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Outra esfera

Tássia Reis
Discos: Pop / Hip hop

Disponible

30,78 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Independiente
Estilo Pop / Hip hop
Año de Edición Original 2016
Observaciones EP

Más

Tássia Reis (voz)

Producido por Dia, Grou, Tuchê y Renan Samam.

Participación especial de: Stefanie (voz).

Edición en funda de cartón (sleevepack).

"Tássia Reis foi por muito tempo uma giganta escondida no Vale do Paraíba. Influenciada por grandes do Rap brasileiro e nomes da música negra gringa, a jovem compositora começou a escrever suas rimas em 2009, provocando uma explosão em tímidas aparições em refrões de MCs locais. Com o tempo e experiência de palco, uma participação especial era um espaço muito pequeno para que ela entregasse sua forte mensagem e, assim, os primeiros singles começaram a surgir e sua força quebrou as correntes do coadjuvantismo em direção à destruição de paradigmas por meio de rimas ácidas, empoderadas e extremamente sinceras. Com um primeiro EP recheado de canções fortes, como Meu RapJazz e Primavera, Tássia lança sua segunda empreitada com uma mensagem clara: há muito ainda a ser dito.
Outra Esfera é um novo passo para a obra de Tássia. Com uma produção focada em estabelecer interessantes relações entre Soul, Jazz, Hip Hop e até mesmo o Trap, a compositora monta seu mar de referências para poder nos mergulhar em sinceridades plenas. Essa, a arma mais potente de Tássia, traduz desde aflições amorosas e elementos metafísicos até questões de empoderamento negro. Assim, o disco reflete essa multiplicidade de temas, criando diferentes ambientações entoadas pela camaleônica interpretação de Tássia e auxiliado por habilidosos produtores, como Diamantee, GROU, Tuchê e Renan Samam. As batidas criadas aqui evitam cair em clichês preguiçosos e nos conduzem pelo imaginário da compositora nos contando uma história cada vez mais profunda.
Tássia anuncia esse aprofundamento nos primeiros versos de Não É Proibido, na qual ela canta “de peitos e braços abertos, mergulho no fundo/Nascida pro mundo, eu sou”, ambientada em uma batida etérea e hipnótica, como se já estivessemos na mente da rapper. Ouça Me R M X retira os reverbs da equação e nos bombardeia com versos de indignação e com baixos caprichados em alto e bom som “Eu tentei falar baixinho, mas ninguém me ouviu/Eu tentei ir com carinho e o sistema me agrediu/Então eu grito, elevo meu agudo ao infinito”.
Desapegada mistura um contrabaixo Jazz com algumas harmonias tortas de piano e assume que é avoada, mas que busca nisso o sentido para buscar o que quer. Com participação da rapper Stefanie, Da Lama / Afrontamento é a rima mais ácida do disco, com flow veloz e uma mensagem escancarada das diferenças entre classes onde os mais ricos são “sem modos no lodo/Enquanto eu, povo, me fodo”. Por fim, Perigo/Outra Esfera chega a um ponto sensível da mente de Tássia: suas dúvidas que acompanham o momento atual de sua vida e são seu principal instrumento de impulso.
Outra Esfera é um disco mais maduro com rimas mais precisas e humanas, trazendo questões próprias da rapper, bem como discursos de protesto a favor dos valores que ela leva muito a sério. Tássia usa seu disco como manifesto, mas também como processo de auto-descobrimento, onde cada faixa a aproxima de seu cerne e essência. Cada vez mais próxima de descobrir quem é, cada vez explorando esferas mais íntimas, cada vez mais descobrindo para onde a Tássia quer ir." Lucas Cassoli (Monkeybuzz, 13.10.2016)

"Confundindo Sábios (2013) de Rashid ou Autorretrato de Nego E (2014), Quixote (2015) de Fino du Rap ou mesmo o recente Remonta (2016) do coletivo Liniker e os Caramelows. Se existe algum grande álbum brasileiro de Hip-Hop/Soul lançado nos últimos anos, basta um ouvido atento para perceber a delicada voz de Tássia Reis entre as composições. Um canto essencialmente doce, mas que se transforma em poesia política e versos marcados pelo empoderamento feminino dentro do novo registro de inéditas da cantora: Outra Esfera (2016, Independente).
“A revolução será crespa / E não na TV / A revolução será crespa / Doa a quem doer”, rima em Ouça-Me, música que nasce como uma espécie de síntese do material produzido pela artista durante toda a obra. Versos que escapam do universo intimista de Reis (“Eu tentei falar baixinho, mas ninguém me ouviu”), dialogam com a questão racial (“Meu rap é crespo! Melanina nesse rolê”) e ainda reforçam o peso da cantora como um dos principais nomes da nossa música (“Se não me dão valor, cês vão pagar muito caro pra ver”).
Em Da Lama/Afrontamento, quinta faixa do disco, o peso político e social das rimas. “É revoltante e alarmante / Como eu me sinto impotente / E ainda me acho importante / Eu só quero ser decente, ser relevante”, explode Reis, abrindo espaço para a precisa interferência da convidada Stefanie MC – “Vejo pedras preciosas no meio do lamaçal / Muita gente conformada com o serviço braçal / Só conseguem se enxergar na posição de serviçal / Sendo pau mandado de um ser humano boçal”. Um jogo de rimas que atravessam diferentes aspectos, histórias e personagens da periferia.
Pontuado por pequenos respiros, o álbum ainda cria espaço para expressão do lado mais sonhador de Reis. “Tão solta quanto o vento indica / Voando por onde se quer e vai querer / Ninguém manda na tua vida / Ela criou um jeito novo de viver”, canta em Desapegada, música que discute sentimentos, empoderamento e a libertação da mulher de forma sutil, por vezes metafórica. Um estímulo para a ambientação pop de Semana Vem, faixa embalada pelo reggae e uma curiosa interpretação da artista sobre a temática dos relacionamentos abusivos.
Sexta composição do disco, Se Avexe Não mostra a força dos sentimentos dentro do trabalho da cantora. Enquanto as batidas, melodias e base da canção atravessam o R&B em direção ao samba, nos versos, Reis detalha com honestidade diferentes aspectos da própria dor. “Não que eu lhe deva dizer / Como é que se deve sofrer / Chore se quiser chorar / Corra se quiser correr … Não, então chore / E se demore / Se preciso for, seja acalanto pro seu coração”, pontua.
Dividida entre a rima e o canto leve, Reis costura diferentes fórmulas e essências musicais no interior do trabalho. São arranjos e batidas que passam pelo Neo-Soul de Erykah Badu, mergulham em aspectos obscuros da obra de Nina Simone e ainda flertam com o mesmo afrofuturismo de uma série de artistas recentes, principalmente a dupla THEESatisfaction. Um amontoado de referências, cores, estímulos e sons que se moldam de forma a dialogar com as rimas e versos lançados pela artista durante toda a obra." Cleber Facchi (Música Instantânea, 29.09.2016)

Temas

CD 1
01
Não é proibido
Tássia Reis
02
Ouça-me (Remix)
Tássia Reis
03
Semana vem
Tássia Reis
04
Desapegada
Tássia Reis
05
Da lama / Afrontamento
Tássia Reis
Tássia Reis & Stefanie
06
Se avexe não
Tássia Reis
07
Perigo
Tássia Reis