Samba

Disponible

Ficha técnica Discos

Sello	Independiente
Estilo	Samba
Año de Edición Original	2016

Más

Vidal Assis (voz)

Aline Gonçalves (flauta), Aquiles Moraes (trompeta, flugelhorn), Diego Terra (saxo alto), Denize Rodrigues (saxo tenor), Everson Moraes (trombón), Lucas Porto (guitarra acústica, guitarra de 7 cuerdas, arreglos, dirección), Kiko Horta (acordeón), Gabriel Geszti (piano, piano eléctrico), Luís Barcelos (bandolim), Bernardo Diniz (cavaquinho, guitarra tenor), Pedro Aune (contrabajo), Antonio Neves (batería), Magno Júlio y Marcus Thadeu (percusión), Gabi Buarque, Ilessi, Leonardo Pereira, Nina Wirtti y Pedro Paulo Malta (coros).

Participación especial de: Áurea Martins (voz), Hermínio Bello de Carvalho (voz recitada), Elton Medeiros (voz) y Zélia Duncan (voz).

Edición en formato Digipack.

"Mais do que o abençoado retorno ao disco de Elton Medeiros, parceiro e convidado do samba Nem sempre, nem jamais, a grande notícia do primeiro CD de Vidal Assis, Álbum de retratos, é o registro da produção autoral de um compositor de boa estirpe. Carioca de 31 anos, Vidal é também cantor de voz aveludada e afinada. Mas é como compositor de bom nível que o artista brilha mais neste disco que alinha 12 parcerias de Vidal Assis com o conterrâneo Hermínio Bello Carvalho, a quem Vidal conheceu em 2005 na Escola Portátil de Música, um dos berços do choro na cidade natal de ambos, o Rio de Janeiro (RJ). A grande maioria das 12 músicas é inédita em disco.
Somente o samba Nem sempre, nem jamais foi composto com a adesão de um terceiro autor – no caso, o mencionado Elton Medeiros, recluso nos últimos anos por conta de cegueira que o fez sair dos palcos, mas com vitalidade suficiente para dividir a interpretação do samba inédito com o parceiro já amigo. Todas as outras 11 músicas são frutos somente da parceria de Vidal com Hermínio, ambos compositores identificados com as tradições da MPB surgida na era do festivais e com a linhagem do samba, ritmo de Num ciúme só.
Contudo, Álbum de retratos extrapola a moldura rítmica do samba. Há toada de sotaque apropriadamente interiorano (Tribeira, lançada em disco de 2008), há baião – Algas, gravado com a voz grave de Zélia Duncan – e há ijexá, Ao revés, cujo belo arranjo vocal evoca a negritude ancestral, evidenciando o acerto da direção musical de Lucas Porto.
De todo modo, o samba predomina no leque rítmico do disco. Às vezes no clima partideiro de um pagode de fundo de quintal, como em Com o diabo no corpo, às vezes no tom abolerado que remete a um íntimo samba-canção, como em Teatro de revista, às vezes no balanço sincopado que pauta a música-título Álbum de retratos e, sobretudo, Bola no Bola, samba típico de gafieira lançado em 2010 na voz da cantora Áurea Martins em outro álbum, De ponta cabeça, dedicado à obra autoral de Hermínio.
Aliás, a cantora carioca solta a voz no dolente samba Queira Deus. Até o próprio Hermínio se aventura e solta a voz, mas recitando poema, no samba Baderna da Glória. Quanto às letras, o poeta versa bastante sobre desamor e desilusões afetivas em temas como Engano seu, mas Álbum de retratos não carrega tanto no drama quanto o já citado disco em que Áurea Martins deu voz a letras de Hermínio.
Enfim, Vidal Assis não se impõe como um magistral compositor, como querem fazer crer Hermínio e Ruy Castro em textos reproduzidos no encarte da edição física em CD, mas é, sim, compositor de bom nível cuja obra merece registro fonográfico." Mauro Ferreira (Blog Notas Musicais, 06.01.2017)