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Outras bossas - Noel Rosa 110 anos

Jacque Falcheti & Retrato Brasileiro
Discos: MPB

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Independiente
Estilo MPB
Año de Edición Original 2020

Más

Jacque Falcheti (voz)

Retrato Brasileiro: Gabriel Peregrino (vibráfono), Guilherme Saka (guitarra eléctrica) y Theo Fraga (contrabajo).

Edición en formato Digipack.

"A obra de Noel Rosa, um dos mais importantes compositores brasileiros, é revisitada pela cantora Jacque Falcheti e o trio Retrato Brasileiro em disco gravado pela Gravadora Experimental da Fatec-Tatuí lançado nas plataformas digitais em 11 de dezembro de 2020, dia em que Noel completaria 110 anos.
Noel Rosa deixou mais de 250 composições e é considerado um marco da cultura nacional por sua maneira de compor e criar canções. Boa parte de sua obra já se encontra em domínio público, tendo em vista sua morte precoce, aos 26 anos, em maio de 1937. Entre sambas, choros, marchinhas, sambas-canção, foxtrotes e outros ritmos, o projeto priorizou composições de Noel menos conhecidas, como “Estátua da Paciência”, “Mulato Bamba”, “Maria Fumaça”, “Tipo Zero” e “Remorso”.
São obras que, apesar do valor musical e poético, possuem poucas releituras e, muitas vezes, apenas uma ou duas gravações. Jacque Falcheti e o Retrato Brasileiro criaram arranjos contemporâneos a partir da sonoridade do vibrafone, contrabaixo acústico e guitarra elétrica, somados a voz, formação inédita na interpretação do repertório de Noel." Diário Campineiro (24.01.2022)

"O samba e as outras bossas da obra do compositor carioca Noel de Medeiros Rosa (11 de dezembro de 1910 – 4 de maio de 1937) são coisas nossas nem sempre valorizadas pelo Brasil. A cantora Jacque Falcheti e o trio Retrato Brasileiro – formado pelos músicos Gabriel Peregrino (vibrafone), Guilherme Saka (guitarra) e Théo Fraga (contrabaixo) – dão e agregam valor às coisas de Noel Rosa no álbum apropriadamente intitulado Outras bossas.
Com capa criada por Yuri Rei com inspiração na Pop Art, o álbum Outras bossas tem lançamento programado para sexta-feira, 11 de dezembro de 2020, dia do 110º aniversário de Noel.
O álbum Outras bossas é um dos dois tributos fonográficos – o outro é EP do grupo carioca Salvadores Dali, também agendado para 11 de dezembro – aos 110 anos deste compositor que derrubou as fronteiras entre o samba do morro e o do asfalto nos anos 1930 com cancioneiro espirituoso que vale por tratado de modas e costumes da cidade do Rio de Janeiro (RJ) na década em que a indústria do disco começou a se consolidar em conexão com a expansão do rádio.
Gravado entre os dias 16 e 21 de dezembro de 2019 nos estúdios da Faculdade de Tecnologia de Tatuí (SP), com produção musical e arranjos orquestrados por Jacque Falcheti com o trio Retrato Brasileiro, o álbum Outras bossas chega ao mundo um ano depois e soa relevante porque joga luz sobre músicas pouco conhecidas da obra do compositor e – mais importante – porque reapresenta 10 músicas de Noel Rosa em inusitada formação musical que combina vibrafone, guitarra e contrabaixo de forma surpreendente.
A luminosa abordagem da embolada Minha viola (1929) exemplifica com maestria as intenções da cantora e do trio. Com a adição de estrofe metalinguística sobre o disco e a própria gravação de Minha viola, a embolada ganha células rítmicas do samba em faixa em que, assim como no disco, a guitarra por vezes simula a batida de tamborim, o contrabaixo sugere o toque grave do surdo e o vibrafone soa como repique de anel. O vibrafone, aliás, sobressai no arranjo de João ninguém, samba de 1935.
Entre as pérolas pescadas na obra do compositor, o foxtrote Estátua da paciência – composto por Noel com Jerônimo Cabral, editado em 1931 e lançado em disco somente em 1983 pelo conjunto Coisas Nossas – é música ainda rara que contabiliza somente seis registros fonográficos, já incluída na lista a gravação do álbum Outras bossas.
Do baú de Noel, Jacque Falcheti e Retrato brasileiro enfocam Mulato bamba, samba de 1931 – lançado em disco em 1932 na voz macia de Mário Reis (1907 – 1981) – em que o compositor foi pioneiro ao perfilar valente homem gay do Morro do Salgueiro, o mulato forte do título que “não quer saber de fita / Nem com mulher bonita”, mas que, vítima de homofobia, vivia “aborrecido” por ser “perseguido”.
Até então somente com três gravações, o samba Maria Fumaça (1936) reitera o dom de Noel Rosa para perfilar homens e mulheres fora da moldura social – no caso, cidadã que bebe, fuma, rouba e faz pirraça e graça da própria desgraça.
Com canto manemolente que a habilita a encarar sambas como Tipo zero (1934), cuja gravação expõe o dom do trio Retrato Brasileiro de evocar com frescor a sonoridade dos conjuntos regionais da fase pré-Bossa Nova, Jacque Falcheti se afina com o grupo ao longo das 10 faixas do álbum Outras bossas.
Pérola rara da seleção do disco, ambientada em atmosfera camerística, o samba-canção Remorso – composto em 1934 e apresentado em disco, em 1956, pela cantora Marília Batista (1918 – 1990), importante intérprete da obra de Noel Rosa – eleva a cotação do álbum Outras bossas no mercado fonográfico porque se trata do segundo registro fonográfico desta composição de grande beleza e letra lapidar.
“Remorso é acompanhar o enterro / De um grande erro / Que não se pôde consertar / Remorso é sonhar acordado / É sentir no presente o passado / É ver nas trevas um vulto / Que ameaça descobrir o segredo mais oculto”, poetiza Noel, bamba das letras.
Outra joia rara lapidada no disco é o samba Você é um colosso, composto em 1934 e lançado em disco somente em 1959 na voz de Aracy de Almeida (1914 – 1988), outra cantora referencial na obra de Noel Rosa. Trata-se da terceira gravação do samba.
Mais gravado, mas ainda assim pouco conhecido, o samba Meu barracão (composto em 1933 e lançado em disco em 1934 pelo cantor Mário Reis) reforça o apuro da pesquisa da obra de Noel Rosa empreendida por Jacque Falcheti e Retrato Brasileiro antes da gravação do álbum Outras bossas.
Introduzido por citação instrumental de São coisas nossas (1932), Samba da boa vontade (1931) encerra o disco Outras bossas com injeção de otimismo necessário nestes tempos pandêmicos.
Sim, entre outros méritos, o álbum da cantora Jacque Falcheti com o grupo Retrato Brasileiro expõe a obra de Noel Rosa até como a vacina que produz ânimo para enfrentar a vida com dose de boa vontade." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 07.12.2020)

Temas

CD 1
01
Minha viola
Noel Rosa
02
Estátua da paciência
Noel Rosa - Jerônimo Cabral
03
João ninguém
Noel Rosa
04
Mulato bamba
Noel Rosa
05
Tipo zero
Noel Rosa
06
Remorso
Noel Rosa
07
Você é um colosso
Noel Rosa
08
Meu barracão
Noel Rosa
09
Maria fumaça
Noel Rosa
10
Samba da boa vontade
Noel Rosa - Braguinha (João de Barro)