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Viver Gonzaguinha - Os sambas do Morro de São Carlos

Sombrinha
Discos: Samba

Próximamente disponible

20,38 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Sesc SP
Estilo Samba
Año de Edición Original 2023

Más

Sombrinha (voz)

Dirceu Leite (flauta, saxo alto, clarinete), Gilson Santos (trompeta, fluegelhorn), Marlon Sette (trombón), Eron Lima (acordeón), Fernando Merlino (piano, teclados, areglos), Carlinhos 7 Cordas (guitarra de 7 cuerdas, guitarra acústica, arreglos, dirección, producción), Hudson Santos (guitarra acústica), Humberto Mirabelli (guitarra eléctrica), Fernando Brandão o Marcio Vanderlei (cavaquinho), Zé Luiz Maia (bajo eléctrico), Leo Guimarães (contrabajo), Paulo Bomfim o Erivelton Silva o Zé Mario (batería), Rodrigo Zoião, Bruno Gama, Guaracy Cardoso, Marcos Esguleba y Thiago Kukinha (percusión), Gabi D'Paula, Karla Prietto y Papau do Salgueiro (coros), Jota Moraes (arreglos).

Participación especial de: Martinho da Vila, Larissa Luz, Vidal Assis, Zélia Duncan, Criolo, Yvison Pessoa y Elba Ramalho.

Edición en formato Discolibro, que incluye libreto con 32 páginas.

