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As palavras, Vol. 1 & 2

Rubel
Discos: MPB

Disponible

24,77 € impuestos inc.

Ficha técnica Discos

Sello Mr Bongo
Estilo MPB
Año de Edición Original 2023

Más

Rubel (voz, guitarras, piano eléctrico, programaciones, arreglos)

Dirceu Leite (clarinete, clarinete bajo, saxo tenor, flautas), Bubu Silva, Diogo Gomes y Júnior Abreu (trompeta), Marcelo Pereira (saxo tenor), Levi Chaves (saxo barítono, flauta), Gilberto Pereira (saxo barítono), Marlon Sette, Rafael Steinbruck y Bebeto Germano (trombón), Mestrinho (acordeón), Antonio Guerra, Riccardo Gresino y Danilo Andrade (piano), Lucas de Freitas Silva (piano eléctrico), Nélio Jr. (teclados), Lucas Nunes (piano eléctrico, guitarras), Márcio Arantes (sintetizadores, guitarra acústica, programaciones), Rodrigo Martins (sintetizadores, programaciones, coros), Carlos Jr. y Cainã Cavalcante (guitarra acústica), Pedro Sá (guitarra eléctrica), Juninho Rezende o Pretinho da Serrinha (cavaquinho), Pablo Arruda (Bajo eléctrico, contrabajo), Alberto Continentino (bajo eléctrico, piano), Zazá (bajo eléctrico), Gabriel Ferrari o Daniel Conceição o Pedro Fonte (batería), Beloba, Flavinho Miúdo, Pedrinho da Serrinha, Nene Brown, Ícaro Sá, Wallace Oliveira, Gabi Guedes, Tiago Nunes, Lucas Maciel, Luizinho do Jêjê y Kainã do Jêjê (percusión), Felipe Pacheco (violín, arreglos de cuerdas), Roberto Prado (cuerdas), Ana Caetano, Ana Frango Elétrico y Calu (coros).

Participación especial de: Milton Nascimento (voz), Xande de Pilares (voz), Liniker (voz), Luedji Luna (voz), Tim Bernardes (voz), Dora Morelenbaum (voz), BK (voz rap), Gabriel do Borel (voz rap, programaciones), MC Carol (voz rap), Deekapz (producción) y Bala Desejo (Zé Ibarra, Julia Mestre, Lucas Nunes y Dora Morelenbaum).

Primera edición en CD (Reino Unido), de 2024, en formato Digipack, del disco lanzado originalmente en Brasil un año antes en vinilo (y en formato digital) por el sello Coala Records.

