Suscripción Newsletter

Recibe noticias y avisos de promociones especiales

Serenata

Fagner
Discos: Seresta

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Biscoito Fino
Estilo Seresta
Año de Edición Original 2020

Más

Fagner (voz)

Dirceu Leite (flauta, clarinete), Antonio Rocha (flauta), Adelson Viana (acordeón), Cristóvão Bastos (piano, acordeón, arreglos), Rogério Caetano y João Camarero (guitarra de 7 cuerdas, arreglos), João Lyra (guitarra acústica, arreglos), Luís Barcelos (bandolim), Lucas Arantes (cavaquinho), Daniel Guedes (violín).

Participación especial de: Nelson Gonçalves (voz, en playback).

Edición en formato Digipack.

"Serenata é disco convencional que segue com respeito os estatutos das serestas, refinando a sofrência de tempos idos.
E isso é tanto o vício como o maior virtude do álbum enquadrado em elegantes moldes tradicionais por José Milton, produtor musical de Serenata e responsável pela impecável seleção de repertório, escolhido juntamente com Fagner.
Abrandando os tons rascantes da voz que ecoa influências árabes e ibéricas no canto já maturado, o intérprete aborda standards do cancioneiro seresteiro dos anos 1930 com compreensível reverência, coerente com o conservadorismo do público a que o disco é destinado.
A esse cancioneiro melancólico, apresentado ao Brasil nas vozes viris de cantores como Orlando Silva (1915 – 1978) e Silvio Caldas (1908 – 1998), Fagner adiciona com naturalidade um clássico do próprio repertório autoral – Mucuripe (1972), parceria com o compositor conterrâneo Belchior (1946 – 2017) que alavancou a carreira do artista há 48 anos – e evidencia a melancolia seresteira que jaz no samba-canção As rosas não falam (Cartola, 1976), já gravado anteriormente por Fagner cinco vezes, em discos de 1978, 1981 (em versão em espanhol), 1994, 1999 e 2002.
O sexto registro fonográfico de As rosas não falam por Fagner é conduzido pelo toque preciso do piano de Cristovão Bastos, músico fundamental na arquitetura de Serenata. Em que pese a maestria de Bastos, o que mais agrega valor ao álbum são as tramas dos violões tocados magistralmente por João Camarero (ás das sete cordas), João Lyra e Rogério Caetano.
Bem urdidas, essa tramas refinam o disco, sobretudo quando os violonistas também atuam como arranjadores, como nas gravações de Chão de estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1937), da valsa Lábios que beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo, 1937) – faixa previamente apresentada em outubro como primeiro single do álbum – e Malandrinha (Freire Júnior, 1927), luminosamente orquestradas por Caetano (as duas primeiras) e Camarero (Malandrinha), respectivamente.
Contudo, há espaço para outros instrumentos. O toque da sanfona de Adelson Viana ajuda a contextualizar a ambiência rural de Maringá (Joubert de Carvalho, 1931) – cenário da desilusão amorosa provocada pela cabocla que quebrou coração ao partir – e também embeleza Mucuripe, ao lado de uma segunda sanfona tocada pelo pianista Cristovão Bastos.
A tristeza é senhora no álbum Serenata. O lirismo romântico de letras como a de Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, 1932) acoberta dores de amores expiadas em estreladas noites com luar, imagem recorrente nos versos dos apaixonados.
Mesmo sem alcançar toda a dramaticidade da Serenata do adeus (Vinicius de Moraes, 1958), Fagner revela bom entendimento dos sentimentos e significados dessas serestas.
A gravação de Deusa da minha rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj, 1939) – faixa arranjada por Cristovão Bastos em que reluzem as cordas do bandolim de Luís Barcelos e do violão de João Camarero, harmonizado com o sopro melancólico da flauta de Dirceu Leite – exemplifica o requinte de Serenata, álbum sem traços de modernidade no molde atemporal.
Com registro vocal quase aveludado, Fagner aborda a valsa Rosa (Pixinguinha com letra posterior de Otávio de Souza, 1917 / 1937) e também a Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes, 1970) nos tons comedidos deste disco em que o cantor evita rasgos melodramáticos ao interpretar músicas já em si carregadas de intenso sentimento.
Esse entendimento é alcançado somente por grandes cantores como Nelson Gonçalves (1919 – 1998), cuja voz referencial é ouvida no primeiro minuto do álbum Serenata graças ao milagre da tecnologia de estúdio que junta as vozes de Nelson – extraída de registro fonográfico de 1991 – e de Fagner na gravação da música-título do disco, Serenata (1935), uma das parcerias de Silvio Caldas (1908 – 1998) com Orestes Barbosa (1893 – 1966), mestres do repertório seresteiro.
Cantor conhecido pela franqueza por vezes rude, do tipo que nunca fazia gênero, o exigente Nelson Gonçalves aprovaria a serenata de Raimundo Fagner." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 16.12.2020)


Temas

CD 1
01
Serenata
Silvio Caldas - Orestes Barbosa
Fagner & Nelson Gonçalves
02
Lábios que beijei
J. Cascata - Leonel Azevedo
03
Malandrinha
Freire Júnior
04
As rosas não falam
Angenor de Oliveira (Cartola)
05
Maringá
Joubert de Carvalho
06
Noite cheia de estrelas
Candido das Neves
07
Serenata do adeus
Vinicius de Moraes
08
Deusa da minha rua
Newton Teixeira - Jorge Faraj
09
Rosa
Alfredo da Rocha Vianna (Pixinguinha)
10
Valsinha
Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) - Vinicius de Moraes
11
Chão de estrelas
Silvio Caldas - Orestes Barbosa
12
Mucuripe
Raimundo Fagner - Belchior