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O divino Cartola

Cartola
Discos: Samba

Disponible

34,18 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Fatiado Discos
Estilo Samba
Año de Edición Original 1964
Observaciones EP

Más

Cartola (voz)

con la Escola de Samba de Almeidinha.

Reedición EN VINILO, de julio de 2023, del single doble lanzado originalmente en 1964 por el sello Mocambo. Con la portada y la contraportada originales (fue lanzado un año antes en las plataformas digitales).

Con el único precedente de su participación en el mítico disco "Native Brazilian Music", lanzado en los Estados Unidos en 1942 (y felizmente reeditado en CD en 2012), éste fue el primer disco oficial del "divino" Cartola (Angenor de Oliveira) (Rio de Janeiro, RJ, 1908 -1980). Prácticamente olvidado, incluso por la mayoría de los seguidores del samba, que tenian los dos álbumes lanzados por el sello Marcus Pereira en 1974 y 1976, como primeras referencias de Cartola como intérprete, este es un precioso documento histórico.

"Compacto com 4 músicas saiu quando o cantor e compositor tinha 56 anos e uma década antes do primeiro LP do sambista
Um momento raro da história da música brasileira acaba de voltar ao mercado de maneira oficial. O EP "O Divino Cartola (Com a Escola de Samba de Almeidinha)" foi disponibilizado nas plataformas de streaming pela Rozenblit. Se descontarmos uma gravação com ele cantando "Quem Me Vê Sorrindo", lançada apenas nos EUA em 1942, este foi o primeiro registro da voz do artista em vinil.
A história de Cartola é das mais fascinantes da música brasileira. O cantor e compositor nascido em 1908 escreveu sambas de sucesso que foram gravados por nomes como Aracy de Almeida, Carmen Miranda e Francisco Alves nas décadas de 30 e 40.
Problemas pessoais e de saúde o levaram a abandonar a música até ele ser redescoberto, lavando carros!, pelo escritor e cronista Sergio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, em 1956. A partir dali, a vida do compositor começou a mudar, com novas gravações de suas músicas e a abertura do restaurante Zicartola em 1963.
Ainda assim, a carreira como cantor demorou a engrenar. O compacto duplo, que agora foi relançado, traz duas canções dele que, hoje, são clássicos incontestáveis do samba, "O Sol Nascerá" e "Amor Proibido", e mais duas onde ele é apenas intérprete, "Bobagem" e "Não Quebre o Meu Tamborim".
Cartola só voltaria a aparecer em um disco de vinil em 1968 quando sai o antológico "Fala Mangueira", ao lado de Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho e outros.
O primeiro disco solo só chegou às lojas em 1974 quando ele já tinha 66 anos. Tanto este, quanto o trabalho seguinte, de 1976, são considerados marcos da história da nossa música. O sambista, nascido, Angenor De Oliveira, ainda gravaria mais dois LP antes de morrer aos 72 anos em 30 de novembro de 1980."

"Angenor de Oliveira, ou melhor, Cartola (1908-1980), está nos livros de história da MPB, gravou pela primeira vez num disco coletivo, de 1968,  Fala Mangueira (Odeon), no qual canta duas faixas. Álbum dividido com Carlos Cachaça, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho e Odete Amaral. Só teria direito a um LP solo em 1974, aos 66 anosa, pela Marcus Pereira.
Mas não foi bem assim, ratifica Hélio Rozenblit, que administra o catálogo da gravadora fundada pelo pai dele, em 1953, pertencente à Somax, empresa, que adquiriu os direitos sobre acervo da extinta Fábrica de Discos Rozenblit. Pousou nesta sexta-feira, 8 de julho, nos aplicativos de música digital, o compacto duplo ( o que hoje se chama de EP), O Divino Cartola, preciosidade obscura, com quatro faixas cantadas por Cartola, com a Escola de Samba do Almeidinha, com selo Mocambo, o principal da gravadora recifense.
Um dos fundadores da Estação Primeira da Mangueira, um dos bambas do samba do morro, desde fins dos anos 20, gravado por astros do início da era do rádio (aos quais vendeu muita composição), Cartola, boêmio inveterado, afundou na cachaça e sumiu nos anos 40. Pensava-se até que havia morrido. Em 1957, foi descoberto pelo jornalista Sergio Porto, lavando carros numa garagem em Ipanema.
Muita gente procurou ajudar Cartola, então com 49 anos. Nenhuma gravadora se interessou em contratá-lo. Seu admiradores recorrer ao jeitinho brasileiro, ou seja, tentaram descolar um emprego pra ele. Mas Angenor de Oliveira foi claro. Estava muito velho, não queria trabalho, e sim um emprego. Foi indicado para vários, na maioria não foi aceito, porque ia biritado falar com o futuro chefe. Em 1964, com ajuda dos amigos de Cartola, surgiu o restaurante, e casa de sambas, Zicartola (junção do nome dele com o da esposa, Dona Zica).
A badalação da casa serviu como um grande impulso para o samba carioca. Compositores de escolas, do morro, passaram a ser mais requisitados, contratados para gravar, casos de Zé Kéti e Nelson Cavaquinho. Nara Leão gravou um disco inteiro com a música desses sambistas. No final de dezembro de 1964, foi lançado o compacto duplo O Divino Cartola. O “Divino” lhe foi dado pelo crítico de música Lúcio Rangel (tio do citado Sergio Porto). A Rozenblit até então tinha filiais no Rio, São Paulo e Porto Alegre. A título de curiosidade, João Araújo, depois conhecido como o “pai de Cazuza”, que dirigiu a RGE e a Som Livre, esteve um tempo à frente da Rozenblit carioca.
Cartola gravou, com o grupo Escola de Samba do Almeidinha (o compositor Anibal Alves de Almeida). O repertório: O Sol Nascerá (Cartola/Elton Medeiros), Não Quebre Meu Tamborim (José Caldas/J.R de Oliveira), Bobagem (Almeidinha), Amor Proibido (Cartola). As informações técnicas são precárias (como era praxe na época). O texto da contracapa, assinado pelo crítico Sérgio Cabral (pai do desditado ex-governador do Rio), joga muito confete em Cartola, mas diz pouco do disco. Na mesma contracapa sabe-se que a produção artística foi do compositor Henrique Hazan, e a produção musical de Renato de Oliveira, a capa é de Max Sache.
Só por tirar do ineditismo os clássicos O Sol Nascerá e Amor Proibido, este disco da Rozenblit/Mocambo já seria histórico. Mas ele promove também a estreia de Cartola como cantor: “Surpreendeu-nos favoravelmente a voz de Cartola, e até não o reconhecemos quando ouvimos o disco pela primeira vez”, escreveu o jornalista Mário Ivan numa análise de O Divino Cartola. Ivan tira por menos a qualidade sonora do compacto, que enfatiza o violão, e deixa lá atrás a percussão. Felizmente, a voz de Cartola está bem colocada. Vale para este relançamento, o que o jornalista escreveu no final da análise do disco em 31de dezembro de 1964: “Está pois a Rozenblit de parabéns, pelo ótimo presente”. 

Temas

CD 1
01
O sol nascerá
Angenor de Oliveira (Cartola) - Elton Medeiros
02
Não quebre meu tamborim
José Caldas - J.R. de Oliveira
03
Bobagem
Almeidinha (Anibal Alves de Almeida)
04
Amor proibido
Angenor de Oliveira (Cartola)