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Armoriando

Sérgio Raz & Ana de Oliveira
Discos: Armorial (Folclore brasileño / Medieval ibérica)

Disponible

19,36 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Sesc SP
Editorial SESC SP
Estilo Armorial (Folclore brasileño / Medieval ibérica)
Año de Edición Original 2023
Instrumental

Más

Sérgio Raz (guitarra de 12 cuerdas), Ana de Oliveira (violín)

Marcos Suzano (percusión), Mariana Salles (violín), Dhyan Toffolo (viola) y Hugo Pilger (cello).

Edición en formato discolibro (tapa dura), con 36 páginas, ilustradas en color.

"Estruturado pelo escritor, poeta e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna (1927 – 2014) a partir do encontro da cultura popular nordestina com a arte erudita, o Movimento Armorial reverbera no segundo álbum do duo formado pela violinista Ana de Oliveira com o violonista Sérgio Raz (no toque da viola de 12 cordas ao longo do disco).
Programado para ser lançado em 14 de setembro pelo Selo Sesc, o álbum Armoriando sucede Carta de amor e outras histórias (2019) na discografia do duo e, através de 12 temas, celebra o movimento que entrou em cena em outubro de 1970, em Pernambuco, com apresentação concerto da Orquestra Armorial de Câmara.
Gravado, mixado e masterizado em agosto de 2022 no estúdio Visom, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o álbum Armoriando junta o duo com o toque da percussão de Marcos Suzano – em quatro das 12 faixas – e a participação de um trio de cordas formado por Dhyan Toffolo (viola), Mariana Salles (violino) e Hugo Pilger (violoncelo).
O repertório do álbum Armoriando inclui obras de compositores como Antônio Madureira, Clóvis Pereira, Guerra-Peixe e Jarbas Maciel, além de músicas do próprio Sérgio Raz, artista pernambucano que integrou Quarteto Romançal (de Antônio Madureira) e o grupo que acompanhava Suassuna em aulas-espetáculo do artista.
Cantiga, Cortejo, Galope, Lancinante, Repente e a Suíte Pedra do Reino – formada pelos movimentos Chamada, Aboio e Cavalo marinho – integram o repertório do álbum Armoriando." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 06.09.2023)

