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Mil coisas invisíveis

Tim Bernardes
Discos: MPB / Pop

Disponible

18,49 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Psychic Hotline
Estilo MPB / Pop
Año de Edición Original 2022

Más

Tim Bernardes (voz, piano, guitarra acústica, bajo, batería, percusión, arreglos, producción)

Douglas Antunes (flugelhorn, trombón), Mauricio Pereira (saxo tenor, en "Leve"), Cuca Ferreira (saxo barítono, en Olha"), Arthur Decloedt (contrabajo), Biel Basile (percusión, en "Ralmente lindo"), Gui Jesus Toledo (palmas, en "Falta"), Dora Morelenbaum y Zé Ibarra (coros, en "Beleza eterna"), Felipe Pacheco Ventura (cuerdas).

Edición en formato Digipack.

"Mencionar em 2022 a tal prova do segundo disco – temida no mercado fonográfico em tempos idos – beira o nonsense porque, na era digital, falta disponibilidade, paciência e interesse das pessoas para ouvir álbuns, normalmente diluídos em singles e EPs.
No caso de Tim Bernardes, chega a ser absurdo falar nessa prova porque entre o antológico primeiro álbum solo do vocalista e principal compositor do trio Terno, Recomeçar (2017), e o segundo, Mil coisas invisíveis, houve o estupendo quarto álbum de estúdio do grupo, <atrás/além> (2019), cuja vigorosa safra autoral confirmou o talento superlativo do compositor paulistano.
Ou seja, Tim Bernardes nada mais tem a provar. Mas, se ainda tivesse, o álbum Mil coisas invisíveis – disponível desde 14 de junho via Coala Records – dissiparia qualquer dúvida a respeito da grandeza do artista, como sinalizou acertadamente a canção existencialista Nascer, viver, morrer ao ser apresentada em 3 de maio como primeiro dos quatro singles do álbum gravado com produção musical orquestrada pelo próprio Tim Bernardes.
Obra-prima, Nascer, viver e morrer abre o álbum Mil coisas invisíveis, dando início à jornada filosófica encarada por Bernardes ao longo de 15 faixas que totalizam 58 minutos e que, em alguns pontos da caminhada, podem até soar repetitivas sem diluição da beleza.
Essa ocasional sensação de déjà vu do repertório é o único senão de Mil coisas invisíveis, mas não a ponto de tirar o status de obra-prima a que faz jus este álbum em que, além de ter tocado a maioria dos instrumentos (piano, violão, baixo, bateria e percussão), Tim Bernardes arranjou as cordas e sopros executados por Felipe Pacheco Ventura e Douglas Antunes, respectivamente.
Fundamental, a orquestração da dylanesca A balada de Tim Bernardes faz da faixa de seis minutos um dos pontos mais altos do disco pela fina sintonia entre música, letra e arranjo. Se a sinfonia da dor resultou grandiosa no álbum Recomeçar, Mil coisas invisíveis muitas vezes abre mão da suntuosidade para iluminar, em tons mais íntimos, recantos da existência do narrador dessa jornada – e não é por acaso que o artista compara o disco a um livro.
A economia do arranjo de Velha amiga, canção levada somente pelo violão de Tim, exemplifica a opção pelo minimalismo existencialista. De excelente nível, as letras são reflexivas e por vezes verborrágicas, como na canção-conto Última vez, previamente apresentada em 7 de junho como quarto single do álbum masterizado pelo engenheiro de som Gui Jesus Toledo.
Composto entre 2018 e 2020, o repertório reunido por Bernardes em Mil coisas invisíveis remói angústias, cansaços, percepções e superações sem fechar os olhos para a beleza da vida e, por isso mesmo, faz todo sentido a inclusão no disco de Realmente lindo, estilizado ijexá lançado por Gal Costa há quatro anos no álbum A pele do futuro (2018).
“Mas que a vida nunca é curta / Perto de tudo que ela é bonita / Vida infinita / A beleza eterna que às vezes pode-se enxergar”, filosofa o poeta pensador em versos de Beleza eterna, canção conduzida pela guitarra acústica de Tim e elevada pelo coro das vozes de Dora Morelenbaum e Zé Ibarra.
“Trago marcas do caminho / ... / Trato as marcas com carinho”, canta o poeta pensador em versos de Fases, inspirada balada estruturada à moda clássica.
Entre apaixonadas canções de amor como BB (Garupa de moto amarela), faixa lançada em 17 de maio como o segundo dos quatro singles do álbum, Tim Bernardes mapeia impressões e desejos da vida ao fazer o provisório inventário existencial ao longo dos cinco minutos de Meus 26, canção confessional com “visão inacabada” e já datada, pois o artista completou 31 anos no último sábado, 18 de junho.
Se a suntuosa balada Olha se conecta de imediato ao Tim tristonho do álbum Recomeçar, canções como Falta reforçam o tom reflexivo e algo contemplativo de Mil coisas invisíveis – característica reiterada pelo clima introspectivo do samba-canção Esse ar, faixa em que o violão de Tim ecoa bossas.
Entre citações de locais da cidade natal de São Paulo (SP) e de Beatles (nominados em Mistificar, terceiro dos quatro singles prévios), Tim Bernardes solta o peso do mundo em Leve, canção que antecede a beleza que é Mesmo se você não vê, música que deixa o sol brilhar ao fim da jornada existencial de Mil coisas invisíveis.
Mil coisas invisíveis é álbum em que, mais leve, o poeta pensador acaricia as marcas do caminho e se mantém elevado no panteão da música brasileira do século XXI pela grandiosidade do cancioneiro autoral, passando com louvor na já absurda prova do segundo disco." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 22.06.2022)

Temas

CD 1
01
Nascer, viver, morrer
Tim Bernardes
01:53
02
Fases
Tim Bernardes
04:18
03
BB (Garupa de moto amarela)
Tim Bernardes
02:46
04
Realmente lindo
Tim Bernardes
03:25
05
Meus 26
Tim Bernardes
05:00
06
Falta
Tim Bernardes
03:03
07
Velha amiga
Tim Bernardes
04:07
08
Olha
Tim Bernardes
04:19
09
Esse ar
Tim Bernardes
03:02
10
Última vez
Tim Bernardes
05:22
11
Mistificar
Tim Bernardes
03:07
12
A balada de Tim Bernardes
Tim Bernardes
06:06
13
Beleza eterna
Tim Bernardes
05:29
14
Leve
Tim Bernardes
03:51
15
Mesmo se você não vê
Tim Bernardes
02:21