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Vestido de amor

Chico César
Discos: MPB

Disponible

16,62 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Zamora Label
Estilo MPB
Año de Edición Original 2022

Más

Chico César (voz, guitarra)

Albin De La Simone (teclados, melódica), Leonardo Montana (piano), Jean-Baptiste Soulard (guitarras, teclados, programaciones), Rodriguez Vangama (guitarra), Sekou Kouyaté (kora), Natalino Neto o Étienne Mbappé (contrabajo), Zé Luis Nascimento (batería, percusión), Dharil Esso (batería), Clément Petit (cello) y Aestesis (cuarteto de voces), Isabel Gonzalez y Valérie Belinga (coros), Jean Lamoot, programaciones).

Participación especial de: Salif Keita (voz) y Ray Lema (voz, teclados).

Edición en formato Digipack.

“Me sinto vivo, livre, solto no ar / A liberdade é meu melhor abrigo / A liberdade é sempre o meu lugar”, alardeia Chico César na levada de Flor de figo, primeira das onze músicas autorais dispostas em Vestido de amor, álbum lançado pelo artista paraibano na sexta-feira, 23 de setembro.
Compositor que se manteve relevante desde que ganhou projeção nacional em 1995, o paraibano Francisco César Gonçalves se aviva neste disco gravado na França, precisamente no parisiense Studios Feber, com produção musical do franco-belga Jean Lamoot, também responsável pela mixagem.
Orquestrando músicos africanos, brasileiros e franceses, Lamoot injeta lufada de ar fresco na safra autoral do artista, único compositor de dez das onze músicas do cancioneiro oficialmente inédito em disco, ainda que algumas canções tenham brotado em vídeos postados por Chico durante o isolamento social imposto pela pandemia ao longo de 2020.
Notável na canção-título Vestido de amor, inebriante pop dançante que parece fazer a música de Chico flutuar no ar, a leveza conduz o álbum por rota que liga a África – pátria da música do mundo ocidental – ao nordeste do Brasil.
Conversa com o pianista congolês Ray Lema conscientizou Chico César do quanto a obra matricial de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), rei vitalício da nação musical nordestina, embute formalmente a influência africana, muito menos alardeada do que a ascendência árabe de alguns sons do nordeste do Brasil.
Sintomaticamente, uma das músicas que mais expõe a conexão do nordeste com a África no disco, Xangô e forró e aí, tem a voz e o piano de Lema, músico africano habituado a se embrenhar em território jazzístico. Lema é parceiro de Chico César na composição desse coco temperado com molho africano e a quentura rítmica evocativa da obra de outro rei da nação musical nordestina, Jackson do Pandeiro (1919 – 1982).
Com letras em que o amor é assunto recorrente, sob prismas diversos, o álbum Vestido de amor equilibra temperaturas e voltagens rítmicas distintas sem perda da unidade em repertório que também transita pela rumba zairense.
Tema fervido, Reboliço faz jus ao título ao flertar com o calipso e, ao mesmo tempo, evocar a pegada forrozeira que faz todo mundo dançar numa sala de reboco. Afro xote, Na balustrada também cai no suingue, no impulso do beat da guitarra elétrica do músico congolês Rodriguez Vangama.
A propósito, muito do êxito do álbum Vestido de amor reside na forma como que as canções de Chico César foram trajadas com os toques de grandes músicos africanos. Recorrente no disco, o toque largo e percussivo do baixo de Etienne Mbappe salta especialmente aos ouvidos no balanço fluente de Pausa ao lado do fraseado modernista da kora de Sekou Kouyaté.
“As lágrimas lavaram o mundo / Mas o pranto não cessou / Era um buraco tão fundo / Que o dilúvio não findou / E a nossa sede era de ser / E era amor”, poetiza Chico César, mixando amor e política na letra de Pausa.
Único tema mais explicitamente político do repertório, o reggae Bolsominions é pedrada que o ativista artista lança no disco para denunciar o mau uso da fé cristã no exercício de podres poderes. A longa passagem instrumental na metade final de Bolsominions exemplifica a intenção de Chico César de criar disco pautado pelo pan-africanismo, demolindo fronteiras musicais.
Tanto que outro reggae, Corra linda, começa com dengo e depois vai ficando denso até ganhar o peso do rock. Já Amorinha expõe o parentesco lusófono entre mornas, sambas-canção e fados, evocando melancolias sem deixar cair o astral desse disco que, na canção Te amo, amor, soa doce como a manga citada na letra enquanto SobreHumano dá toque humanista aos gananciosos com a alternância das vozes de Chico César e Salif Keita.
Sim, o mesmo Salif Keita que, três décadas atrás, fez o cantor paraibano dançar no compasso apaixonado da canção À primeira vista (Chico César, 1995).
Quando ouviu SobreHumano, foi o africano Salif Keita quem dançou conforme a música multifacetada de Chico César neste disco cheio de vida e afeto, pautado pela leveza e a liberdade de expressão musical e política.
Com o álbum Vestido de amor, Chico César oferece pérolas aos vivos." Mauro ferreira (g1.globo.com, 27.09.2022)

"Vestido de Amor, le dixième album studio du brésilien Chico Cesar, creuse le sujet du panafricanisme, cette fois du point de vue de la diaspora. En 1996, le chanteur, auteurcompositeur né à Catolé do Rocha, dans la zone désertique de l’État du Paraíba, composait Mama Africa, ode à la femme noire, mère célibataire aux mains caleuses et au grand coeur. En 2022, dans ce village global qui est le nôtre et où la question de l’appropriation culturelle se pose avec acuité, il parait évident que l’Afrique a alimenté tous les courants culturels, mais qu’à son tour elle s’en est nourrie. Ainsi, Chico César a-t-il invité deux grandes personnalités de la musique africaine à enrichir Vestido de Amor : Salif Keita et Ray Lema. Chico Cesar livre en conséquence un album aux couleurs multiples, du forró nordestin au reggae jamaïcain, de la rumba zaïroise aux langueurs du calypso, du coco des pêcheurs côtiers aux électricités du rock urbain. Vestido de amor n’en demeure pas moins totalement brésilien. Premier album de Chico Cesar conçu en dehors du Brésil, Vestido de Amor dresse un constat franc et joueur d’un monde métis où danser est toujours possible, surtout quand, au travers de la joie, passent des messages, de paix, de fraternité, mais aussi de lutte, remettant au centre du jeu l’amour et la joie des Nordestins. Produit par Jean Lamoot (Bashung, Salif Keita, Mano Negra), Vestido de Amor (habillé d’amour) a intégré la kora mandingue de Sekou Kouyaté, ou encore la basse percussive du Camerounais Etienne M’Bappé. Et si l’amour est un acte révolutionnaire, la musique en fusion de Chico & Co est un trait de grâce."

Temas

CD 1
01
Flor do figo
Chico César
02
Vestido de amor
Chico César
03
Reboliço
Chico César
04
Amorinha
Chico César
05
Sobrehumano
Chico César - Salif Keita
Chico César & Salif Keita
06
Bolsominions
Chico César
07
Xangô, forró e aí
Chico César - Ray Lema
Chico César & Ray Lema
08
Te amo amor
Chico César
09
Corra linda
Chico César
10
Pausa
Chico César
11
Na balustrada
Chico César