"Sim, Rubel quer partilhar algo mais do que a vida boa com você. Em As palavras vol. 1 & 2, álbum duplo de 20 faixas divididas em dois lados ou volumes, Rubel se abre para o samba, o funk e o forró com a estética musical contemporânea da geração do artista.
Título mais ambicioso da discografia do artista, As palavras vol. 1 & 2 expande o cancioneiro de Rubel, como se o cantor quisesse abarcar o mundo inteiro da música em 20 faixas. Gravado com produção musical orquestrada pelo próprio Rubel, com a colaboração de Rodrigo Martins, o álbum simboliza movimento de ruptura na trajetória do artista revelado há dez anos.
Contudo, seguidores atentos aos sinais emitidos por Rubel em julho do ano passado com a edição de O homem da injeção II (2021) – single que apresentou samba pró-vacina de Covid-19 que aludia no título a um samba homônimo do pioneiro compositor Sinhô (1888 – 1930) – ficarão menos impactados com o movimento aparentemente natural do artista.
Rubel já tinha flertado com a MPB e com o hip hop na arquitetura frágil do álbum anterior Casas (2018), mas sem se dissociar do tom folk light do primeiro disco, Pearl (2013).
Disco de estrutura sólida, As palavras vol. 1 & 2 vai (muito) além. A diversidade rítmica das dez faixas do primeiro volume – objeto específico desta resenha (o segundo volume será analisado em outro texto) – é vasta o bastante para redefinir a assinatura artística de Rubel.
O registro instrumental de Forró violento (Rubel) reconfigura, já na abertura do disco, a rota do cantor com o toque da sanfona de Mestrinho conduzindo o disco para paisagem árida com a fricção das cordas orquestradas por Felipe Pacheco Ventura e com as evocações épicas do coro com as vozes de Ana Frango Elétrico, Calu e Dora Morelenbaum, arranjadas por Dora.
Na sequência, Grão de areia (Ana Caetano, Rubel e Tó Brandileone) enterra qualquer esperança vã (de antigos fãs) de partilhar o Rubel de antes ao desembocar em pagode de refrão sedutor, cantado pelo artista com Xande de Pilares, bamba das rodas cariocas.
Em outra roda, o samba Não vou reclamar de Deus (Rubel) incorpora toque de soul na faixa produzida por Ana Frango Elétrico e amaciada para um salão de gafieira pelos metais arranjados pelo trombonista Marlon Sette.
Canção harmonizada pelas vozes da banda carioca Bala Desejo e embasada com baticum da Orkestra Rumpilezz, evocativo do samba-reggae, Toda beleza (Rubel) insinua clima sensual que se exterioriza no tom eroticamente explícito da faixa seguinte, Putaria (Rubel, BK, Manuella Leal, Marcio Arantes, Scarp e Gabriel do Borel), funk em que Rubel entra de penetra no baile ao lado do rapper BK e da expansiva MC Carol. A letra reproduz códigos dos funks sexistas.
Rubelía, parceria de Rubel com o duo eletrônico Deepkapz, é tema instrumental que cai no suingue sintético tropical, misturando células rítmicas de funk, reggaeton e pisadinha. Já Posso dizer (Rubel, Mahmundi e Carlos Rufino) é samba de molde mais tradicional que embute a melancolia recorrente no cancioneiro de Rubel desde o primeiro álbum ao mesmo tempo em que dialoga com o pagode dos tempos atuais.
Solta no álbum, a vinheta As palavras I reproduz zap na voz de Ana Caetano sobre o poder da palavra força. No arremate do disco As palavras 1, Forró violento volta em versão cantada, com voz de Rubel em um registro grave encorpado, para contar a saga de mulher grávida baleada ao assaltar banco, em narrativa mais própria de cordel do que de forró.
Enfim, Rubel evolui ao se abrir para o mundo real neste terceiro álbum. Resta saber se os antigos seguidores do cantor querem partilhar algo mais do que a vida boa com Rubel." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 09.03.2023)

