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Toquinho e Paulo Ricardo cantam Vinicius

Toquinho & Paulo Ricardo
Discos: MPB / Electrónica

Disponible

22,27 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Building Records
Estilo MPB / Electrónica
Año de Edición Original 2011

Más

Toquinho (voz, guitarra acústica, arreglos), Paulo Ricardo (voz)

Hugo Hori (saxo), Waldo Denuzzo (guitarras, bajo batería, teclados, programaciones, arreglos, producción), Gabriel Agnelli y Rafael Beginsky (guitarra eléctrica, arreglos), Da Lua (percusión), Cuca Teixeira (batería), Paulo César Navarro de Andrade (caja de fósforos), Lisa Kalil y Olivia Tabet (coros), Luiz Amato (violín), Adriana Holtz (cello), Jarbas Agnelli (arreglos).

Edición en formato Digipack.

"Em 2000, Bebel Gilberto era a pessoa certa, no lugar certo (Nova York, EUA) e na hora certa quando - com o auxílio luxuoso de Suba (1961 - 1999) - repaginou a música brasileira em clima eletrônico e conquistou o mundo com álbum, Tanto tempo, promovido com antológica regravação do Samba da benção (Vinicius de Moraes e Baden Powell, 1966) que soou, de fato, moderna. Onze anos depois, o mesmo Samba da benção reaparece em registro modernoso de Paulo Ricardo e Toquinho - com direito à inserção de vocais de Vinicius de Moraes (1913 - 1980). A faixa dá o tom de Paulo Ricardo e Toquinho cantam Vinicius, álbum recém-editado pela Building Records, gravadora especializada em música eletrônica. A ideia de revestir doze clássicos do cancioneiro poético de Vinicius com trajes eletrônicos em tese é interessante. Contudo, o álbum resulta apático, patinando em pista modernosa por conta das programações triviais de Waldo Denuzzo, multi-instrumentista escalado para fazer a produção e (alguns) arranjos do disco. Através de samples, a voz de Vinicius é ouvida em seis das 13 faixas. Entre os vocais forçosamente lânguidos de Paulo Ricardo em Eu sei que vou te amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959), ouve-se - por exemplo - trecho do Soneto de separação na voz do Poetinha. Mas nem tal inserção consegue dar alguma emoção à faixa. Aliás, Paulo Ricardo e Toquinho cantam Vinicius é disco desprovido de qualquer emoção. Toda a nostalgia melancólica da Carta ao Tom 74 (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1974) se esvai em registro que rebobina os vocais de gravação do grupo Quarteto em Cy. De modo geral, os sentimentos do cancioneiro de Vinicius são diluídos em favor de beats eletrônicos pouco vibrantes que dão outra pulsação às músicas sem torná-las minimamente atraentes dentro dessa atmosfera contemporânea. Contudo, verdade seja dita: Paulo e Toquinho jamais desfiguram as músicas. Todas continuam com seu formato melódico intacto. A dupla tampouco se lambuza com os recursos eletrônicos. O violão de Toquinho é identificável em temas como Tarde em Itapuã (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971) entre programações e efeitos de vocoder. Além do violão, a voz do parceiro de Vinicius na última década de vida do poeta também se faz ouvir com clareza em entre os vocais femininos de Sei lá... A vida tem sempre razão (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971), samba incluído no disco na última hora para pegar carona na exposição do tema na abertura da novela Viver a vida (TV Globo, 2009).  Ainda assim, nenhuma faixa cativa de fato. Há músicas que reaparecem sem chegar a constranger - casos de Água de beber (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1961) e Pra que chorar? (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1964). Mas Chega de saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) chega a constranger pela total anulação da beleza do samba. Da mesma forma, Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1963) poucas vezes soou tão sem sal e não merecia ganhar a anêmica batucada supostamente fashion para gringo ver que se insinua na faixa e dá as caras para valer no Samba de Orly (Vinicius de Moraes, Toquinho e Chico Buarque, 1970). Já a música inédita de Toquinho e Vinicius que agrega valor documental ao disco - Romeu e Julieta, cujo manuscrito da letra escrita pelo poeta é reproduzido no encarte - quase passa despercebida porque a melodia de Toquinho não se mostra especialmente sedutora. Já os versos de Vinicius dialogam com o tom passional do desfecho da peça de Shakespeare (1564 - 1616) que emprestou o nome ao tema. Enfim, no momento em que o RPM volta à cena com a formação clássica e com excelente safra de músicas inéditas, o álbum Paulo Ricardo e Toquinho cantam Vinicius tira o foco da banda no momento em que o RPM está sob os holofotes e - pior!! - nada acrescenta de realmente relevante à imortal obra de Vinicius de Moraes." Mauro Ferreira (Blog Notas Musicais, 05.07.2011)

Temas

CD 1
01
Água de beber
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
02
Tarde em Itapoã
Toquinho - Vinicius de Moraes
03
Pra que chorar?
Baden Powell - Vinicius de Moraes
04
Canto de Ossanha
Baden Powell - Vinicius de Moraes
05
Eu sei que vou te amar
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
06
Samba da benção
Baden Powell - Vinicius de Moraes
07
Carta ao Tom 74
Toquinho - Vinicius de Moraes
08
Chega de saudade
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
09
Garota de Ipanema
Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) - Vinicius de Moraes
10
Romeu e Julieta
Toquinho - Vinicius de Moraes
11
Sei lá... a vida tem sempre razão
Toquinho - Vinicius de Moraes
12
Samba de Orly
Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) - Toquinho - Vinicius de Moraes