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A desordem dos templários

Guilherme Arantes
Discos: Rock-Pop

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Coaxo do Sapo
Estilo Rock-Pop
Año de Edición Original 2021

Más

Guilherme Arantes (piano, teclados, sintetizadores, arreglos, producción)

Luciano Mello (trompeta), Alexandre Blanc (guitarras, ukelele), Ivo Carvalho (guitarras), Luis Sergio Carlini (guitarra eléctrica), Willy Verdaguer (contrabajo), Gabriel Martini (batería, percusión), Cassio Poletto (violín), Arthur Verocai (arreglos de cuerdas).

Edición en formato Digipack.

"Álbum lançado por Guilherme Arantes nesta quarta-feira, 28 de julho de 2021, dia do 68º aniversário do artista paulistano, A desordem dos templários se situa entre o rock progressivo, o synth-pop e as baladas apaixonadas para piano, alinhando sonoridades e referências que reiteram a magnitude da obra construída pelo compositor a partir dos anos 1970.
Ainda que a safra inteiramente autoral composta por dez músicas dispostas em 12 faixas resulte menos imponente no conjunto da grandiosa obra, o álbum A desordem dos templários se revela um dos títulos mais ambiciosos da discografia de Arantes.
Como sinaliza a ilustração criada por Daniel Miguez para a capa, já pensada para a edição do álbum em LP, A desordem dos templários é disco por vezes épico, de inspiração medieval potencializada pelo cenário de Ávila, município da Espanha, onde o artista se abriga desde o fim de 2019.
Foi entre as muralhas de Ávila que, com exceção da já pré-existente balada Nossa imensidão a dois (2018), Arantes concebeu e gravou ao longo de 2020 o repertório do álbum A desordem dos templários no estúdio que montou na própria casa.
Primeira música da safra espanhola, El rastro abre o disco, introduzida por cordas de arquitetura barroca que evocam os salões europeus do séculos atrás. É pista falsa para faixa que evolui em levada fluente, mais leve, com versos imagéticos escritos em bom português.
Na sequência do álbum, a amorosa canção A razão maior traz, além de refrão insinuante, lampejos do compositor brilhante projetado em 1976 justamente com balada calcada no piano, o que fez na época o artista ser carimbado com o rótulo intencionalmente elogioso, mas redutor, de “Elton John brasileiro”.
Decorridos 45 anos, o mundo de Guilherme Arantes se mostrou com tanta a coisa a mais do que baladas que a comparação soa até descabida, exceto pelo fato de o cancioneiro do artista brasileiro ter alcançado potência pop similar à do repertório do astro inglês.
Afinal, Elton John jamais cavalgaria sobre o universo épico das cruzadas medievais na pisada do baião, como Arantes faz em várias passagens da música-título A desordem dos templários, cuja gravação totaliza sete minutos e meio.
Nessa faixa, a partir da guerra medieval, o compositor move o “pêndulo imerso em escuridão” em direção à treva que ameaça encobrir o século XXI, com “cruzadas interiores travadas na alma da humanidade”, como o artista enfatiza no longo texto em que repisa os caminhos que o levaram à criação do álbum A desordem dos templários.
Na sequência do disco, Nenhum sinal de sol – balada amaciada com cordas em arranjo que remete a sons medievais – aponta o amor como a única luz capaz de dissipar a treva.
Fecho do lado A da edição em LP, a Vinheta dos templários se revela tema autônomo, com dois minutos que reiteram o caráter épico do disco, fazendo com que a faixa extrapole a função de elo entre Nenhum sinal de sol e A cordilheira.
Exemplo da habilidade de Arantes no universo do synth-pop, A cordilheira ressurge ao fim do álbum em fluente versão em inglês – Across the abyss, tão ou mais sedutora do que a gravação em português – e em registro instrumental, apontando outro resquício do talento superlativo do compositor.
Com brilho potencializado pelas cordas orquestradas pelo maestro Arthur Verocai, Estrela-mãe é o jorro emocional do artista em acerto afetivo de contas com a mãe, Hebe, que teve tempo de ouvir a canção, em estado embrionário, antes de partir para outra dimensão.
Ao longo de seis minutos, Toda a aflição do mundo caminha com naturalidade do rock de levada oitentista até a suavidade da bossa nova – coisa do Brasil, somente possível de ser feita por compositor nascido e criado na miscigenação rítmica do país do suingue.
Com voz bem colocada no disco, embora já sem o viço de outrora, Guilherme Arantes é esse compositor – surgido na era áurea do rock progressivo – que se provou fundamental para a criação do pop feito no Brasil.
Tema instrumental introduzido por coro sacro, Kyrie é o exemplar de prog rock que conecta o artista ao início da carreira como integrante do grupo Moto Perpétuo. Kyrie é peça fundamental na engrenagem de A desordem dos templários, álbum que mostra que o pulso criativo de Guilherme Arantes ainda pulsa, evocando o passado do artista, mas procurando heroicamente inserir o cantor no momento presente de mercado já refratário a melodias, letras e arranjos épicos.
Nesse sentido, A desordem dos templários é álbum totalmente fora da ordem mundial. Só que o tempo-rei costuma fazer justiça a artistas que permanecem fiéis à própria alma musical, sem dançar conforme o ritmo do momento. Aos 68 anos, com ânsia de se mostrar ainda relevante, Guilherme Arantes vence a cruzada interior travada no campo épico que gerou o audacioso álbum A desordem dos templários." Mauror Ferreira (g1.globo.com, 28.07.2021)

Temas

CD 1
01
El rastro
Guilherme Arantes
02
A razão maior
Guilherme Arantes
03
A desordem ds templários
Guilherme Arantes
04
Nenhum sinal do sol
Guilherme Arantes
05
Vinheta do templário (instrumental)
Guilherme Arantes
06
A cordilheira
Guilherme Arantes
07
Estrela-mãe
Guilherme Arantes
08
Toda aflição do Mundo
Guilherme Arantes
09
Nossa imensidão a dois
Guilherme Arantes
10
Kyrie (instrumental)
Guilherme Arantes
11
Across the abyss
Guilherme Arantes