"No conceito de Rubel, há diferenças entre as 10 faixas do primeiro volume do álbum duplo As palavras e os 10 fonogramas que compõem o repertório do segundo volume.
Se as primeiras focam as contemporaneidades recorrentes na música brasileira do século XXI e na própria discografia do artista fluminense, projetado há dez anos com a edição do álbum Pearl (2013), as faixas do volume 2 estariam mais calcadas nas tradições.
A rigor, os 20 fonogramas estão reunidos em um único disco nos aplicativos de música, ainda que haja a indicação de que se trata de dois lados ou volumes de um mesmo álbum. E, sim, os dois volumes de As palavras dialogam entre si. É como se as incursões do artista em movimento pelas tradições da música brasileira ao longo do lado 2 espelhassem as contemporaneidades do lado 1.
É claro que o pêndulo balança ligeiramente para a tradição pelo fato de o segundo volume do álbum As palavras trazer a presença soberana de Milton Nascimento – parceiro e convidado de Rubel em Lua de garrafa, canção que evoca o universo gregário e fraterno alicerçado por Milton no movimento pop mineiro Clube da Esquina – e de o repertório se desviar do trilho autoral em duas investidas pelo repertório referencial de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), a mais alta patente do exército musical nordestino.
O solo vocal a capella de Dora Morelenbaum em Assum preto (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1950) atinge o pico de beleza de todo o álbum no inevitável confronto com o canto descolorido de Rubel.
Já a integração da sanfona de Mestrinho com as programações de Rubel e Rodrigo Martins – produtor e coprodutor musical do disco, respectivamente – no canto coletivo do refrão de Forró no escuro (Luiz Gonzaga, 1958) reitera a fricção entre tradições e contemporaneidades que norteia o segundo volume do álbum As palavras, aberto com Torto arado (Rubel), canção inspirada na narrativa árida do homônimo romance publicado em 2019 pelo escritor baiano Itamar Vieira.
As cantoras Liniker e Luedji Luna dividem com Rubel o canto de Torto arado na abertura deste volume em que Rubel esboça um Carnaval com a marcha Na mão do palhaço (Rubel), dona da letra mais interessante do álbum pela habilidade de o compositor resumir em poucas palavras o instante em que homem “Triste, triste, triste / Que nem um palhaço / Que nem um marido / Mas vaiado não dava pra se matar” desiste do suicídio ao se deixar arrastar por um bloco carioca.
A folia de Rubel em As palavras 2 cai em dois sambas. Doutor Albieri (Rubel) é samba torto que cita o Leblon – bairro carioca que serve de cenário para a epopeia existencialista da marcha anterior – enquanto é deslocado para a nação nordestina pelo chamado da sanfona de Mestrinho. Já Samba de Amanda e Té vai atrás da tal tradição, evocada pela cadência embasada pelas percussões de Pretinho da Serrinha (cavaquinho e repique de mão), Flavinho Miúdo (surdo) e Fábio Miudinho (pandeiro).
Ainda em busca da tradição da música brasileira, Rubel apresenta o bom samba-canção autoral Amor de mãe, cujo título remete à homônima novela estreada em 2019 da mesma forma que, na memória dos noveleiros, o já comentado samba Doutor Albieri evoca inevitavelmente o homônimo cientista interpretado pelo ator Juca de Oliveira na trama humanista de O clone (2001).
Encerrado com take caseiro e folk de voz e violão da canção Toda beleza (Pelos loirinhos), já apresentada na forma final no lado 1 do disco com a participação da banda Bala Desejo, o segundo volume do álbum As palavras reitera a evolução de Rubel neste trabalho ambicioso que somente fará real sentido na discografia do cantor se a evolução for confirmada pela caminhada futura desse artista em progresso." Mauro Ferreira (g1.globo.com, 13.03.2023)

Temas

CD 1
01
Forró violento (instrumental)
Rubel
01:57
02
Grão de areia
Rubel - Ana Caetano - Tó Brandileone
Rubel & Xande de Pilares
03:43
03
Não vou reclamar de Deus
Rubel
03:13
04
Putaria
Rubel - Gabriel do Borel - Márcio Arantes - BK - Manuella Leal - Scarp
Rubel, BK, Gabriel do Borel & MC Carol
03:14
05
Toda beleza
Rubel
Rubel & Bala Desejo
03:06
06
Rubelía
Rubel - Deekapz
Rubel & Deekapz
02:09
07
Posso dizer
Rubel - Mahmundi - Carlos Rufino
03:54
08
Vinheta As palavras
Rubel
Ana Caetano
01:09
09
As palavras
Rubel - Tim Bernardes
Rubel & Tim Bernardes
03:18
10
Forró violento
Rubel
01:58
11
Torto arado
Rubel
Rubel, Liniker & Luedji Luna
04:12
12
Lua de garrafa
Rubel - Milton Nascimento
Rubel & Milton Nascimento
02:33
13
Na mão do palhaço
Rubel
03:02
14
Doutor Albieiri
Rubel
02:21
15
Samba de Amanda e Té
Rubel
03:18
16
Amor de mãe
Rubel
04:08
17
Vinheta As Palavras II
Rubel
Dora Morelenbaum
00:51
18
Assum preto
Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira
Dora Morelenbaum
02:38
19
Forró no escuro
Luiz Gonzaga
01:46
20
Toda beleza (pelos loirinhos)
Rubel
03:26