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Contigo aprendí

MPB-4
Discos: Bolero

Disponible

20,38 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Biscoito Fino
Estilo Bolero
Año de Edición Original 2012

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MBP-4: Magro Waghabi, Aquiles, Miltinho y Ruy Faria

Participación especial de: Toninho Horta, Duofel (Luiz Bueno y Fernando Melo), Maogani (Mauricio Marques, Marcos Alves, Paulo Aragão y Carlos Chaves) y Trio Madeira Brasil (Zé Paulo Becker, Marcelo Gonçalves y Ronaldo do Bandolim).

Edición en formato Digipack.

"A essa altura da carreira já cinquentenária do MPB-4, a gravação de um disco com (inéditas) versões em português de boleros famosos poderia resultar em produto banal que nada acrescentaria à obra fonográfica do grupo surgido em 1962, em Niterói (RJ), ainda como um trio (somente em 1963 Magro Waghabi se juntou a Aquiles, Miltinho e ao já dissidente Ruy Faria). Mas o requinte da produção de Contigo Aprendi - o CD posto nas lojas pela gravadora Biscoito Fino neste mês de junho de 2012 - valoriza a incursão do quarteto pela seara dos boleros propagados por países latinos como México e Cuba. Três fatores respondem pela alta qualidade do projeto. O primeiro é a convocação de compositores como Abel Silva, Caetano Veloso, Carlos Rennó, Fernando Brant, J. C. Costa Netto, Hermínio Bello de Carvalho, Paulo César Pinheiro e Vítor Ramil para fazer as versões em português - escritas com absoluta fidelidade ao sentido e ao espírito dos versos originais em espanhol. O segundo é a convocação de Duofel, Quarteto Maogani, Toninho Horta e Trio Madeira Brasil para se revezar na criação de arranjos calcados nos violões. A sofisticada trama de violões renova os boleros sem macular a estrutura básica desses temas muito cantados em todo mundo, por todo mundo. Por fim, o terceiro selo de qualidade de Contigo Aprendi são os já tradicionais vocais do MPB-4. O quarteto harmoniza os boleros com fidelidade ao seu universo vocal. Já no primeiro dos onze boleros do disco - Sabe Deus (Sabrá Dios, de Alvaro Carrilho, na versão de Caetano Veloso - salta aos ouvidos a sofisticação que pontua o álbum. A Barca (La Barca, de Roberto Cantoral, na versão fidelíssima de Carlos Rennó) dá sequência ao disco com direito a solos de Luis Bueno e Fernando Melo. Já Contigo na Distância (Contigo en la Distancia, de César Portillo de La Luz, na versão de Vítor Ramil) - bolero introduzido a capella pelo MPB-4 - expõe as cordas do Trio Madeira Brasil com destaque para o solo de Ronaldo do Bandolim. Faixa-título adornada com o toque preciso do violão de Toninho Horta, Contigo Aprendi (Armando Manzanero na versão assinada pelo próprio Miltinho) ostenta um dos mais belos arranjos vocais do disco. Com arranjo mais cheio de molho, Quiçá, Quiçá, Quiçá (Quizás, Quizás, Quizás, de Oswaldo Farres, na versão de Hermínio Bello de Carvalho) soa menos natural na versão em português - até porque o apropriado 'quiçá' do título da versão é substituído pelo menos natural 'talvez' na letra de Hermínio. Em contrapartida, Eu Amei Uma Vez (Solamente Una Vez, de Agustín Lara, na versão poética de Fernando Brant) sobressai no disco de forma positiva pelo rebuscado arranjo vocal assinado por Carlos Vianna (Vianna roça sua inspiração na criação do arranjo vocal de Mulher, versão de Carlos Colla para Perfídia, de Alberto Dominguez, gravado em tom espanholado). De forma igualmente positiva, Tu me Acostumaste (Tu me Acostumbraste, de Frank Dominguez, na versão de Abel Silva) se diferencia pela sonoridade próxima do choro, mérito de Maurício Marques, integrante do Quarteto Maogani, presença luxuosíssima na faixa. Bolero urdido com os violões do Duofel, Sabor em Mim (Sabor a Mi, de Alvaro Carrillo, na versão de J. C. Costa Netto) soa menos inventivo, mas desce bem por conta da fluência dos versos de Costa Netto e do arranjo vocal de Magro. Noite de Ronda (Noche de Ronda, de Maria Tereza Lara, na versão de Paulo César Pinheiro e Paulo Frederico) cruza ligeiramente o universo do tango com o do bolero. Por fim, Relógio (El Reloj, de Roberto Cantoral, na versão de Celso Viáfora) reitera o êxito deste caprichado Contigo Aprendi. Mesmo sem sua formação original (Dalmo Medeiros substituiu Ruy Faria, que saiu do quarteto em 2004 de forma ruidosa e pouco amigável), o MPB-4 chega aos 50 anos com fôlego renovado, (bem) vestido de bolero." Mauro Ferreira (Blog Notas Musicais, 27.06.2012)

