Suscripción Newsletter

Recibe noticias y avisos de promociones especiales

Água do céu-pássaro

Ney Matogrosso
Discos: MPB / Pop

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Warner Music
Estilo MPB / Pop
Año de Edición Original 1975

Más

Ney Matogrosso (voz)

Sérgio Rosadas (flauta), Marcio Montarroyos (trompeta, flugelhorn), Guilherme Vaz (teclados), Cláudio Gabis (guitarra eléctrica), Jorge Olmar (guitarra acústica, viola caipira), Bruce Henri (bajo eléctrico, contrabajo), Elber Bedaque (batería), Don Chacal (percusión).

"(...) Água do céu-pássaro tem linguagem pop e dose alta de sensualidade em Açúcar candy (Sueli Costa e Tite de Lemos, 1975). Se América do Sul (Paulo Machado, 1975) expôs latinidade que pautaria várias gravações do cantor, Pedra de rio (Luhli, Lucina e Paulo César, 1975) já escancarou o apego do artista à natureza. Infelizmente, as duas músicas-bônus da atual reedição de Água do céu-pássaro - As ilhas (Astor Piazzola e Geraldo Carneiro) e 1964 II (Astor Piazolla e Jorge Luis Borges),  faixas do compacto gravado por Ney em novembro de 1974, em Milão (Itália) -  tocam de forma invertida em relação à disposição das músicas indicada na contracapa. no encarte e no selo da reedição em CD(...)" Mauro Ferreira (Blog Notas Musicais, 20.01.2016)

"Depois de um envolvimento relativamente tardio com a música (enquanto saída profissional), e tendo entretanto afirmado já a criação de um espaço artístico seu através da sua presença na etapa inicial de vida dos Secos & Molhados – pelos quais gravou dois álbuns absolutamente marcantes entre 1973 e 74 – Ney Matogrosso deu o primeiro passo num percurso discográfico a solo precisamente depois de separado o trio que assinalara momentos musical, lírica e performativamente subversivos que acrescentaram valores, visões e possibilidades à construção de novas identidades no espaço da música brasileira. Um ano depois de um segundo álbum editado pelos Secos & Molhados (que não conseguiu o mesmo impacte do primeiro, embora esteja longe de ser um feito menor), Ney Matogrosso levava consigo para a sua estreia a solo algumas heranças diretas do trabalho que então tinha partilhado com João Ricardo e Gerson Conrad, ou seja, um gosto em explorar caminhos que partiam de estéticas em vigor nos planos do rock de então, mas que abriam horizontes para descobrir não apenas o quando, o onde e o como do Brasil de então, mas também a força maior do “quem” que dava voz à música.
A capa (impressa em papelão) do álbum de estreia de Ney Matogrosso é desde logo um programa que tanto mostra heranças diretas da etapa anterior como lança caminhos que o próprio continuaria depois a explorar. Tribalismo, ligações a verdades ancestrais daqueles lugares, demandas interiores e a capacidade em dialogar com várias frentes da invenção estética de então, com pistas lançadas por autores diferentes (entre os quais Milton Nascimento ou João Bosco), juntaram em Água do Céu – Pássaro os elementos certos para que um caminho progressivamente mais demarcado e pessoal se começasse a desenhar daqui em diante.
Mas convenhamos que logo aqui, neste momento de “Ipiranga” a 33 rotações por minuto, já encontramos em Ney Matogrosso uma voz entregue a um caminho seu. Sons de selva (num trabalho de sonoplastia que sabe encenar o espaço) abrem um alinhamento, que logo nos coloca perante o fulgor de uma voz que nos canta, num grito visceral… “eu sou o homem de neanderthal”… A canção Homem de Neanderthal, de facto, não deixa ninguém indiferente, assimilando uma lógica com afinidades com o rock progressivo e mais experimental então em voga em algumas frentes da invenção. Mas desde logo deixava claras as marcas de personalidade e identidade de quem se apresentava (o que a letra de resto sublinhava). Ao prog juntam-se ecos do psicadelismo, aventuras de maior lirismo, flirts jazzy, uma versão (magnífica) de Mãe Preta (que, entretanto, Amália tinha celebrizado como Barco Negro) e um episódio de fulgor político maior em América do Sul, talvez a canção do álbum que mais seguramente venceu os desafios do tempo.
Com edição original no Brasil em 1975 (que incluía um single de sete polegadas como bónus) e igualmente lançado em Portugal por esses dias, Água do Céu – Pássaro teve uma edição em CD já depois da viragem do século mas, apesar das recentes reedições em vinil dos dois primeiros álbuns dos Secos & Molhados, ainda não conheceu noca vida em vinil. O facto de não ter sido um êxito comercial significativo quando surgiu originalmente faz das edições em vinil da época peças desejadas por colecionadores. Mas a excelência do álbum já justificava uma reedição que o torne mais “acessível”… Vá lá que se pode escutar nas plataformas digitais. E vale a pena (re)encontrar a voz de Ney Matogrosso num momento em que a sua música está mais próxima de um espaço rock experimental do que dos caminhos (não menos interessantes, claro) da MPB que outros discos depois explorariam." Nuno Galopim (Gira-discos, 14.07.2021)

Únicamente disponible en la caja "Anos 70" (2015) / Only available as part of the box "Anos 70" (2015)

Temas

CD 1
01
Homem de Neanderthal
Luiz Carlos Sá
02
Corsário
João Bosco - Aldir Blanc
03
Açucar candy
Sueli Costa - Tite de Lemos
04
Pedra de rio
Luli - Lucina - Paulo César
05
Idade de ouro
Jorge Omar - Paulo Mendonça
06
Bodas
Milton Nascimento - Ruy Guerra
07
Mãe preta
Caco Velho - Piratini
08
Cubanacan
Moisés Simons - Louis Sauvat - R. Chamfleury
09
América do Sul
Paulo Machado
10
As ilhas
Astor Piazzola - Geraldo Carneiro
11
1964 (II)
Astor Piazzola - Jorge Luis Borges