"Idealizado pelo escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna (1927-2014), o Movimento Armorial tinha como objetivo reunir artistas de áreas as mais variadas, como a cerâmica ou a poesia, em torno da construção de uma arte popular-erudita nordestina. Na música, as ideias de Suassuna iam ao encontro das de Cussy de Almeida (1936-2010). O maestro e violinista, diretor do Conservatório Pernambucano de Música, desejava formar conjuntos de câmara que, entre outros objetivos, tivessem um repertório próprio, ligado à música do Nordeste.  
Foi assim que, no dia 18 de outubro de 1970, a Catedral de São Pedro dos Clérigos, em Recife, Pernambuco, recebeu um misto de concerto e exposição de arte intitulado “Três séculos de música nordestina: do Barroco ao Armorial”. Tinha início o Movimento Armorial. Na música, o Armorial tinha ideias ambiciosas, que iam além de sugerir o aproveitamento de melodias ou ritmos populares dentro de estruturas instrumentais e linguagens europeias, como havia feito o nacionalismo. O Movimento propunha a criação de obras com instrumentos e gêneros característicos da música tradicional do Nordeste.   
Os dois conjuntos musicais formados, a Orquestra de Câmara e o Quinteto Armorial, desenvolveram intensa atividade na década de 1970, apresentando e gravando obras especialmente concebidas para as formações, de autoria de Jarbas Maciel (1933-2019), Clóvis Pereira (1932), Antônio Madureira (1949), Capiba (1904-1997), Guerra-Peixe (1914-1993) e do próprio Cussy de Almeida, entre outros.   
Conforme nota o pesquisador e professor Sérgio Barza, a maior parte das peças era de duração curta, geralmente modal, e as composições baseavam-se em gêneros nordestinos do interior e do litoral, como baião, aboio, embolada, coco etc. Também a execução era um desafio, seja pela técnica de arco que deveriam utilizar os instrumentistas de cordas, seja pela interpretação dos ritmos populares. Ambos os grupos, orquestra e quinteto, tornaram-se bastante conhecidos em todo o Brasil, com boas vendas de LPs e presença tanto nas salas de concertos como nas emissoras de rádio.   
Este álbum atualiza o legado do Movimento Armorial, cujo cinquentenário se comemorou em 2020. Com um som quente, gravado quase ao vivo, a base da sonoridade é o violino de Ana de Oliveira e a viola de 12 cordas de Sérgio Raz. Segundo o músico, também responsável por todos os arranjos, a viola de 12 cordas se mostrou o instrumento mais apropriado para exibir as características tanto eruditas quanto populares desse repertório, ao mesmo tempo em que acentuou a sonoridade nordestina.   
Lancinante inicia o disco com energia máxima. A peça, que também abre o LP “Aralume” (1976), do Quinteto Armorial, é de uma das figuras centrais do Movimento, Antônio Madureira. Ao lado de Suassuna, Madureira criou o Quinteto Armorial como uma tentativa de aprofundar a pesquisa da sonoridade armorial, já que, ao contrário da Orquestra, o Quinteto se utilizava de instrumentos da cultura local como viola sertaneja, marimbau nordestino, rabeca e pífano. Ao violino de Ana e à viola de Sérgio, junta-se nesta faixa a percussão de Marcos Suzano.   
Outras duas peças de Antônio Madureira estão presentes no disco: Repente, uma das obras mais populares do disco de estreia do Quinteto, “Do romance ao galope nordestino” (1974) e que também foi gravada no primeiro disco da Orquestra Armorial (“Orquestra Armorial vol.1”, 1975), e Improviso, para viola solo. Também lançada em “Aralume”, a peça remete a um desafio de violeiros e aqui é recriada com brilho na viola de 12 cordas de Sérgio Raz.   
O compositor, arranjador, pianista e regente Clóvis Pereira (que completou 90 anos em 2022) escreveu, além de peças para o Armorial, tanto obras eruditas quanto frevos, caboclinhos e maracatus. Sua Cantiga, lançada no disco “Chamada” (1975), da Orquestra Armorial, conta originalmente com uma abertura de flautas e violas, que dialogam com o naipe de cordas, o que se distancia da sonoridade nordestina buscada por Suassuna. Aqui, ao executar a obra ao violino e viola, Ana e Sérgio se aproximam da intenção acalentada pelo idealizador do movimento.   
Além das peças dos autores que trabalhavam diretamente com os conjuntos armoriais, foram encomendadas obras a alguns dos mais importantes compositores brasileiros do período, como Camargo Guarnieri, Marlos Nobre e Guerra-Peixe. Este último era uma escolha mais do que natural, uma vez que o músico fluminense foi essencialmente um autor interessado nas tradições populares brasileiras, que serviram de fonte para suas composições. Durante três anos, entre 1949 e 1952, Guerra-Peixe viveu no Recife, pesquisando e coletando maracatus, catimbós e xangôs em cidades pernambucanas. Sua intimidade com a cultura local era tal que ele foi chamado por Gilberto Freyre de “sulista nordestinizado”. É de Guerra-Peixe (com arranjos de Clóvis Pereira) a peça mais conhecida do Movimento Armorial, Mourão, gravada tanto pela Orquestra quanto pelo Quinteto. Neste disco, todavia, duas outras peças do compositor ilustram sua relação com o Armorial: o Dueto característico para violino e violão (no estilo popular nordestino), em três movimentos e gravado originalmente no disco “Gavião” (1976) da Orquestra Armorial, por Cussy de Almeida e Sérgio Assad; e Galope, registrado no primeiro disco da Orquestra Armorial.  
Outro compositor fundamental, Jarbas Maciel, comparece com a suíte A Pedra do Reino, aqui em sua versão final, estabelecida apenas na década de 1990. Uma das obras mais importantes do Movimento Armorial, sua primeira versão foi lançada pela Orquestra Armorial em “Chamada” (1975). Aqui, ela encerra o disco numa adaptação de Sérgio Raz para violino, viola de 12 cordas, percussão e quarteto de cordas.   
O disco se completa com duas composições do próprio Sérgio Raz. A intimidade do artista com o repertório Armorial vai muito além do fato dele ser pernambucano e desde a infância ter convivido com esse repertório. O início de sua carreira profissional é marcado pelo duo que formou com o próprio Antônio Madureira e por ter integrado o Quarteto Romançal, experiência que recuperou e levou adiante a pesquisa musical do Movimento Armorial já na década de 1990. Ainda, como compositor e violinista, Sérgio estreou em 2012 seu Concerto Armorial para violino e orquestra, dedicado a Ariano Suassuna, no Teatro de Santa Isabel em Recife como solista da Orquestra de Câmara de Pernambuco. Dele estão presentes Armoriando, para violino solo, gravada originalmente em “Segundo Romançário” (2009) e Cortejo, em arranjo para violino, viola de 12 cordas e percussão. A peça foi originalmente gravada com uma rabeca – presenteada ao músico pelo próprio Suassuna – acompanhada por percussão, no disco “Concerto Armorial” (2014).   
Ana de Oliveira – uma das mais importantes violinistas brasileiras da atualidade – e Sérgio Raz formaram seu duo em 2018, e desde então têm feito uma carreira que os leva a palcos de todo o Brasil e do exterior. Extremamente entrosados, lançaram em 2019 o belo CD “Carta de Amor e outras Histórias”, com obras de Sérgio e de Egberto Gismonti. Ao escrever sobre o disco, o compositor Ricardo Tacuchian o chamou de “cordel contemporâneo”. Com este recém-lançado “Armoriando”, Ana de Oliveira e Sérgio Raz aprofundam um trabalho que é exigente tecnicamente e rico musicalmente, desenvolvido com naturalidade entre as fronteiras do erudito e do popular. A apresentação do repertório Armorial a uma nova geração de ouvintes não poderia estar em melhores mãos." Camila Fresca

Temas

CD 1
01
Lancinante
Antonio José Madureira
03:36
02
Cantiga
Clóvis Pereira
04:17
03
Repente
Antonio José Madureira
03:25
04
Dueto característico para violino e violão - I Allegro moderato
César Guerra-Peixe
03:49
05
Dueto característico para violino e violão - II Andantino. III Allegro comodo
César Guerra-Peixe
07:02
06
Improviso
Antonio José Madureira
03:37
07
Galope
César Guerra-Peixe
05:05
08
Armoriando
Sérgio Raz
03:21
09
Cortejo
Sérgio Raz
03:53
10
Suíte Pedra do Reino - I Mov. Chamada
Jarbas Maciel
03:40
11
Suíte Pedra do Reino - II Mov. Aboio
Jarbas Maciel
04:22
12
Suíte Pedra do Reino - III Mov. Cavalo marinho
Jarbas Maciel
01:38