"O quarteto vocal MPB4 é um dos conjuntos musicais mais antigos em atividade no Brasil. Eles estão em evidência desde que apareceram com Chico Buarque em “Roda Viva”, no Festival de 1967 da TV Record. Neste meio tempo, o conjunto continuou fazendo gravações antológicas, fez versões com belos arranjos vocais das principais canções da MPB. Este ano comemorou 45 anos de carreira com shows pelo Brasil.
Agora, acaba de lançar um disco em que mostra uma fantástica vitalidade e uma grande capacidade de se reinventar. As vozes continuam as mesmas – e também a qualidade dos arranjos vocais. A novidade é que o grupo se associou aos principais instrumentistas em atividade no Brasil para incorporar impressionantes arranjos em colaboração. O resultado é que, ao soberbo desempenho do conjunto vocal, se associam arranjos instrumentais de primeira linha de grupos que estão entre os melhores do mundo na atualidade. Some-se a isso o fato de que visitar boleros e outros gêneros latino-americanos é uma coisa que hoje os grupos brasileiros fazem sem se preocupar com aquele discurso bossanovista que recusava a vizinhança latina que tanto marcou os ouvintes brasileiros nos anos 1950, em prol de outras influências mais “chiques”. Nisto, o MPB4 aprofunda uma aproximação iniciada por Caetano Veloso em Fina Estampa – seu melhor disco como intérprete. Não à toa, Caetano escreve um interessante texto de apresentação ao disco, ressaltando justamente este lado anti-latino-americano da MPB e a delícia de ouvir o repertório na voz do MBP4.
Além dos aspectos de escolha do repertório, colaboração com grupos instrumentais e arranjos, o disco também é um marco da inserção de um conjunto quase semi-centenário no mundo das novas mídias. O MPB4 tem agora um ótimo sítio na internet, com os melhores recursos de diagramação e interatividade. O disco foi lançado pela gravadora Biscoito Fino, que hoje centraliza as melhores produções brasileiras e também tem um novo sítio bem dinâmico – foi certamente a primeira gravadora pátria a usar a internet de maneira eficiente. Mas o principal é que a Biscoito Fino aderiu sistematicamente ao iTunes da Apple – o disco do MPB4 me fez criar uma conta no sistema de venda de música eletrônica recém disponível no Brasil. É mais barato e mais rápido que comprar o CD físico. E tem muitas possibilidades para quem usa dispositivos da Apple (o que não é o meu caso – escuto no PC mesmo).
Falando especificamente do disco: eu sou suspeito para comentar. O MPB4 praticamente formou meu ouvido para música vocal, os discos e CDs do grupo que possuo eu quase furei de tanto ouvir. Todos os conjuntos que acompanham o grupo no CD têm uma coisa em comum: fazem parte do que existe de melhor no cenário violonístico mundial. O quarteto de violões Maogani já tem uma boa discografia e é um marco no cenário violonístico – ampliando em muito o conceito de arranjos para o instrumento. O Trio Madeira Brasil, com bandolim, violão e 7 cordas, é o principal conjunto de raiz no choro, ampliando o diálogo com outros gêneros musicais, trazendo belíssima contribuição ao disco. Duofel é outro conjunto de existência de décadas – os caras tocam juntos há tanto tempo que já chegaram ao “estado alfa” de entrosamento musical, mais ou menos como o próprio MPB4. No caso deles, um duo de violões que incorpora a sonoridade do violão de aço e os acordes do rock. Por último, o violão de Toninho Horta, um dos guitarristas mais influentes do mundo, principal instrumentista do Clube da Esquina, parceiro de primeira hora de Milton Nascimento, etc. Sua maneira particular de harmonizar formou os ouvidos de toda uma geração, e a guitarra brasileira é, em grande parte, filha do seu trabalho pioneiro.
Pra resumir o negócio – quem tem gosto pela sonoridade latino-americana, pelos grupos vocais brasileiros e pela música de violão (solo ou em conjuntos), vai se deliciar com este disco.
É difícil dizer qual música é a melhor. Acho que não seria exagero nenhum dizer que todas as músicas incluídas têm, neste disco, a melhor versão jamais gravada. Para afirmar isso, eu precisaria ouvir tudo, o que obviamente não fiz; mas não tenho medo dizê-lo tomando por base as músicas mais conhecidas: “Quizás, Quizás, Quizás” e “Tu me acostumbraste”.
Também não tenho medo de dizer que este é o melhor disco da carreira do MPB4, feito impressionante para um conjunto tão longevo. Digo isso porque poucas vezes ouvi um entrosamento tão ótimo entre arranjo vocal e instrumental. Que o MPB4 são quatro vozes que soam como uma só, e que eles tem alguns dos melhores arranjos vocais da música brasileira já faz um tempo que a gente sabia. A novidade é a capacidade de interagir com perfeição com arranjos instrumentais tão elaborados. Os conjuntos que trabalham no disco têm uma característica em comum: alternam entrosamento perfeito com a qualidade de solista de cada um dos músicos. Este efeito fica potencializado no encontro dos conjuntos com o MPB4, e diria também que os músicos têm neste disco um marco em suas carreiras pessoais e de conjunto. Isso é perceptível em todas as músicas, mas fica cabalmente comprovado no solo de violão de José Paulo Becker em “Quizás, Quizás, Quizás” – simplesmente memorável." André Egg (Revista Amálgama, 27.06.2012) Professor da UNESPAR, professor colaborador no PPGHIS-UFPR, colaborador da Gazeta do Povo. Um dos organizadores do livro Arte e política no Brasil: modernidades (Perspectiva, 2014)