"Criado no Morro de São Carlos, no Estácio, histórico celeiro de bambas cariocas na primeira metade do século XX, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22 de setembro de 1945 – 29 de abril de 1991) caiu no samba, mas em cadência própria.
Gonzaguinha – como era conhecido o cantor, compositor e músico carioca revelado na era dos festivais dos anos 1960 e projetado ao longo da década de 1970 – nunca fugiu à luta, tendo ido do rancor pela ditadura de 1964 à esperança e a fé em um Brasil melhor na esfera política da obra do artista.
“Melhor se cuidar / No campo do adversário / É bom jogar com muita calma / Procurando pela brecha / Pra poder ganhar”, ponderou o artilheiro nas divisões espertas de Geraldinos e Arquibaldos (1975).
Bamba da geração que despontou ao longo dos anos 1980 dentro e ao redor do Fundo de Quintal, tendo sido integrante da formação original do grupo carioca, Montgomery Ferreira Nunis – o Sombrinha – é paulista, mas se criou no samba do Rio de Janeiro (RJ). Um dos maiores compositores revelados nos nobres quintais cariocas, Sombrinha driblou a (justificada) amargura de Gonzaguinha e se concentrou nos sambas de esperança e fé no povo do Brasil ao selecionar o repertório do álbum que lançará em 24 de janeiro pelo Selo Sesc com 14 músicas do compositor.
Com sete convidados, ouvidos ao longo de 14 faixas, o álbum Viver Gonzaguinha – Os sambas do Morro de São Carlos extrapola a cadência do samba, passando pelo bolero Começaria tudo outra vez (1976), seguindo o balanço do xote em Pense n'eu (1978) – lançado por Luiz Gonzaga (1945 – 1989), pai de Gonzaguinha, e regravado por Sombrinha com Elba Ramalho, voz sobressalente na nação nordestina – e reavivando canções românticas como Lindo lago do amor (1984), na qual o rapper Criolo mergulha com suavidade.
Contudo, o samba é ritmo dominante no disco idealizado e viabilizado por Jair Netto, com produção e direção musical do violonista Carlinhos Sete Cordas. E o álbum se eleva quando Sombrinha reapresenta sambas esquecidos, conhecidos somente pelos seguidores fiéis de Gonzaguinha.
Lançado em 1985 por Neguinho da Beija-Flor no disco Ofício de puxador e pelo próprio Gonzaguinha, em gravação feita com Martinho da Vila para o álbum Olho de lince – Trabalho de parto, Bom dia é um desses sambas e abre o disco em registro lapidar que junta os sete convidados de Sombrinha. Criolo, Elba Ramalho, Larissa Luz, Martinho da Vila, Vidal Assis, Yvison Pessoa e Zélia Duncan ajudam Sombrinha a abrir novas alas para um samba que soa atual em 2024.
Basta ouvir os versos “Apesar de tudo estamos vivos / Pro que der e vier prosseguir / Com a alma cheia de esperança / Enfrentando a herança que taí / (meu deus do céu) / Nós atravessamos mil Saaras / E eu nunca vi gente melhor pra resistir / A tanta avidez, a triste estupidez / Ao cada um por si, ao brilho da ilusão / Digo na maior – melhores dias virão” para entender que a esperança de 1985 se amplificou no Brasil pós-pandemia que procura voltar aos trilhos da sanidade.
Mais raro ainda é o samba Pá-nela (1979), gravado somente pelo cantor Roberto Ribeiro (1940 – 1996) no álbum Coisas da vida. Nem mesmo Gonzaguinha registrou esse samba em que marcou posição política, propondo um “arrasta-pé” em protesto contra a fome. Convidado de Sombrinha na gravação, o batuqueiro Martinho da Vila enfatiza o clima de terreiro de Pá-nela com o arranjo fortemente percussivo de Carlinhos 7 Cordas em outro ponto alto do disco.
Completando o lote de sambas menos conhecidos de Gonzaguinha, há os sambas Tem dia que de noite é assim mesmo (1983) – joia que merece sair do baú – e Fala Brasil (1981).
Assim como Pá-nela, Fala Brasil também foi apresentado por Roberto Ribeiro, no caso no álbum Massa, raça e emoção no mesmo ano de 1981 em que Gonzaguinha gravou o samba em registro feito com o mesmo Roberto Ribeiro para o álbum Coisa mais maior de grande – Pessoa.
Na faixa, Sombrinha convidou Yvison Pessoa para “botar para fora um grito de raça” em gravação que destaca o sopro do clarinete de Dirceu Leite arranjo do tecladista Fernando Merlino.
O mesmo Merlino arranjou Recado (1978), música em que Gonzaguinha mandou avisar que “Se me der um tapa, eu brigo / se me der um grito, não calo / Se mandar calar, mais eu falo”. A participação da militante Zélia Duncan potencializa o recado ativista do compositor.
Em linha mais romântica, a canção-toada Espere por mim, morena (1976) pede uma ternura oferecida mais pela voz aveludada do convidado Vidal Assis do que pelo próprio Sombrinha, que divide com Larissa Luz a celebração da vida de O que é o que é (1982), samba mais batido do repertório e revivido de forma trivial.
Sozinho, Sombrinha roça a empolgação de E vamos à luta (1980), pisa firme na avenida com O Homem falou (1985) – samba-enredo amplificado na voz de Maria Rita a partir da regravação feita para o álbum Samba meu (2007) – e persegue a ironia destilada na raiva de Comportamento geral (1972), primeiro marco da obra engajada de Gonzaguinha.
Já o samba Com a perna no mundo (1979) soa deslocado na voz de Sombrinha, por ter letra autobiográfica em que o moleque Gonzaguinha celebrou vitórias nas batalhas enfrentadas com a obra, coisa mais maior de grande da música brasileira ora reavivada por Sombrinha neste disco que une gerações de bambas para mantear hasteadas as bandeiras da democracia e da resistência, levantadas pelo compositor nos anos 1970 e 1980." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 10.01.2024)

Temas

CD 1
01
Bom dia
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha, Martinho da Vila, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Criolo, Larissa Luz, Vidal Assis & Yvison Pessoa
04:26
02
Fala Brasil
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Yvison Pessoa
03:29
03
Recado
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Zélia Duncan
04:11
04
Pense n'eu
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Elba Ramalho
04:11
05
Espere por mm morena
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Vidal Assis
03:06
06
Lindo lago do amor
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Criolo
03:15
07
Pá-nela
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Martinho da Vila
03:55
08
O que é, o que é
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
Sombrinha & Larissa Luz
04:53
09
O homem falou
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
03:09
10
E vamos à luta
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
04:21
11
Com a perna no mundo
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
03:27
12
Comportamento geral
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
03:21
13
Tem dia que de note é assim mesmo
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
03:56
14
Começaria tudo outra vez
Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha)
03:48