Temas

CD 1
01
Sabe Deus (Sabrá Dios)
Álvaro Carrillo (Vers. Caetano Veloso)
MPB-4 & Maogani
02
A barca (La barca)
Roberto Cantoral (Vers. Carlos Rennó)
MPB-4 & Duofel
03
Contigo na distância (Contigo en la distancia)
César Portillo de la Luz (Vers. Vitor Ramil)
MPB-4 & Trio Madeira Brasil
04
Contigo aprendi (Contigo aprendí)
Armando Manzanero (Vers. Miltinho)
MPB-4 & Toninho Horta
05
Quiçá, quiçá, quiçá (Quizás, quizás, quizás)
Osvaldo Farrés (Vers. Hermínio Bello de Carvalho)
MPB-4 & Trio Madeira Brasil
06
Eu amei uma vez (Solamente una vez)
Agustín Lara (Vers. Fernando Brant)
MPB-4 & Toninho Horta
07
Tu me acostumaste (Tú me acostumbraste)
Frank Domínguez (Vers. Abel Silva)
MPB-4 & Maogani
08
Sabor em mim (Sabor a mí)
Álvaro Carrillo (Vers. J.C. Costa Netto)
MPB-4 & Duofel
09
Noite de ronda (Noche de ronda)
Agustín Lara (Vers. Paulo César Pinheiro - Paulo Frederico)
MPB-4 & Maogani
10
Mulher (Perfídia)
Alberto Domínguez (Vers. Carlos Colla)
MPB-4 & Toninho Horta
11
Relógio (El reloj)
Roberto Cantoral (Vers. Celso Viáfora)
MPB-4 & Duofel